Capítulo 6

374 24 4
                                        


Draco a puxou pelo castelo até o lado de fora mas não a largou. Continuou puxando-a pelo braço até passarem pela cabana de Hagrid e adentrarem a floresta proibida.
— Você perdeu a cabeça? — Annelise puxou o braço para trás mas ele apertou mais forte e se virou para ela.
— Calma! Não vamos tão dentro. — Draco a puxou um pouco e finalmente a largou. Estavam num espaço cheio de árvores para lhes dar privacidade porém aberto o suficiente para ainda verem o castelo. Havia um pouco de grama e terra no chão, e as copas das árvores balançavam preguiçosamente no alto, trazendo um leve cheiro de chuva consigo. Ele cruzou os braços e se virou para ela. — Viu? Aqui é o suficiente pra você não morrer de medo. O castelo está bem ali. — Apontou. — Se quiser correr, fique a vontade.
— Não vou correr, idiota. Posso te matar mais rápido do que você respira.
Draco sorriu debochadamente.
— Eu quero ver você tentar.
— Não me provoque. — Alertou, se encostando numa rocha enorme e o olhando. — Me arrastou até aqui pra quê? Sabe que estou perdendo aula, não é?
— Mas eu não estou. — Ele deu de ombros. — Eu te trouxe aqui porque quero saber quem você é.
— Annelise Rosier Morgerstern, prazer. — Respondeu ironicamente. — Que perda de tempo, Malfoy.
— Eu sei que Joseph não te trouxe para Hogwarts atoa. Meu pai me contou que o Lorde das Trevas pediu por você especificamente.
Ela ficou quieta, olhando-o.
— Não se meta nisso.— Annelise deu alguns passos, ficando frente a frente com ele.
— Em quê? Já estou metido, Morgerstern. Meu pai...
— Você não é o seu pai! ­— Bufou, impaciente. — Draco, você fica brincando com essas coisas de Comensal da Morte, dando indiretas, sendo um idiota arrogante com toda a escola! — Ela percebeu que sua voz aumentara e respirou fundo. — Mas você não é um Comensal. Seu pai é. Tente ficar longe disso o máximo que puder.
— É a única sendo idiota aqui, Annelise. — Draco se inclinou para a frente. — É tão ingênua a ponto de pensar que o Lorde das Trevas não me terá se ele quiser? Se ele pediu por você, o que o impediria de pedir por mim?
— Eu não sou você! Sou mais inteligente. Mais madura. E não estou deixando rastros!
— Está dizendo que sou imaturo? — Ele parecia incrédulo. — Rastros? O que ele te mandou fazer?
— Não é da sua conta. E sim, você é imaturo. Jamais conseguiria disfarçar se tivesse uma missão importante. — Num impulso, ela segurou a mão dele e apertou levemente. — Draco, por favor. Se distancie disso. — Murmurou.
— Devia estar honrada, mas não é o que demonstra! — Ele não soltou sua mão, mas deu um passo para trás.
— As coisas não são simples assim! Você não entende o que vai acontecer? — Annelise bufou e o soltou, passando os dedos pelo rosto e pelos cabelos. — Eu não escolhi estar aqui! — Sussurou, se aproximando dele. — E venho sendo ameaçada toda semana quando nem mesmo ligo para qualquer um dos lados disso! Eu não quero nem imaginar no que acontecerá se eu falhar! Enquanto isso, você se comporta como se tudo isso fosse um grupinho de escola. Isso não será Grifinória e Sonserina, não é quadribol!
— Acha que não sei disso? — Perguntou rispidamente, dando dois passos para a frente. Eles estavam perto demais, outra vez.
— Parece que não! Você só falta dizer com todas as palavras para quem quiser ouvir! Está sempre dando deslizes e o mais engraçado é que nem envolvido você realmente está!
— Você acha mesmo que eu sou um idiota. — Draco disse baixo, os olhos faíscando de raiva.
— É exatamente o que eu acho! — Annelise confirmou em um tom ácido, se aproximando para empurrá-lo com a mão, mas Malfoy reagiu primeiro.
Passou os braços pela cintura dela e a beijou, os lábios dele buscando os dela como o ar para respirar. O beijo ora parecia desesperado por mais, ora com raiva. O coração dela batia tão forte que ela quase podia ouvi-lo. Quando ele fez menção de se afastar levemente, pretendendo encerrar o beijo, ela passou os braços por seu pescoço e segurou a nuca dele, puxando-o para perto outra vez. Malfoy a apertava pela cintura e a empurrou para trás até que encostassem numa árvore, deixando-os ainda mais colados. Annelise passou os dedos na nuca dele, com os olhos fechados prestava atenção nos lábios macios nos dela e a língua quente acariciando a sua.
Quanto entusiasmo! — A voz de Filch entrou nos seus ouvidos e os fizeram se soltar com o susto, Draco pulando para trás e ficando numa distância significável. Filch abriu um sorriso bizarro de satisfação. — Detenção! Vou levá-los para o professor Snape.
Os dois seguiram o zelador que parecia estar muito feliz com a situação, falando sozinho e soltando risadinhas. Se manteram a uma distância segura para que Filch não pudesse falar mais nada.
Annelise mal conseguira olhar para Draco ou para Snape enquanto ele lhes dava uma bronca. Sentia as bochechas queimando de vergonha e os lábios formigarem cada vez que pensava no que havia acabado de acontecer. Filch aguardava a sentença ansiosamente, um sorriso esquisito nos lábios. Quando ouviu o professor tirando dez pontos da Sonserina e liberando os dois, seu rosto entortou em uma careta de desgosto e ele saiu resmungando. Annelise o seguiu, andando o mais rápido que pôde para não parecer tão desesperada. Já fora da sala, mais uma vez Draco a segurou pelo braço.
— Temos que falar sobre o que aconteceu, Morgerstern.
Ela se esquivou, se soltando.
— Foi só um beijo, Malfoy.
Só um beijo? — Repetiu, as sobrancelhas se arqueando. — Espere, fique parada.
— O que? Por que?
— Vou te beijar de novo pra ver se é mesmo ''só um beijo''. — Ele fez aspas com os dedos enquanto se aproximava. Annelise riu sarcástica e o empurrou.
— Nem pense nisso! E espero que a professora Vector não me encha de trabalhos por culpa sua!

Poder e ControleOnde histórias criam vida. Descubra agora