Capítulo 1

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Robertinho

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Robertinho

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Enrique



 Se havia uma palavra que poderia descrever o centro de pastoral da paróquia Santo Inácio de Loyola naquela noite era lindo. Revitalizado por uma reforma recente, ele também recebera uma decoração simples mas requintada, com arranjos floridos adornando as mesas dispostas pelo local, uma pista de dança e um pequeno palco. Mas o que chamava a atenção eram os diversos retratos pendurados nas paredes, alguns mostrando uma família em diversos momentos e outros tendo como protagonistas um senhor de cabelos brancos e olhos azuis e um homem mais novo de cabelos louros e olhos verdes, ambos atraentes e portando barbas curtas. As fotos mostravam os dois geralmente em poses descontraídas e diante de pontos turísticos, às vezes beijando-se, como numa em que apareciam debaixo de um visco, mas quase ninguém da plateia, composta, por incrível que isso parecesse, de não poucos militares em uniformes de gala, parecia prestar atenção nelas, pois os protagonistas dessas fotos, o general reformado Roberto de Castro Lopes e seu marido, o major Sérgio Medeiros Lopes, estavam no palco, em seus próprios uniformes de gala, preparando-se para fazer um discurso de mãos dadas – algo impensável vinte anos antes, quando eles se casaram – na comemoração de suas bodas de porcelana.

Tomando a dianteira, Roberto começou a falar:

– Como sempre fizemos nos últimos 10 anos, desde que assumimos nossa relação publicamente, estamos comemorando em conjunto tanto a pacificação desta comunidade quanto o nosso casamento, que ocorreram apenas com um dia de diferença. Sempre seremos gratos ao povo da Passista, ele nos acolheu e apoiou todas as nossas iniciativas, e nos comprometemos a lutar pelo seu florescimento assim como vocês torcem até hoje pelo nosso. Mas o agradecimento que eu quero fazer aqui é principalmente para o homem da minha vida. - e continuou, dirigindo o olhar para seu marido. - Sérgio, quando nos conhecemos você era um jovem que estava começando o Exército e eu era o responsável pelo seu treinamento. Sua eficiência e dedicação me impressionaram, e por isso convidei-o para vir comigo para cá como meu secretário sem imaginar que aos poucos você conquistaria não só a mim como minha própria família. Um dia, descobri que estava apaixonado por você, e por mais que isso me chocasse percebi que você já entrara no meu coração de tal maneira que não tinha outra alternativa senão me render ao que sentia. Enfrentamos dificuldades mas não me arrependo de nada, há mais de 20 anos que você contribui para minha felicidade, seja reforçando meu ânimo ou me ensinando coisas novas. Eu te amo. - e para reforçar o que dizia, cantou "Nature Boy" olhando diretamente para ele, como fizera no encerramento da festa da pacificação anos antes, com uma voz ainda afinada apesar da idade.

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