Capítulo 17. Triste notícia

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Em meio aquela terrível agonia, Cristina ouviu algo mexer entre as árvores que tinha do outro lado da estrada. De imediato foi ver o que poderia ser e acabou se deparando com o "corpo da mãe," cheio de sangue. João se assustou ao ouvir o grito da filha e logo correu até o local.
Ao ver aquela cena ficou em choque, porém naquele momento sentiu uma pequena esperança de que seu amor pudesse está viva.

Se aproximou devagar, cada passo que dava pedia a Deus para que suas esperanças não fossem frustradas e quando finalmente conseguiu ficar diante dela, sentiu seu corpo desmoronar e a abraçou com desespero, colando o rosto no sangue que banhava a bela face de sua amada.

***

Horas depois Luciana se encontrava em uma mesa de cirurgia. A tensão era visível no olhar de cada médico, que fazia todo possível para salvá-la.

***

*Sala de espera*

Cristina abraçava Víctor com força e Artêmio a Elizabeth, essa chorava sem consolo pela morte do pai.
Nesse momento João se encontrava em uma sala de oração, ajoelhado ele pedia a Deus que salvasse Luciana.

***

As horas se passaram lentamente. Víctor e Elizabeth tiveram a oportunidade de se despedir do pai e esse momento foi para eles o pior que já vivenciaram na vida. Agora só lhes restava uma pequena esperança de que a mãe saísse com vida daquela sala de cirurgia.

***

Depois de muita espera, finalmente um médico aparece. De imediato todos se levantam perguntando por Luciana e ficam apreensivos com a expressão pesada no rosto do médico, que respira fundo antes de dizer.

—Não trago boas notícias.
—Foi direto.
Logo todos o indagaram nervosos.

...Devido a forte pancada na cabeça, a Luciana sofreu um traumatismo craniano e...
—Fez uma pausa.
—Infelizmente ela entrou em coma.

Essas palavras foram para cada um deles como um tiro no peito.

***

Algumas horas depois...

João andava impaciente pelo corredor. A ansiedade era agoniante em seu peito. As mãos suavam mais do que o normal. Sentia as batidas do coração ficarem cada vez mais fortes e todo corpo parecia está congelando. Finamente chegou sua vez de entrar naquele quarto mas parecia que as pernas queriam travar a cada passo que dava para chegar até a porta.
Suspirou pesado ao ver Cristina, Elizabeth e Víctor saírem daquele quarto com seus semblantes arrasados pela imensa dor que sentiam.

*UTI*

João parou diante da porta e uma enfermeira avisou que ele teria de ser breve no quarto, já que o horário de visitas estava acabando. Ele apenas assentiu com olhar triste e assim que a enfermeira saiu, ele se aproximou do leito da amada.
Ao chegar ao lado da cama, ele buscou ar e apertou os lábios com força tentando conter a vontade de chorar mas isso era algo inevitável.

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Ver Luciana naquele estado era como se uma parte dele tivesse sido arrancada da maneira mais cruel possível

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Ver Luciana naquele estado era como se uma parte dele tivesse sido arrancada da maneira mais cruel possível. Tudo parecia um pesadelo no qual ele só queria acordar e perceber que nada tinha sido real. Não podia ser possível que depois de ter lutado contra tudo e todos para ficar com Luciana as coisas terminassem assim, de uma forma tão trágica.

—Luciana... —Falou com dificuldade. —M..meu amor, estou aqui com você.
—Segurou a mão e acariciou a mesma.
—E..eu te disse que sempre estaria ao seu lado... Que sempre a protegeria...
—Buscou ar mais uma vez.  —M..me perdoe por não ter feito isso no momento que você mais precisava... Por não ter conseguido te salvar do André... —Soluçava em prantos.

***

Alguns dias depois...

*Orfanato menino Jesus*

Depois de muita insistência do padre Tenório, João fez um esforço e conseguiu voltar a dar aulas as crianças.
Fazia isso nos horários que não podia está ao lado de Luciana no hospital, mas seu pensamento sempre estava ligado a ela. Na maioria das vezes as crianças chamavam a sua atenção quando ele parava com as explicações e ficava com o pensamento longe.

...

*No pátio*

—Tio João, o senhor está assim por causa da sua noiva não é?
Uma meninazinha perguntou sentando-se ao seu lado no banco e o abraçando.

—Sim Clarice. —Respondeu ele tentando engolir o choro.

—Eu não gosto de te ver triste. —Ela pediu com os olhinhos preocupados.

—Eu também não gosto de te ver triste. —Ele falou tocando de leve no rostinho dela, que sorriu fraco.

—Eu quero que saiba de uma coisa. —Ela falou segurando nas duas mãos dele. —Estava só esperando a aula acabar para te contar.

João a olhou interrogativo. 

—E o que você quer me dizer? —Perguntou ele curioso.

Clarice abaixou o olhar por um instante e fixou nas mãos de seu professor. Ele ainda usava a aliança de noivado e ela sorriu olhando a mesma antes de voltar a olhar no rosto dele, que ainda a olhava curioso.

—Ontem a noite... —Ela começou em um tom suave.
—Eu sonhei que você e a Luciana se casavam.

Ao ouvir isso João ficou atônito. Automaticamente seus olhos marejaram e seu coração disparou pela emoção de ouvir aquelas palavras.

O privilégio de amar -Luciana e João da Cruz  Onde histórias criam vida. Descubra agora