Capítulo 6

1.8K 192 7
                                    


 Os dias que se seguiram foram dos mais felizes para Robertinho e Enrique. Embora mantendo o cuidado de não descuidarem de suas ocupações, os dois aproveitavam os momentos e dias de folga, como fins de semana, para curtirem momentos a sós, como passeios a cavalo ou jantares a sós em restaurantes. Volta e meia também conversavam por aplicativos, nos intervalos da lida.

Você está um tesão com essa jaqueta de couro. Tive de me segurar pra não lhe agarrar e lhe levar pra um banheiro. - leu o fazendeiro no seu celular.

Safadinho você, heim? Estou no meio de uma conversa por messenger com um comprador e agora não posso me concentrar com um pau duro!- foi a resposta.

Quer que eu vá aí resolver o problema? Você continuaria a conversa, eu cairia de boca no seu pau, enquanto você discutiria números e estratégias... - não resistia a provocar o namorado um pouquinho, sentia que ele precisava aprender a descontrair.

Não me dê ideias que aí é que não me concentro mesmo! Quem sabe umas boas palmadas fariam você ter um pouco de juízo. - se era pra brincar, entraria no jogo e mostraria quem mandava.

Promessas, promessas, promessas. Mas poderia ser, eu me sentaria no seu colo, você despiria minha bunda, daria uns tapas com essa mão forte até ela ficar vermelhinha, depois passaria um creme relaxante, aproveitaria pra brincar um pouco com os dedos...

Chega, mais uma palavra e vou ter um orgasmo por combustão espontânea! Mas de noite você me paga! - e Enrique encerrava a conversa entre risadas.

E de fato diálogos assim os mantinham no grau de excitação certo até o fim do dia, quando, depois de jantarem, iam para o quarto e se entregavam aos beijos e carícias assim que fechavam a porta, não se largando nem para se despirem. Depois de nus, deitavam na cama de dossel e deixavam que a paixão os guiasse. Enrique era um amante experiente e tratava o corpo de Robertinho como se o venerasse, o que muitas vezes comovia o rapaz, e este, por sua vez, compensava com entusiasmo o que lhe faltava em vivência, e com o instinto aguçado pela constante prática ia aprendendo o que excitava mais o amante. Também começou a pesquisar na internet modalidades de sexo entre homens e, na medida do possível, os dois as colocavam em prática, como se quisessem compensar o tempo em que ficaram longe um do outro. Por fim, tomavam banho de banheira ou de chuveiro e dormiam juntos protegidos pelos lençóis e pelo dossel fechado, de conchinha, com o rosto do fazendeiro encostado na nuca do jovem, e ao acordarem na manhã seguinte recomeçavam a rotina com um "sexo de bom-dia" que os revigorava.

Mas não desfrutavam de seu tempo juntos só fazendo sexo, também aproveitavam para conversar, descobrindo afinidades, como que ambos gostavam de música de raiz e sucessos internacionais mais antigos, e que detestavam a chamada "culinária cara e metida a besta". Robertinho, mais espontâneo, contava histórias de sua infância e adolescência, além de relatar casos de trabalho do pai, da mãe e do avô, enquanto Enrique lhe falava dos livros de que mais gostava e uma ou outra história dos seus antepassados. Mas nunca falava sobre sua infância ou seus pais, o que lhe chateava um pouco, embora não demonstrasse.

Embora já se considerasse recuperado e pronto para enfrentar o mundo novamente, o assunto da retomada de sua vida estava suspenso, embora falasse com a família quase todo dia. Com o anúncio público de Enrique, pôde contar sua situação a todos e desfrutar da alegria de viver um amor que não necessitava ser ocultado. Sérgio, então, parabenizou-o por não ter de passar pelas dificuldades que ele e Roberto tinham vivenciado, mas alertou-o para não descuidar de sua vida, por mais que amasse o marido ele mesmo nunca desistira de seus projetos e seus sonhos.

– Não desisti de nada, padrinho, apenas quero me cercar de felicidade para quando tiver de enfrentar as batalhas. Não sei como vai ser, mas não abrirei mão dele. - respondeu com tranquilidade pelo celular.

A fazenda dos amantesOnde histórias criam vida. Descubra agora