Nós podemos acreditar!

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28 ° capítulo
- Liliana Lovatti Hernani, você aceita Rodrigo Campos Victtorio como seu legítimo esposo?
Um lindo sorriso apareceu no meu rosto antes do sim. Mas desapareceu quando ouvi aquela voz.
- Liliana! Não!
Eduardo entrou correndo pela igreja, tropeçando nos próprios pés, tanto que caiu, rolou e no final, estava ajoelhado aos meus pés, com os olhos vermelhos e lágrimas espalhadas por todo o seu rosto.
- O que esse canalha está fazendo aqui? -Rodrigo silibou para mim, mas eu dei de ombros. Eu não sabia.
Dalila que achava graça em tudo estava rindo feito boba, mas Alana tentava controla-lá.
- Liliana, nós passamos dez anos juntos, você... vocês... nós nos amamos!
- O que este rapaz está fazendo aqui? -perguntou o padre.
- Você não vai estragar o casamento do meu filho! -seu Sérgio falou, e quase partiu para cima de Eduardo.
- Realmente, ele não vai! -Rodrigo ameaçou retirá -lo da igreja pelo colarinho.
- Não! -falei, por fim- Padre, pode nos dar um minutinho? -Rodrigo olhou para mim com uma cara muito fechada. Aí meu Deus...
- Sejam breves.
Arranquei Eduardo do chão e fui arrastando ele até a sacristia, onde não tinha ninguém.
- Onde você está com a cabeça? -fechei a porta.
- Em você, você, Liliana. Eu te amo, te amo.
- Acontece que você prefiriu a Thalia. Deu tudo à ela, até nosso filho ela conseguiu subornar. Agora, você chega aqui, atrapalha o meu casamento -comecei a me alterar- e acha que está tudo bem? Que eu vou voltar para você depois desse show?
- Liliana, você precisa entender que eu te amo...
- Eu te amei! -gritei, enchendo meus olhos de lágrimas e sentindo minhas mãos tomarem consistência de uma amoeba- E eu fiz de tudo para mostrar, fiz de tudo para falar, e quando eu consegui... você me deu de presente aquela vagabunda na minha cama! -então ele olhou para minha barriga- Você já acabou comigo uma vez, não vai acabar de novo.
- A nossa filha... a Dalila... nossa, nossa filha...
- Esquece.
- Liliana, eu nunca amei tanto uma mulher como eu amo você. Nosso casamento no cartório, nossos momentos com o Samuel, um ajudando o outro... Liliana, volta para mim...
- Não, Eduardo. Acabou. Agora eu tenho uma família que me ama, que cuida de mim. Eu estou feliz, Eduardo. Se você realmente me ama, por que não me deixa ser feliz?
- Tudo bem. -ele se levantou- Rodrigo pôde te dar uma família. Eu, não. Nunca poderei. Sinto muito, muito Liliana.
- Você sabe a minha vida inteira, Eduardo. Sabe que eu sempre sonhei em ter o colo de uma mãe...
- Eu passo por isso todos os dias também, se você não sabe. Mas eu entendo. -fechou os olhos- Você o ama. Eu te amo. Sabe onde me encontrar, caso você... decida voltar para a sua casa.
- Minha casa é aqui.
- Não, minha doce carioca. -passou a mão na minha bochecha, antes de sair- Eu te amo...
E saiu. Saí logo atrás e voltei para o altar, segurando minhas emoções, e tudo que eu tinha acabado de ouvir.
- Se resolveram? -o padre perguntou.
- Melhor do que imaginei. -dei de ombros- Será que eu posso falar sim para o meu marido?
Rodrigo sorriu, sorri para acompanhá-lo. O Padre deu continação a cerimônia e eu finalmente disse sim. Foi melhor do que imaginei.
- Eu vos declaro agora, marido e mulher. Pode beijar a noiva. -o padre sorriu e nos deu a bênção final.
Rodrigo uniu nossas mãos e nós nos beijamos, serenamente. Minha barriga estava imensa para ele se aproximar de mim, e olha que eram apenas três meses de gestação. Sim, nós teríamos gêmeos! Após muitas tentativas, nós conseguimos um par de bebês, lindos e saudáveis.
Fomos aplaudidos e saímos da igreja com uma chuva de arroz, feita pelos padrinhos e madrinhas que escolhemos a dedo. Entramos no carro e finalmente pude respirar. Eu estava prendendo o ar e nem percebi.
- Espero que ele não tenha estragado o nosso dia... -fez carinho na minha bochecha.
- Não... -coloquei a minha mão por cima da dele- Ele não estragou. Ele só viu a mulher que ele perdeu e tentou correr atrás no final dos acréscimos. -Rodrigo riu- Agora vamos esquecer ele, temos uma festa linda nos esperando e uma linda viagem para frente. -sorrimos juntos.
A festa foi incrível. Desci até o chão diversas vezes com Alana, rebolei com Rodrigo, ele me "sarrou" quando pôde, e isso nos fez rir tanto... uma verdadeira festa de casamento. Assim que fugimos, troquei de roupa e fomos para o aeroporto, com direção ao Hawaii.
- Cê não sabe o quanto eu estou louco para consumar esse nosso casamento!
- Já já estaremos fazendo isso no meio da praia. -mordi o lábio inferior.
- Ah, Liliana... -me puxou para um beijo.
Demos as mãos e fomos dormindo, pois o cansaço era muito, principalmente o meu, grávida.
Nossa lua de mel foi perfeita, nós consumamos o casamento realmente, no meio da praia, a luz do dia, nos entregando de paixão um pelo outro. Esqueci de tudo que me prendia no Brasil, toda a minha história, todo o peso que eu sempre carreguei e me deixei ser amada, me deixei ser feliz e livre uma vez na vida.
- Aproveitando a vista? -Rodrigo falou, enquanto me abraçava por trás.
- Sempre. -sorri de lado- É linda, e... -suspirei- mágica...
- E só sua. -beijou meu pescoço- Vou deixar vocês à sós.
- Não... -segurei a mão dele- Fica comigo... é nossa lua de mel, e quando voltarmos amanhã, nossa vida... nós... -balancei a cabeça- O nosso futuro é feito de mais dois bebês... -coloquei a mão dele sobre a minha barriga- E o nosso tempo?
- Você está com medo?
- Muito.
- Não precisa, meu amor. Dividiremos todo o nosso tempo para as crianças, nosso emprego, para nós...
- Você promete?
- Prometo. -sorriu, me puxando para um beijo, quente e cheio de amor. (...)
- Mamãe! -Dalila correu para o meu colo, e eu a segurei, enchendo seu rostinho de beijos, matando a saudade da minha bonequinha.
- Oi minha princesa!
- Amor, não pode... -Rodrigo começou.
- Nem vem, estou morrendo de saudade da minha garotinha.
- Papai! -ela abriu um sorriso lindo, esticando os braçinhos para ele- Dade!
- Papai também! -beijou a bochecha dela- Ei vovô!
Cumprimentamos Sérgio, Marta e Mila, que estavam lá em casa para cuidar de Dalila durante as duas semanas que passamos longe, duas semanas somente para nós dois.
- Agora vamos deixar vocês à sós, para se aconchegarem... -Marta falou.
- Eu agradeço, de coração, por tudo que faz por mim...
- Minha querida... -acariciou meu rosto- Você é a minha terceira filha, mãe da minha netinha e está esperando mais dois! Não é favor, é dever. Você é a minha família também!
- Eu te amo. -abracei Marta. Do jeito que pude, escondi minhas lágrimas de gratidão à ela. Aquela mulher era a minha mãe, a mãe que eu pedi desde que perdi a minha, e ganhei. E daqui para frente, seria muito melhor!

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