Passo número 2 - Seja genuína (Parte 1)

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A vida é imprevisível. Os melhores amigos, por outro lado, são completamente previsíveis. Entendi exatamente o que acontecera. Edmund parecia dividido entre o desconforto e a diversão. Havia um brilho de cumplicidade no olhar de meu melhor amigo, semelhante ao olhar que Edmund dava a ele. Estava óbvio! Pelo histórico que tenho com homens e pelo histórico de Nick, já sabia em que me metera, mesmo sem querer. E já sabia como seguir o papel que fora proposto por Nicholas.

— Olá, Edmund. — Disse, sorrindo de forma polida. Quase como se eu tivesse ensaiado. Ele deu um sorriso obviamente ensaiado, mas não com a mesma intenção que eu tinha. O sorriso dele era sedutor, pelo menos era o que ele pensava. Realmente era atraente, mas eu não cairia nessa.

— Olá, Amy. — Ele disse meu apelido e deu uma piscadela, como se eu tivesse lhe autorizado a ter tamanha intimidade. — Nick me falou muito sobre você. — Comentou com certa rouquidão. Olhei para meu melhor amigo, curiosa. O dedo do meio estava sobre o indicador, mesmo sob a luva. Os famosos dedos cruzados para dar sorte! Se eu não tivesse certeza da situação antes, eu certamente teria após observar essa cena. Nick é um ótimo amigo, mas é um apostador compulsivo. Estava óbvio que ele apostara algo com Edmund, algo que envolvia algum tipo de reação por minha parte. Eu só não sabia qual.

— Ele tem esse costume mesmo. — Comentei, cruzando os braços.

— De falar dos amigos? — Edmund arriscou.

— De falar, principalmente se for sobre mim. — Suspirei. Os dedos do meu melhor amigo continuavam cruzados, indicando que eu ainda não fizera o que era esperado.

— É claro! Você é minha melhor amiga! — Nick se pronunciou, quase como se estivesse tentando se defender. — Estranho seria não falar de você.

— Estranho seria você não falar, seu tagarela! — Apontei, cutucando seu braço.

— Você me ama da mesma forma!

— Não diga tamanha blasfêmia!

— Sua intelectual rude!

— Tagarela sentimental! — Retruquei. Edmund apenas nos observava, parecendo não entender muito bem como nosso relacionamento funcionava.

— Caramba! Acabei de ver as brigas que tenho com meu irmão mais velho! — Edmund comentou com entusiasmo. Então se preocupou em me observar, por longos segundos. Foi desconfortável, aliás. — Você é mais bonita ainda de perto, Amelia.

— E você, por acaso, já me viu antes? — Agora sim eu tinha vontade de iniciar uma conversa. Gostaria de saber como ele me conhecia.

— Estudamos na mesma universidade, estranho seria não ver seu rosto por aí. — Sorriu. Com essa frase foi que percebi que seu sotaque era diferente do de Nick. Seria de outra área dos Estados Unidos? Ou de outro país, assim como eu?

— Então eu sou estranha, porque nunca te vi. — Não pude perder a oportunidade de dizer isso.

— Ouch! — Nick riu, divertindo-se com a cena. Os dedos ainda cruzados. O que faltava?

Realeza Assistida (Completo na Amazon)Onde histórias criam vida. Descubra agora