Capítulo 16

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Vinte anos atrás —Yarin narrando—

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Vinte anos atrás
—Yarin narrando—

  O que eu vou fazer? Tento organizar meus pensamentos enquanto minhas mãos não param de tremer e uma voz chata no meu interior não para de gritar: "E agora? Senhorita metida a esperta! É isso que da ficar com o homem da sua melhor amiga! Foi muito boa escondendo isso dela por dois anos, mas como vai esconder uma gravidez?"

  Abro outro pacote de teste e o faço... depois de alguns minutos o resultado: positivo. Denovo!

  Eu já estava atrasada a duas semanas, então não fiquei tão surpresa afinal é o risco que você corre depois de muito tempo se relacionando sem proteção.

  Eu definitivamente não podia contar para ninguém. Muito menos para ele.

—Filha! —ouço minha mãe abrindo a porta do quarto. Então, desesperadamente jogo todos os testes no lixo e tranco a porta do banheiro. Ela gira a maçaneta, mas falha. —O que você está fazendo aí dentro?— engulo em seco.

—Nada de mais, fazendo o que todo mundo faz no banheiro.— digo o que vem primeiro na minha cabeça. Não acredito que mesmo sem olhar para minha mãe, continuo sem conseguir mentir para ela.

—Hm. Ok...Mas eu só vim aqui para avisar que todos estão sendo chamados para um anúncio. —não poderia ser mais difícil de engolir do que o meu.

  Assim que começo a lavar as mãos, ouço os tambores ao longe. Sendo que eles só são tocados em comemorações ou em algo verdadeiramente importante. Agora fiquei curiosa, meu subconsciente começa a imaginar que Gregory irá se declarar para mim. Esquecer as regras, irá assumir o nosso filho que ele não sabe que tem. Eu só posso estar delirando. Começo a rir sem emitir nenhum som, do rumo que a minha vida estava levando.

—Mãe. —me olho no espelho e repouso meio receosa a mão sobre a minha barriga. Claro, ainda não aparentava que eu estava grávida, mas eu podia senti-lo. —Eu não vou.

—Yarin. Não me faça arrombar essa porta, sai logo dai. Todos tem que estar lá.

  Destranco a porta meio receosa e abro um sorriso gentil. Meus pensamentos estavam tão bagunçados, que chegavam a me causar tortura. Gregory. Nosso filho. Alcateia. Clarisse.

  Enquanto caminhávamos até a área da fogueira, era notável a quantidade de pessoas que se amontoavam e coxichavam suas apostas sobre o anúncio. Eram tantas vozes diferentes que não conseguia entender uma sequer.

  Minha mãe agarrou minha mão e me puxou mais para a frente onde tínhamos uma boa visão do pai do Alfa, sua esposa, Gregory e Clarisse.

  Imaginei diversas vezes eu ao seu lado, com suas mãos firmes, segurando a minha. Ter os seus olhos azuis brilhando para mim. Poder andar ao seu lado ser ter medo de ser morta ou perseguida. Não ter que esconder o nosso amor, mas não fomos escolhidos para estar juntos.

Meu companheiro é o AlfaOnde histórias criam vida. Descubra agora