Introdução

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Castiel andava de um lado para o outro da grande sala de sua casa exasperado, torcendo suas pequenas mãos compulsivamente, apertando seus dedos ao ponto de os nós ficarem ainda mais brancos do que sua pele já era, tamanha era sua aflição.

— Você não pode fazer isso comigo Luci, não era o que papai queria quando pediu em leito de morte para que cuidasse de mim. — tentou com a voz trêmula, fazer seu irmão mudar de ideia.

Lúcifer permanecia sentando tranquilamente tomando curtos goles de sua taça de vinho observando seu irmão.

— Por favor. — Castiel suplicou sentindo sua voz falhar e suas orbes azuladas começarem a arder pelas lágrimas que já ameaçavam começar cair.

Seu irmão cautelosamente colocou a taça vazia na mesinha ao lado do sofá de camurça e encarou o mais novo com o rosto inexpressivo.

— Primeiramente querido Cassie, sempre foi desejo do papai ver você casado com um bom alfa, de boa família assim como nós, que fosse capaz de cuidar de você e de seu frágil coraçãozinho. — Lúcifer disse e Castiel sentiu uma lágrima silenciosa escorrer por sua bochecha notando o desprezo na voz do irmão.

— Segundamente, o desgraçado do velho perdeu tudo o que tínhamos, todos os nossos bens estão penhorados e o banco pode nos colocar para fora daqui usando apenas a roupa do corpo a qualquer momento. — bateu a palma da mão na mesa a seu lado enfurecido assustando Castiel que saltou no lugar enquanto chorava silenciosamente.

— Ora, vamos Cassie, não é tão ruim quanto parece. Veja, irá se casar, terá um bom marido, um companheiro, e ainda vai salvar a casa de nossa mãe, onde nascemos e nos criamos, onde temos tantas boas lembranças, você quer que outras pessoas se apossem do nosso lar? Quer que eu, assim como você, viremos desabrigados? Mamãe não ia querer isso para nós e nem o papai, apesar de tudo. Mas pense principalmente em você, nos perigos que correrá e aos quais ficará exposto a partir do momento em que atravessar a quela porta. — Gesticulou para entrada e Castiel seguiu a linha de seu longo indicador até a porta.

Lúcifer estava tentando manipulá-lo usando seus medos, ainda que a vontade que prevaleceria no final seria a sua, Castiel faria o que o irmão ordenasse querendo ou não. Mas Lúcifer parecia gostar de assustar o ômega, sabia o quanto Castiel era sensível e o senso de lealdade que tinha com sua família e aqueles que amava.

— Eu sei. E eu não quero isso também.— Castiel fungou enquanto secava uma das maçãs do rosto molhadas pelas lágrimas salgadas. — Mas não há outra maneira? Não podemos vender alguns animais, temos centenas de cabeças de gado de raça, além de ovelhas e cavalos. — tentou mais uma vez.

Lúcifer bufou e se levantou ficando frente a frente com o ômega, que se encolheu diante a imponência do irmão alfa.

— Qual parte do "todos os nossos bens estão penhorados pelo banco e a qualquer momento eles vão nos tirar tudo" que você não foi capaz de compreender irmãozinho? — Lúcifer pergunto enfatizando cada palavra. — E além do mais, a dívida é imensa e nem se vendêssemos todos os nossos animais, não seria suficiente. Já o seu dote, esse vale uma fortuna e é a única chance que temos.

Castiel fechou os olhos com força e apertou as pequenas mãos em punhos tentando se acalmar.

— Como sabes se eu realmente valho tamanha fortuna? E você nem ao menos me disse o nome de meu futuro pretendente. Como podes saber se ele está interessado em me ter se nem ao menos nos conhecemos? — Castiel insistiu, embora soubesse que não havia mais salvação para si, pelo olhar de Lúcifer ele sabia que o mais velho já havia declarado sua sentença. 

Please Stay • destiel [a/b/o] CANCELADA Onde histórias criam vida. Descubra agora