• no matter if it's you •

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Narrado por Kim YuGyeom


Os meninos comiam como se não houvesse amanhã, pareciam estar anos sem comer e se não comessem tudo o que conseguissem, nunca mais poderiam fazê-lo. Eu estava um pouco chateado pelo que ocorreu no quarto entre Bambam e Seohyun, era claro para todos que eu tinha ciúmes da relação que haviam criado, claro que eu amava que eles fossem amigos, só não gostava da possibilidade de se aproximarem demais dela, não gostava de pensar que poderiam ser mais próximos do que eu sou.

— Youngjae? — Ouvi a voz dela pela primeira vez desde que me sentei. — Não coma a comida do Jackson, o molho tzatziki é feito com pepino. — Disse, apontando para a tigela branca ao lado de Jackson. Era incrível o quanto ela já os conhecia.

"Obrigado por avisar", Youngjae murmurou e continuou comendo. Seohyun tomava seu refrigerante enquanto nos observava.

Todos nós estávamos conversando alegres, diferentes do que estávamos nessa manhã durante o ensaio. Jinyoung estava rindo de todas as besteiras que Jackson dizia, Youngjae estava fazendo piadas e ele era terrível, fazia os outros rirem dele. Jaebum comia a comida dele e a dos outros, roubou o sanduíche da Seohyun e agiu como se nada tivesse acontecido.

— Que tal se eu chamar algumas garotas aqui para nós fazermos uma festinha? — Jackson sorria malicioso. — Nós mandamos a Seohyun ir embora e começamos a diversão.

— Nem pensar, mister Jackson. — Ela o olhou com reprovação. — Vocês foram liberados para descansarem, não para fazer festinhas.

— Isso tudo ciúme do nosso Yugyeom? Medo de alguma garota agarrar ele? — Jackson provocou. Tenho certeza que minhas bochechas iriam começar a ficarem vermelhas.

— Yugyeom é adulto, pode ficar com quem quiser — disse, de forma segura. Aquilo me deixava desconfortável. — Mentira, não pode. Deixem meu Yuggie em paz.

Eu sorri o mais discreto que pude. Sempre gostei de quando ela demonstrava seu afeto por mim, não que isso dificilmente acontecesse, mas era bom ouvi-la dizer coisas boas sobre mim.

— O que vocês querem fazer agora? Tirando a opção de festa, Jackson.

— Por mim, nós não fazíamos nada, estou cansado até para pensar no que eu estou fazendo nesse mundo. — Jaebum disse, arrancando reclamações.

— Por mim, nós fazíamos uma festa — insistiu Jackson.

— Qualquer coisa está bem para mim — falei pela primeira vez desde que acabei de comer.

— Nós poderíamos só dormir — Bambam falou com a boca cheia, arrancando um suspiro da Seohyun, ela odiava quando faziam aquilo.

Todos começaram a dar ideias ao mesmo tempo, inclusive eu. Nossas vozes se misturavam e nada que saía era compreensível, mas não parávamos de falar mesmo assim.

— Vocês podem calar a boca? — Mark gritou, atraindo a atenção para si. — Cada um vai para seu quarto ou para onde quiser ir. Lembrem-se que a turnê vai começar daqui uns dias e eu vou ter que olhar para vocês durante todo esse tempo. Eu gostaria de evita-los enquanto posso ou irei cometer um crime de ódio durante a turnê.

Seohyun riu ao lado dele, ela sempre sorria ao lado do Mark.

— Ele está certo. — Ela apertou o braço dele de forma leve. — Tentem ver seus outros amigos antes de começar a turnê, vocês têm quatro dias e — ela olhou para o Jackson — nada de festas, você não está liberado para isso.

Seohyun arrumou sua bolsa e pegou a chave de seu carro, junto com a câmera que estava em cima da mesa. Ela deu um aperto no ombro de cada um dos meninos, inclusive em mim, mas quando chegou no Bambam, eles se abraçaram. Eu sei, eles são amigos, e ela é incrível, não tem como não gostar dela, mas ela é minha amiga.

— Você vai para casa, Seohyun? — perguntei antes que ela soltasse o Bambam.

Ela ajeitou os cabelos, olhou para mim e disse:

— Sim, tenho que ler aqueles documentos da empresa. Por quê? Quer ir para casa comigo?

Os garotos olharam dela para mim, pareciam curiosos.

— Não vou te atrapalhar lá?

Os olhos atentos dos seis garotos dançavam de um lado para o ouro, acompanhando tudo que eu e Seohyun falávamos.

— Você sabe que vai. Mas adoro quando é você que me atrapalha.

Eu sorri e os meninos disseram "whoaa" em uníssono.

— Era tudo o que o Yugyeom queria ouvir. — Jackson me envergonhou. Era incrível a forma com a qual ele conseguia comentar coisas que envolvessem a Seohyun, todas elas me deixavam envergonhado.

Coloquei tudo o que precisaria em uma mochila, não que eu precisasse de muita coisa. Haviam mais coisas minhas do que da Seohyun na casa dela. Eu tinha espaço no armário com roupas, tênis, bonés, toalhas, almofadas, livros. Passei bastante tempo com ela que aquele apartamento era "nosso".

Nós entramos no carro e ela logo me mandou colocar o cinto, eu quase sempre esquecia e ela estava cansada de me lembrar. Coloquei minha mochila no banco de trás enquanto ela colocava algum cd para tocar. Tinha quase certeza que seria algum do Ed Sheeran, Charlie Puth ou Shawn Mendes, ela adorava esses artistas e era extremamente repetitiva.

— Shawn Mendes mais uma vez? — Fiz cara feia quando ouvi When Were You in The Morning tocar.

— Você prefere ir andando, Yugyeom?

Levantei minhas mãos como rendição.

Seguimos o trajeto com poucas palavras trocadas, ela estava concentrada em dirigir, cantarolando baixinho as músicas que tocaram, eu fiquei olhando o celular, tão distraído que nem percebi quando chegamos.

Seohyun me tirou do transe, me mandando descer do carro para entramos no apartamento. Peguei minha mochila e a segui. Ela foi chamada na recepção, então resolvi espera-la na frente do elevador.

— Ela está em casa — Seohyun disse, parecendo desnorteada. E eu sabia de quem se tratava.

Ela sempre foi muito forte, aguentava coisas que eu nunca pensei que fosse capaz de suportar. Os pais quase não participaram da sua criação, os irmãos são gananciosos e sempre a viram como uma rival, ela carrega uma dinastia toda nas costas, nada disso conseguia abalar ela até o dia da morte da sua irmã favorita. Desde então, a mãe a culpa de ter matado a irmã, e ela também. Sempre que as duas se encontram, nunca é saudável para ambas. Srª Lee ficou doente depois que perdeu a filha, sempre que pode, coloca a Seohyun como motivo principal para a o suicídio da filha. 

— Quantas vezes ela já veio aqui nesse mês?

— Essa é a primeira. Acho que ela deve ter vindo me pedir para voltar para casa, vai dizer que devo assumir minha cadeira na direção da empresa. — Seohyun disse com a voz afetada, era claro que aquela notícia não tinha feito bem.

— Seohyun... — eu a coloquei de frente para mim, segurei suas mãos e as ergui na altura dos meus lábios, depositando dois beijos nelas. — Não importa o que sua mãe diga ou faça, você não é culpada de absolutamente nada.

Ela me olhou nos olhos e suspirou, eu sempre dizia isso para ela, mas nunca ajudava muito. Sempre ficava estranha depois que mãe saía, ela não chorava, mas também não fazia nada além de ficar na varanda olhando as luzes de um ponto privilegiado da cidade.

— Vamos dar uma volta? — Ela perguntou, os olhos pareciam implorar para que saíssemos dali. — Eu deixo você dirigir o Justin.

Eu sorri.

— Você vai mesmo me deixar dirigir seu Porsche Cayenne? — tentei não gritar de felicidade.

Sempre quis dirigir o carro desde que tirei minha carteira de motorista, mas Seohyun tinha um ciúme enorme dele, nunca me deixou nem sentar no banco do motorista. Ela amava aquele carro com a sua vida, não pelo valor, mas por ter sido a primeira coisa que comprou quando sua empresa começou a dar lucros significativos.

— Onde você quer ir? — Disse, girando a chave entre meus dedos.

— Me surpreenda.

 friends? [ Kim Yugyeom ]Onde histórias criam vida. Descubra agora