Capítulo 4 Amar não é pecado

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X: Luciana? —A voz era grave.

—João? —A voz falhou.

—O que faz aqui? —Estava confuso.

—E... Eu na... Eu não posso deixar você ir! —A voz trêmula assustou João.

Aconteceu alguma coisa?  Estava preocupado.

Aconteceu! —Disse o olhando.

—Foi com o Padre Tenório?
—Se preocupou.

—Não foi com ele, foi comigo. —O olhou.

—O que houve? —A analisou com o olhar.

—Eu não posso mais viver sem você! —Soltou as palavras.

—Como? —Pensou ter escutado errado.

—Eu não posso e não consigo viver sem você! —Chorou.
Por favor, não me abandone outra vez. —A voz falhou. 

—Mas eu... —Estava aturdido.

Luciana buscou ar e o encarou.

—Eu não posso deixar você ir, sem antes saber que...

Uma reclamação dos outros passageiros a interrompeu.

—Luciana você precisa voltar para casa, nós nos comunicaremos por telefonema. —A olhou sem jeito.

—Não, eu preciso de você aqui! —Exclamou.

—E para quê? —Pausou. —Eu só te faço sofrer. —Os olhos encheram de lágrimas.

—Você não me faz sofrer, por favor fica! —Suplicou.

—Sinto muito, mas eu não posso! —Se afastou de Luciana. —Adeus!

João começou a caminhar, estava prestes a passar da porta quando ouviu.

—Eu te amo João da Cruz! 
—Gritou. —Por favor fica! 
—Suplicou.

João paralisou com o que ouviu. Todos estavam confusos e admirados com a situação. João se aproximou.

—O que você disse? —Queria ouvir novamente para ter certeza.

—Eu te amo João! - Disse com o tom mais doce que dera na vida.

—Você me...

—Amo! - Sorriu o olhando. 

—Isso é...

Luciana o abraçou fortemente e sentiu João lhe apertar no abraço.
Tudo no mundo sumiu, pessoas, voz, pecado, certo, errado, tudo.

Apenas a voz de seus corações se podia ouvir. João fechou os olhos deixando lágrimas caírem. Mas era a emoção se fazendo presente. Seu amor por Luciana era mais forte do que tudo, e não podia partir e deixar o seu amor para trás. Uma voz dentro de sí o dizia que ele deveria lutar por sua felicidade ao lado de Luciana.
Sentia que precisava cuidar de seu amor, e que ambos não poderiam mais viver longe um do outro.

—Lu..Luciana..
Ele a olhou entre o abraço. Sua voz saía trêmula pela emoção. Lágrimas escorriam por suas faces.
—E..eu..também não posso viver sem você..
—Ele a abraçou mais uma vez. O abraço foi longo e transmitiam para todos o quanto necessitavam um do outro.

—Eu te amo, te amo!
—Luciana falou entre lágrimas de emoção.

—E eu muito mais Luciana! Minha Luciana... —Ele falou entre um largo sorriso enquanto a apertava no abraço.

João já não se importava  com o julgamento que pessoas pudessem fazer. Já não sentia medo e nem vergonha de amar, nem tão pouco sentia que era pecado.

O privilégio de amar -Luciana e João da Cruz  Onde histórias criam vida. Descubra agora