Larissa narrando :
O carro parou em frente a uma casa rústica feita de madeira, perto da moradia havia um belo jardim cheio de flores diversas e algumas plantas de formas estranhas -possivelmente utilizadas em suas poções e medicamentos- mais a frente havia um poço feito com tijolos de um tom alaranjado, tudo estava tão calmo que eu poderia jurar que havíamos vindo a uma casa abandona se não fosse pela grama bem aparada. Descemos do veículo e percorremos em silêncio o caminho até o piso de madeira da entrada, a cada passo um rangido denunciava a nossa presença. Meu pai optou por seguir um pouco mais na frente e talvez estivesse mais apreensivo do que eu, se detém por alguns segundos antes de bater, mas antes que ele pudesse erguer a mão cerrada contra a porta, uma mulher de porte mediano, de cabelos ondulados com uma tonalidade semelhante a dos tijolos e com os olhos de uma cor curiosa, semelhante aos primeiros raios do Sol, abre a porta em um súbito, ela parecia ser obra da minha imaginação, quando me contavam histórias fantasiosas essa seria a primeira imagem de fada que eu teria.
-Estava esperando por vocês, entre por favor. -seu largo sorriso acompanhado de seu olhar gentil se voltaram para mim.
Fiz um leve gesto de cabeça para meu pai e avancei para dentro da casa.
-Me espera no carro?- meu pai permanecia paralisado, sem saber o que fazer, parecia que tudo passava mais lentamente para ele. Depois de sair do transe, assente, dá meia volta e caminha em direção ao automóvel.
[...]
Por dentro a casa emanava conforto e tranquilidade, toda a tensão parecia escapar pelos meus poros e até o peso sobre meus pés era mais leve, logo era possível sentir todos os músculos do meu corpo relaxando ao aspirar o doce aroma do eucalipto.
-Então você começou a ter os sonhos... -disse se sentando em uma mesa redonda e apontou a cadeira à sua frente para que eu sentasse.
-Meu pai lhe contou?- sinto que as palavras fluem mais fácil, como se de alguma forma eu não pudesse controlar a palavra que sairia em seguida.
-Não. Só nos vimos hoje, mas isso não é tão incomum como você pensa. Nem é preciso ser uma feiticeira para entender o que está acontecendo. -meus olhos ficavam cada vez mais pesados, a sua voz tintilava nos meus ouvidos e derrubava todas as barreiras do meu corpo.-Pela sua idade, você está no momento de encontrar o seu companheiro.
Mas qual deles? Os olhos negros não poderiam ser reais...
-Então nos meus pesadelos...
-Sim, é ele. Mas não são pesadelos.- ouço suas mãos brincarem com alguns pedras feitas de diferentes materiais.
Mas eram pesadelos... não era um sonho bom, eu não me conformaria em ficar com um homem assim, não daquele jeito. Ouço seus pés descalços contra o piso, até que eles param e suas unhas tocam momentaneamente algo aveludado e no meio do silêncio, cortando o ar uma lâmina canta contra uma leve frente fria. Seus pés se voltam para mim e logo sinto o metal deslizando sob meu pulso, seu toque é tão leve que quase não sinto dor alguma.
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Meu companheiro é o Alfa
Wilkołaki-Você é minha! -Quem disse? -Eu disse e isso já basta!