Capítulo 3

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No dia seguinte, à noite depois do jantar, Annelise se arrastou para a sala de Filch e encontrou com Hermione. Ela parecia ter chorado, mas Annelise decidiu não dizer nada. O zelador as levou até a sala de troféus e as instruiu a limpar tudo sem magia, o que irritou bastante Annelise.

— Como se limpa sem magia? Eu não faço a mínima ideia. – Reclamou, puxando um pano velho da caixa e o olhando sem entender.

— Vou te explicar. – Disse Hermione, indo até perto dela. – Você pega esse pano, molha aqui e torce, pra sair o excesso... Aí você passa no troféu e no próximo, até notar que ele está seco ou com muita sujeira.

Cada uma foi para uma prateleira e começaram a limpar. A quantidade de troféus era impressionante, fazendo o trabalho demorar ainda mais pois ambas paravam para ler as placas. Enquanto esfregava o pano em ''Tom Marvolo Riddle – serviços prestados à escola'', Annelise pensava que aquela detenção havia caído feito uma luva para ela. Já notara que tinha conquistado certa simpatia de Potter e agora podia fazer isso com sua melhor amiga.

— Então, os boatos são verdadeiros? – Perguntou Annelise, esfregando uma enorme taça das casas. Hermione permaneceu quieta por um instante.

— Quais?

— Que o cargo de Defesa Contra as Artes das Trevas está amaldiçoado.

— Ah, isso! – Ela sorriu. – É o que dizem.

O silêncio pairou entre as duas por alguns minutos, mas Annelise o quebrou.

— Deve estar, se uma mulher dessas ficou nesse cargo.

Hermione riu alto e concordou.

— Você é bem legal para alguém da Sonserina. – Comentou, se virando para Annelise.

— Mas nós não somos chatos.

— A maioria são... e cruéis também. – Acrescentou ela.

— Isso aí é história, Hermione. A linha que difere Sonserina de Grifinória é muito tênue.

Hermione ficou pensativa, tentada a não concordar. As duas continuaram limpando vagarosamente, olhando cada placa de cada troféu, imaginando os acontecimentos e pensando em outras coisas. Quando acabaram, enquanto Annelise arrumava o material de limpeza dentro da caixa, viu Hermione esconder o que pareciam ser gorros de lã em pontos estrategicamente escondidos na sala, mas decidiu não perguntar.

Dez minutos depois, Filch voltou e decidiu inspecionar cada troféu com seu olho grande, fazendo as duas ficarem mais uma hora por ali. Quando se despediram, cansadas, passava da meia noite. Annelise caminhou vagarosamente pelo corredor até descer às masmorras. Disse a senha e passou pelo buraco na parede, chegando à sala da Sonserina. No sofá que ficava encostado na janela, estavam Pansy e Draco. Ele não parecia ligar muito para o que ela dizia e ela falava bastante. Ele olhou Annelise, mas ela passou reto e foi para os quartos, sedenta por sua cama.

O dia seguinte amanheceu chuvoso e escuro. Depois do café da manhã, a turma de quintanistas da Sonserina se dirigiu para a aula de Transfiguração. A Prof. McGonagall passou pelo menos quinze minutos falando sobre a importância dos exames.

— Vocês não podem passar nos exames sem se aplicarem seriamente ao estudo e à prática. — Disse ela muito séria. — Não vejo possível explicação para alguém nesta classe deixar de passar no N.O.M de Transfiguração, se trabalhar como deve. — Ela deu uma boa encarada para Crabbe e Goyle. — Hoje vamos começar a estudar os Feitiços de Desaparição. São mais fáceis do que os Conjuratórios, que normalmente vocês não experimentariam até os N.I.E.Ms, mas estão incluídos entre as mágicas mais difíceis que serão exigidas nos N.O.Ms.

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