Capítulo 16.

71 2 8
                                    


Ao chegar no estacionamento, Luciana teve uma sensação estranha, era como se alguém observasse seus passos. Parou um tanto assustada e logo em seguida se virou para ver se tinha alguém por perto.
Respirou fundo ao perceber que era apenas impressão e continuou seguindo até seu carro.

Ao fazer isso sentiu sua boca ser tampada bruscamente por trás e tentou gritar.

—Caladinha aí! Não precisa ter medo...

Aquela voz era inconfundível.
Seus gritos saíram abafados em meio ao desespero que sentia.

—André? —Pensou em pânico.

—Abra o carro! —André exigiu soltando a mão que tampava a boca e tirou um objeto de dentro do bolso.

Nesse momento Luciana tentou gritar, mas ficou em choque ao sentir uma arma sendo apontada contra seu rosto. 

—O.. o que você vai fazer? 
—A voz saiu embargada em meio ao choro. 

—Eu já disse para ficar calada!! —Gritou. —Vamos!! Abra esse carro agora mesmo!

Luciana não viu saída se não obedecer.

Nesse mesmo instante, ambos pararam ao ouvir gritos. André se assustou ao olhar para trás e ver que João e Cristina corriam na direção deles.

—Luciana!! —João gritou com ar assustado.

—Mãe!! —Cristina estava atemorizada.

Luciana ao ver a filha e o noivo correrem em sua direção se atemorizou. Temeu que o pior pudesse acontecer à eles e só de pensar nisso o coração disparou no peito.
Porém antes que eles conseguissem alcançá-los, Luciana sentiu o corpo ser jogado para dentro do carro.

...

Cristina se desesperou ao ver a mãe ser levada por André, que dirigiu como louco. 
Sem perder tempo, João entrou com a filha em seu carro e os seguiu.

Ambos em alta velocidade.

CONTINUAÇÃO...

Luciana sentia o corpo tremer, a sensação de desespero era constante em seu coração, olhava para trás a todo instante. Quando olhava para André não o reconhecia, aquele homem já não era a pessoa com quem se apaixonou, ali em sua frente era um monstro abominável.

O que eu te fiz? —Perguntou tentando entender tudo aquilo.

—Você me trocou por um padreco! -André gritou irado.

Ma... Mas você me traiu primeiro... E você sabe o quanto odeio traição! —Estava inconformada.

—Mas eu me arrependi! -Ele a olhou.

—E eu não te perdoei e nunca irei perdoar! —Gritou nervosa.

—Você já não tem escolha querida, agora você será minha para sempre! —Falou ele maquiavélico. 

Luciana sentiu um arrepio fortíssimo em seu corpo, aquela situação estava caminhando para uma tragédia. André para provocá-la começou a passar a mão em sua coxa, Luciana entrou em total desespero, não iria permitir que André lhe ferisse desse modo.

—Para com isso, me deixa em paz! —Tirou a mão de sua perna.

—Você é minha, só minha! 
—Disse malicioso.

—Eu fui sua, hoje não sou mais! —Disse irritada. —Entenda de uma vez que já não sou mais sua! —Gritou.

—É sim! —Rebateu.

Luciana olhou mais uma vez para trás e sentiu um aperto forte, quando olhou para frente, viu que André direcionou o carro para outra cidade, de repente teve uma estranha reação, iria lutar contra André. O carro começou a fazer zigui-zague na pista, João estranhou completamente, seu coração apertou.

—Minha filha reze por sua mãe, o André está completamente insano!
—Pediu aflito.

Cristina obedeceu ao pai, fechou os olhos e com todo o seu coração pedia a Deus que a livrasse, sentia também um aperto grande no peito. Luciana puxava com força o volante do carro, André tentava tirá-la mas era quase impossível, os olhos dela continham uma ira fora do comum, queria se salvar daquele homem.
Pediu para Deus um sinal, e no momento em que André tirou suas mãos do volante, olhou para a porta do carro e teve uma ideia, tirou o cinto de segurança, e abriu a porta do carro, tentou sair mas sentiu o braço ser puxado. João da Cruz e Cristina entraram em desespero assim que viram Luciana tentar sair do carro, aquilo era aterrorizante. André segurava com firmeza os braços de Luciana, e esqueceu do volante.

—Cuidado!!! —Ela gritou  desesperada.

O carro chocou-se fortemente contra o muro de arrimo da estrada, Luciana foi arremessada para fora, já que estava totalmente sem segurança. André estava consciente e sentiu um cheiro forte de gasolina, não demorou muito e o carro explodiu.

—Luciana?! —João Gritou em desespero.

—Mãe?! —Cristina também gritou.

João da Cruz saiu do carro correndo, não queria acreditar que sua amada tinha lhe deixado, o desespero foi tão forte que João tentou abrir a porta do carro.

—Pai, não faça isso! —Cristina pediu em prantos. 

—Eu não posso perdê-la, não agora!
—João também chorava inconformado.

***

*Mansão Duval*

Elizabeth estava com a filha e a sobrinha na sala. Tentava não deixar transparecer sua tristeza pelas coisas que estavam acontecendo entre seus pais. Nesse momento seu pai devia está viajando e não sabia quanto tempo ele ficaria longe dela. Estava tão magoada com ele pelo que fez com a sua mãe, mas era o seu pai e o amava mais do que a si mesma. Como queria que ele encontrasse a felicidade e deixasse sua mãe viver em paz.
As crianças a interromperam de seus pensamentos ao perguntarem por ele, estavam sentindo sua falta na casa,  principalmente a pequena Lucianinha que era apegada ao avô.

Nesse momento Elizabeth tentou explicar a elas que o avô teve que fazer uma viagem, mas sentiu as palavras travaram em sua boca em meio a um forte aperto que sentiu no peito, era como se algo muito ruim estivesse acontecendo naquele exato momento.

O privilégio de amar -Luciana e João da Cruz  Onde histórias criam vida. Descubra agora