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Annelise acordou na manhã seguinte sentindo seu corpo doer em cada parte. Não sabia se era pela Maldição Cruciatus ou pelo fato de dormir de qualquer jeito vestindo jeans e um monte de roupas. Ela se levantou e esticou o corpo, procurando se alongar e tentar melhorar aquela sensação péssima que sentia. Tirou as botas e andou pelo chão de madeira até chegar nas janelas de vidro que iam do chão ao teto, puxando a cortina para olhar o lado de fora. Com uma única espiada ela pôde perceber que deviam ser por volta das sete da manhã. Ela se voltou para o , indo até o malão. Percebeu que ele estava vazio, pois provavelmente Loki havia ido até seu quarto de madrugada e pegado suas roupas para lavar. Suspirando, ela se encaminhou até o banheiro, enchendo a banheira de água quente e despindo-se em seguida. A água relaxou seus músculos e aliviou um pouco o mal estar que sentia. Annelise escorregou o corpo para baixo, enfiando a cabeça na água. Ela abriu os olhos e ficou olhando o teto do banheiro, completamente submersa. Só notou que estava chorando quando seu corpo começou a balançar, movimentando a água e derramando um pouco para fora. Subiu o corpo e emergiu a cabeça, os cabelos molhados grudados na pele e no rosto. A preocupação e medo eram tão intensos que era como se uma mão invisível espremesse seu coração. Annelise mal podia respirar, soluçando enquanto as lágrimas se confundiam com a água da banheira.
Ela não havia pedido por isso.
Seu pai sempre a deixou de fora de coisas que não fossem apropriadas para sua idade e como desde os onze anos estava em Ilvermorny praticamente o ano todo, pois ficava na escola no Natal e um mês das férias na Califórnia com Krystal, restando apenas o mês de agosto em Londres, ela mal tinha contato com Comensais da Morte. Ela não era como Joseph. Se sentia covarde por fazer algo que não queria, mas não tinha como se esquivar. Não tinha nenhuma profunda afeição pro Potter, mas também não queria entregá-lo a Voldemort. Seu desejo era ser imune aos dois lados. Simplesmente não participar daquilo de maneira alguma. De qualquer jeito, era isso que lhe foi mandado fazer, e era isso que faria, prometendo a si mesma que não deixaria com que Madeleine continuasse pagando por ela. E ela sabia que aquela confusão de sentimentos que sentia tinha uma explicação. Ela não era uma vilã. Ela não era cruel. Tampouco extremamente boa, ou teria sido mandada para a Lufa-Lufa. Annelise faria o que lhe fora mandado para salvar sua pele. Ela sabia que se não cumprisse a missão ia ser morta por Voldemort. Ela estava sendo, de fato, uma sonserina. Individualista. Agiria em primeiro lugar para se salvar e então, tentaria ajudar as pessoas ao seu redor. Se ela apenas tivesse como conseguir o que o Lorde das Trevas lhe pediu e também ajudar Potter....
Não. Isso provavelmente seria impossível. Era inviável tentar seguir por esse caminho, tentar abrir o jogo com Potter. Ele se afastaria, ela sabia. Teria que continuar com o plano original, por mais que sentisse pena dele do que quer que viesse a acontecer. Annelise não poderia ajudar. Precisava se salvar, para então salvar seus pais, por mais que seu desejo agora fosse que Joseph apodrecesse, Madeleine não era uma mãe ruim. Só era distante.
Decidiu, então, que continuaria seu caminho. Essa era sua prioridade.
O Beco Diagonal estava um pouco cheio, mas não tanto quanto no inicio do ano letivo. Havia neve cobrindo o chão de pedras e os telhados das lojas. As pessoas estavam cobertas de casacos e chapéus, ela inclusive colocou o que podia. A bota afundava na neve enquanto ela caminhava gemendo de frio até a sorveteria de Florean Forterscue. Annelise bateu os pés no tapete de entrada pra tirar o excesso de neve e entrou, abraçando os próprios braços. Se afundou no banco macio e sorriu para Blásio, que assoprava as mãos.
— Pensei que não viria mais. — Disse o menino, virando sua cabeça para olhar o proprietário acender a lareira.
— Precisei esperar meu pai sair, desculpe.
— Tudo bem. — Ele deu de ombros. — Já fiz os pedidos.
— Ah, não me diga que pediu sorvete! Estou congelando! — Reclamou ela, esfregando as mãos cobertas por luvas pretas umas nas outras, buscando mais conforto. — Devia ter colocado mais roupas.
— Eu pedi um sundae para mim e chocolate quente pra você, não se preocupe. — Os ombros largos de Zabini se balançaram enquanto ele ria. — Então, como está sendo o feriado?
Ela mordeu o lábio inferior e o soltou devagar, uma mania que tinha desde que se entendia por gente. A pergunta ecoou na cabeça dela e Annelise deu de ombros, a boca se curvando para baixo, descontente.
— Procuro não sair do quarto quando meus pais estão andando pela casa. E eles fazem o mesmo. Me evitam o máximo que puderem.
— É mesmo? — Blásio a olhou com atenção, tentando capturar qualquer sentimento nos olhos dela. Florean se aproximou com uma bandeja e colocou a taça de sundae na frente de Zabini e uma caneca grande na frente de Annelise, se retirando para trás do balcão em seguida.
— É. Mas tudo bem. — Ela tirou as luvas, colocando-as em cima da mesa num canto e juntou as duas mãos em volta da caneca, o calor dela esquentando seus dedos. Annelise observou o vapor quente subindo com o olhar perdido. — Nada muito diferente do normal. Mas e você?
Blásio comentou que sua mãe o levou para esquiar nas regiões montanhosas da Escócia como os trouxas faziam. Já havia feito uma grande porção de atividade trouxa, mas essa não era uma delas. O menino jurou que era mais divertido do que parecia. Disse também que fizeram grandes compras para os presentes de Natal, já que ele tinha muitos primos na região da Noruega que viriam passar o feriado aqui.
— Mas e aí, Draco mandou alguma coruja pra você? — Blásio comia seu sundae duplo com tamanha empolgação que mal parecia que estavam em pleno inverno. Ela, no entanto, dava pequenos goles no chocolate quente, saboreando aquele gosto em sua língua e aproveitando a sensação que a bebia dava de esquentar seu corpo.
— Não. — Franziu a testa. — Deveria?
— Hum, só pensei que ele não gostaria de ficar tão longe de você. — Deu uma risadinha, a ponta do nariz sujo de sorvete de morango.
— O que quer dizer com isso? — Annelise o olhou acusadoramente.
— Bem, você sabe. Ele gosta de você.
Ela riu.
— Não!
— Sim.
— Não, Blásio.
— Por favor. — Ele revirou os olhos, enquanto ela dava uma atenção especial na sua caneca. — Draco está confuso. Ele gosta de você e nunca sentiu isso antes. Ao mesmo tempo, vocês dois tem um temperamento forte e vivem se estranhando...
— Ele te disse que gostava de mim?
— Se eu e você não fossemos tão amigos, ele diria. Mas não contou, sabe que eu contaria a você.
— Então ele não gosta de mim. — Annelise abriu um sorriso de vitória.
— Pare, vai! Draco tem uma queda por você. Você já sabia disso. Ou pelo menos desconfiava.
— Blásio, eu só vou acreditar quando Draco em pessoa me dizer isso. — Ela virou um pouco a caneca, terminando de beber o chocolate quente. — Enquanto isso não acontecer, eu não vou acreditar. E não adianta — Completou, ao vê-lo abrir a boca para retrucar. — ficar tentando me convencer. E Pansy, afinal de contas?
— Ué — Seus lábios se abriram para um sorriso sarcástico. — Por que acha que ela detesta vê-los juntos? Pansy sabe que Draco sente algo por você além de atração física, que é o que ele sente por ela. Ela não liga que ele saia com outras garotas, mas você....
— Eu sou território proibido.
— Exatamente.
— Bom, isso não importa. — Ela continuou depois de um tempo. — Eu não estou aqui para isso. E além do mais, Draco é muito....muito... Como posso explicar? Argh....
— Irritante?
— É! Meio infantil, não sei. Ele detesta tanto Potter, mas por que não o deixa em paz? E Weasley? Isso apaga toda a parte boa dele.
— Qual é a parte boa? — Blásio sorriu.
— Ele é muito atencioso. E também é inteligente. Nós somos os melhores alunos do nosso ano na Sonserina.
— Ah, obrigado!
— Não seja idiota! — Annelise riu. — É que sempre o vejo tirando as melhores notas, mas ele esconde isso das pessoas se comportamento de maneira tão desprezível.
— Você realmente gosta dos grifinórios, não é? — O amigo riu.
— Não! Eu só penso que não há necessidade para tanta provocação. Deixe isso pro quadribol.
Blásio e Annelise conversaram por uns vinte ou trinta minutos sobre coisas aleatórias e então se despediram. Zabini disse que iria encontrar seu padrasto na Travessa do Tranco e desceu a rua, as mãos nos bolsos. Ele era muito bonito e charmoso. Annelise sabia que se estivesse em Hogwarts a troco de nada, apenas para estudar, ele chamaria a sua atenção. Agora era tarde demais, no entanto, pois já estavam muito amigos.
Sem muito para fazer ali, ela ficou parada por um bom tempo, encolhida em seu casaco, chutando a neve e olhando ao redor, para as pessoas que passavam. Não queria ir para casa e ficar sem fazer nada, mas era véspera de Natal e não podia demorar.
Aquele pensamento lhe deu uma ótima ideia. Ela não participava muito de datas festivas e como passava o Natal em Ilvermorny, não tinha o que vestir para o jantar na casa dos Malfoy. Decidida, caminhou até a loja de Madame Malkin - Roupas Para Todas As Ocasiões e abriu a porta, um sininho tinindo assim que ela passou para dentro. Uma rajada de vento frio entrou junto com ela e Annelise soltou a maçaneta, batendo os pés na soleira para mais uma vez tirar a neve das botas.
— Olá, querida! — Uma bruxa gorda, baixinha e sorridente, que ela julgou ser Madame Malkin, veio andando até ela com sua varinha na mão e uma fita métrica. — Posso ajudar? Precisa de uniformes para Hogwarts?
— Não, senhora. — Annelise sorriu, dando uma olhada geral para a loja. — Na verdade, preciso de um vestido de festa. Tipo para um jantar ou coisa parecida.
— Para o Natal, então.
Madame Malkin não esperou resposta e lançou a fita para cima, apontando a varinha para ela em seguida. A fita se esticou e começou a medir o comprimento dos braços e pernas de Annelise, assim como cintura e busto. A bruxa, no entanto, estava de costas mexendo numa arara cheia de roupas dentro de plásticos.
— Creio que estes lhe sirvam. Você tem alguma cor em mente?
— Preto. — Respondeu de prontidão.
A bruxa se virou, dando uma olhada para ela.
— Tem certeza, querida? Preto lhe cai muito bem, sim, mas para uma data festiva como o Natal... Rosa ficaria lindo em você.
Annelise fez uma careta.
— Preto.
Madame Malkin deu de ombros, contrariada, voltou para as araras e continuou a fuçar. Ela lhe dera uma inifinidade de escolhas e continuou pegando no pé de Annelise para que experimentasse, então, um vestido roxo escuro que ia até os joelhos com minúsculas bolinhas pretas e uma tira lilás na barra, com um tule roxo transparente cobrindo os ombros, sob o pretexto de que aquele era escuro o suficiente para o gosto dela, mas não totalmente preto. Annelise o vestiu e deu um pequeno sorriso de satisfação, sentindo as bochechas corarem por Madame Malkin estar certa. O vestido lhe caiu muito bem, acenturado e justo nos lugares certos.
— Vou levar.
Enquanto voltava para casa com o Noitibus Andante, Annelise pensava sobre o que Blásio dissera. Ele conhecia Draco há muito mais tempo, é claro, então talvez não estivesse equivocado em suas afirmações. Ainda assim, ela não sabia o que pensar. Se ficasse muito próxima dele, Potter cortaria o contato que tinham pois não confiava em Malfoy. Mas ela também não queria evitá-lo. Ele a atraia tanto quanto ela parecia atrai-lo. Ou Blásio estava errado e ele só queria se gabar sobre ela com Crabbe e Goyle.
Um sorriso diabólico cresceu em seus lábios, imersa em seus pensamentos. Ela iria tirar a limpo, Draco querendo ou não.

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Poder e Controle
ФанфикO ano é 1995. Lord Voldemort está muito satisfeito por Cornélio Fudge transformar Potter e Dumbledore numa chacota perante a população bruxa. No entanto, ele precisa de mais. Ele encontra uma brecha em Joseph Morgerstern, lhe ordenando que transfira...