Capítulo 2

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Vinícius, capataz da Jequitibá Rei

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Vinícius, capataz da Jequitibá Rei.


Enrique refletiu bastante e, no dia seguinte, chamou seu capataz, Vinícius Souza, para comunicar sobre a chegada de Robertinho e, principalmente, que este dividiria seu quarto com ele. Aos 28 anos, Vinícius era filho de seu antigo capataz e trabalhava na fazenda desde que terminara seu curso técnico de contabilidade, sendo um dos seus auxiliares de maior confiança. Era um rapaz moreno, bonito e musculoso, com cabelos negros cortados curtos, olhos castanhos e uma barba curta que tornava suas feições mais másculas, e assim que chegou ao seu escritório bateu na porta.

– Bom dia, doutor Enrique. O que deseja?

– Bom dia, Vinícius. O motivo porque lhe chamei é que conversei com meu tio, padre Ernesto, ontem, e ele me pediu para acolher aqui por algum tempo o neto de um dos amigos dele, que está passando por alguns problemas. Só que não como hóspede, e sim para colaborar com vocês nas atividades da fazenda. Exatamente por isso, vou lhe pedir para dividir o seu quarto com ele e cuidar para que não se machuque ou se meta em encrencas. Segundo meu tio, ele é um rapaz educado e sem frescuras, mas a gente nunca sabe, e eu não quero que aconteça algo com ele enquanto estiver sob minha responsabilidade. Quanto às tarefas dele, não o coloque em nada que seja exigente demais mas não o exima de trabalho, aqui não é um hotel.

– Entendo, senhor. Pode ter certeza de que me empenharei nisso. - o rosto do capataz era quase impassível, exceto por um brilho um tanto misterioso no olhar. - Mais alguma coisa?

– Sim. Por favor vá no meu quarto e pegue um dorflex pra mim, estou com um pouco de dor na coluna, acho que peguei em muito peso ontem. Depois eu ligo pra minha acunpunturista, mas tenho dúvidas se arranjarei logo um horário.

– Tudo bem, senhor. Mas se o senhor quiser eu lhe faço uma massagem, com certeza será mais eficiente.

– Eu lhe agradeço, rapaz, mas não há necessidade, prefiro cuidar do assunto eu mesmo. - disse o fazendeiro com uma expressão levemente fechada.

– Mas não seria nada de mais, senhor, apenas um favor de um colega de trabalho a outro.

– Vinícius. - e nesse ponto Enrique adotou uma expressão mais compreensiva. – Ambos sabemos que não é o caso. Você é um bom rapaz, dedicado e atencioso, e fico feliz em saber que posso sempre contar com você. Mas nunca vai haver mais nada entre nós. O que aconteceu sete anos atrás foi um erro da minha parte, eu estava deprimido com o aniversário de 20 anos de morte da minha mãe e acabei aceitando seu oferecimento de ao menos por alguns instantes aliviar minha angústia. Foi bom? Foi. Mas eu me aproveitei de você e não foi certo.

– O senhor não se aproveitou de mim, doutor, eu já era maior de idade e estava consciente de que o senhor não procurava nada sério. O que eu não queria era perder a oportunidade em que finalmente o senhor notou que eu não era mais um menino. - nesse ponto a voz de Vinícius era firme mas traía alguma emoção, enquanto recordava as noites que eventualmente passaram juntos durante dois meses antes de Enrique ter uma crise de consciência e interromper o caso deles.

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