Capítulo 2

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Annelise mal se sentou para o almoço e Pansy Parkinson se sentou na frente dela, a encarando com avidez. Sem se importar, Annelise se serviu com um pedaço de bolo de carne e tomates. Quando começou a comer, Pansy finalmente abriu a boca.

— Draco e eu somos namorados desde o primeiro ano. – Anunciou, com as mãos fechadas na mesa. Annelise a olhou, mastigando vagarosamente, mas não respondeu. — Ele não gosta de admitir o que sente, é isso. Mas, você sabe, não vou julgar mal essa aproximação repentina com você. Eu sei que a elite fica com a elite.

Pansy Parkinson e sua família não tinham ligação com o círculo de Voldemort, aparentemente, mas parecia ter certeza que esse era o motivo de Draco dar atenção à Annelise naquele primeiro dia de aula. Na cabeça dela, Comensais eram amigos de Comensais, e mais ninguém. Exceto que, ela não podia provar de jeito algum que Annelise fazia parte daquilo, ela ou seus pais. Os Morgerstern eram uma das famílias mais antigas e tradicionais do mundo bruxo. Rezava a lenda que Rufus Morgerstern havia ajudado Salazar Slytherin na construção da Câmara Secreta, mas nada confirmado. A família de Annelise se envolvia com as artes das trevas há muito tempo, mas sempre de maneira excepcionalmente discreta.

— Parkinson, eu não faço ideia do que você está falando. — Annelise fez cara de confusão e continuou comendo. Pansy pareceu ter acreditado nela, pois deu de ombros e começou a se servir.

— Acho que entendi errado.

— Não sei o que entendeu, mas Draco e eu nos víamos quando éramos crianças. É isso.

A menina assentiu, um tanto corada. Nos minutos seguintes, enquanto almoçava, contou todo tipo de fofoca dos últimos quatro anos em Hogwarts, Annelise ocasionalmente fazendo perguntas rápidas. Draco e sua trupe de mongoloides musculosos estavam sentados um pouco longe, mas olhavam de vez em quando. Quando o sinal bateu, Pansy seguiu Annelise, para a infelicidade dela. O próximo tempo era de História da Magia e ela estava ansiosa, era uma de suas matérias favoritas. Ao chegar na sala, se sentou nos lugares que sobraram, atrás de Draco e Goyle. Pansy, que estava sentada na frente com outra menina, pegou suas coisas e ocupou o lugar ao lado de Annelise, que desconfiou que a razão daquilo era a presença de Malfoy.

O professor Binns apareceu atravessando o quadro negro e Annelise ficou bastante surpresa. O homem parecia não ter ideia de que estava morto e dando aula como fantasma, até porque não estava preocupado com a atenção dos alunos na classe. Malfoy se virou de lado e se encostou na parede, fitando o teto, enquanto Crabbe se sentava na mesa da frente à deles e começava a brincar de forca com Goyle. Pansy escrevia uma espécie de diário e muitos alunos dormiam.

— ... E, de fato a Guerra dos Gigantes ocasionou muita confusão no mundo trouxa...

A voz do Prof. Binns era etérea e melancólica, o que fez os olhos de Annelise pesarem de sono. Encostou-se na parede e ficou brava, pensando que a matéria que Binns transformava em uma chatice completa podia ser muito interessante trabalhada pelo Prof. Oswald em Ilvermorny.

— Minha nossa, porque Dumbledore não impede esse fantasma de dar aula? – Resmungou Annelise.

— Porque Dumbledore é um velho caduco e sem noção. — Respondeu Draco, a voz afiada como uma navalha.

Annelise revirou os olhos. Era patético desprezar a grandeza evidente de Dumbledore como Malfoy estava fazendo simplesmente pelo ''conflito de interesses'' causados pela sua família, portanto nem o respondeu.

Pansy acordou Annelise com alguns tapinhas no braço enquanto os alunos saíam se arrastando de preguiça da sala.

— Anotei a tarefa, pegue comigo depois.

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