friends? [ Kim Yugyeom ]

• don't cross the line •

Narrado por Lee Seohyun

Acordei ao som do despertador do celular, com muito esforço levantei da cama e escovei os dentes, indo fazer algo para o Yugyeom comer.

Estava preocupada com o risco de vida que ele corria, mais um dia dormindo fora da casa dele, o manager dele deveria estar morto de preocupação enquanto ele dorme feito pedra.

— Por que você está acordando de madrugada? — Escutei sua voz sonolenta próxima a mim. Seu cabelo estava desgrenhado e seus olhos inchados, parecia cansado mesmo depois de dormir por horas.

Ele deu um beijo em meu rosto e se sentou.

— Estou fazendo algo para comer, você tem gravação às dez — disse sem olhá-lo.

Ele balbuciou algo que eu não ouvi.

Yugyeom foi tomar banho enquanto eu terminava de colocar a mesa para tomarmos café. Ele gostava de iogurtes, queijos e frutas, apesar de nunca gostar de fazer as vontades dele, as coisas que ele gostava nunca faltavam em casa.

Alguns minutos depois ele voltou com o cabelo molhado, uma camisa preta e um short moletom cinza. Puxou uma cadeira ao meu lado e se sentou, ainda parecia cansado.

— Você dormiu bem, Yugyeom?

— Não muito. Tive um pesadelo. — Ele comeu um pedaço de melão.

Nós comemos em silêncio. Ele parecia estranho e exausto, um zumbi como aqueles de Train to Busan.

Yugyeom me ajudou a lavar e guardar as louças, ele nunca reclamou por ter que ajudar nisso, sempre gostei que ele entendesse que todos os afazeres deveriam ser divididos.

Assim que terminamos, ele virou de frente para mim, me analisou e disse:

— Sonhei que você e o Mark se beijavam… como um casal.

Ele olhava sério em meus olhos, tentei segurar o olhar, mas eu só queria rir daquela sandice.

— Eu e Mark? — Eu ri. — Definitivamente não.

Encostei meu corpo na geladeira enquanto ria do que tinha ouvido. Yugyeom passou o café da manhã estranho por ter sonhado que Mark e eu nos beijávamos? Aquilo, definitivamente, era a maior loucura que havia ouvido. Não que Mark fosse um cara que eu não beijaria, eu definitivamente poderia beijá-lo, mas não haviam condições para isso acontecer, nunca havia pensando nele daquele jeito.

— Isso é sério — Yugyeom se aproximou, me fazendo para de sorrir e apenas encará-lo. Seus olhos me prendiam.

— Você está muito perto, não acha? — Minha voz saiu mais trêmula do que imaginei. Milímetros nos afastavam, seu corpo estava junto ao meu e nossos rostos estavam perigosamente perto.

— Na verdade, acho que ainda tem muito espaço — ele sorriu. Pedi que aquele sorriso não significasse nada, como nas outras vezes.

Virei um pouco meu rosto, estava rezando para ele não cruzar a linha.

— Você está com medo de algo? — A sua voz, seu sorriso, sua atitude, tudo era diferente, diferente das outras vezes que isso aconteceu.

Eu abria e fechava a boca, não sabia o que dizer. Apesar de não ser a primeira vez que ele age assim, era a primeira vez que me deixava sem palavras e nervosa daquele jeito, nem Freud conseguiria dizer algo sobre como Yugyeom estava.

— Eu não vou cruzar a linha — ele depositou um beijo no canto da minha boca. — A não ser que você queira.

Ele ia saindo de perto quando segurei sua mão e o puxei, depositando um beijo em sua testa.