17 - Dar as Caras

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- Mallya on-

  - Eu amo seu sorriso. - Comentou Tae encostando sua testa na minha e eu senti minhas bochechas esquentarem um pouco.
  - E eu amo o seu. - Admiti levando meu sorvete de flocos até a boca e o saboreando. Estava quase no fim, o Tae já havia terminado o dele e agora me abria um sorriso quadrado cheio de vida. Depois de duas idas a montanha russa eu ainda estava achando uma ótima ideia nós termos parado, sentados num banco perto da área dos restaurantes e diante do carrossel, descansando antes de partir pro próximo brinquedo, que tínhamos em mente o próprio carrossel.
  - Você ama muito mais além do meu sorriso... - Disse ele, mudando o aspecto de seu sorriso para um sorriso de lado cheio de malícia e se aproximando de mim, abaixei meu sorvete e senti minha respiração se alterando.
  - E o que eu amo...? - Perguntei provocativa e Tae se aproximou mais, quase colando seus lábios nos meus, foi então que ele passou a língua nos lábios, para umidece-los, e eu eliminei a quase inexistente distância que havia entre nós dois. Tomando seus lábios com intensidade, enquanto ele me recebia com ferocidade. Num beijo apaixonado e cheio de desejo que me fez lembrar o que tinha acontecido no vestiário daquela loja no shopping, a maneira que meu corpo aqueceu e estremeceu quando eu me lembrei disso me deu uma imensa vontade de gemer, só o pensamento das mãos dele me deixou extasiada e sentindo uma falta de fôlego crucial. Pelo menos até eu sentir sua mão tocando na minha cintura, encravando os dedos na minha pele com pocessividade e precisar me afastar por um breve instante para arfar. Eu não sabia mais se era o calor do dia ou o meu calor que estava tendo maior efeito sobre mim.
  - Está tão sensível assim Mally...? - Perguntou Taehyung me provocando com sua língua no meu pescoço e eu mordi meu lábio e o afastei calmamente, tentando preservar o que restou da minha sanidade mental.
  - Tae... - Respirei fundo levando o sorvete a boca para tentar controlar os batimentos acelerados do meu coração - Estamos num local público. - O relembrei e ele sorriu.
  - Melhor ainda, assim todos saberam que você é somente minha. - Falou Tae e eu ia abrir um sorriso pra ele, tinha terminado meu sorvete e até pensava em beija-lo novamente, mas uma figura se esquivando no meio de uma multidão chamou minha atenção. Ela parecia bem irritada, e tinha uma marca vermelha no rosto e no pescoço - Mallya? - Tae me chamou preocupado ao perceber que eu havia ficado séria e eu cerrei os punhos. Sem dizer nada eu me levantei e fui de encontro a Alícia, Taehyung veio junto, e assim que eu a alcançei ela segurou meus braços, e eu os dela, olhando agora com mais nítidez as marcas, marcas de dedos na garganta e no rosto.
  - Acho melhor irmos embora. - Falou a Alícia e eu vi a perturbação que tomava seus olhos, ela estava prestes a perder a cabeça, eu não fazia ideia do que tinha acontecido, mas sabia quem tinha causado, só havia um nome pra explicar aquela situação, Mark.
  E ele estava vindo, andando apressado no meio da multidão, com as mesmas marcas se destacando na pele pálida. Um tapa, e uma tentativa de esganar, estava bem claro quem tinha feito o que, e eu sabia que a Alícia não faria nada se não tivesse motivos. Meu sangue ferveu, eu soltei a Alícia e fui de encontro a ele.
  - Não é hora pra conversar Mallya. - Mark tentou me alertar com os olhos dominados pela fúria quando me aproximei e eu peguei ele pelos colarinhos e cerrei os punhos na gola de sua camiseta. Espantando algumas pessoas que estava por perto, mas eu estava furiosa demais pra me importar com a opinião dos outros. Queria esmurrar Mark até quebrar todos os ossos de seu corpo, mas não podia por causa da Alícia e isso estava fazendo meu sangue queimar adrenalina dentro das minhas veias.
  - Cala a boca! - Bradei nervosa e cerrei ainda mais meus punhos, queria esganar ele, até vê-lo ficar sem ar, ver ele se debater e morrer. Queria mata-lo. Matar! Matar! Matar! Isso ia resolver, se eu simplesmente desse um fim nele poderia resolver todos os meus problemas, eliminaria uma grande ameaça! Mas não dá pra fazer isso sem afetar a Alícia!!! Tem que haver um outro jeito.
  - Alícia precisamos conversar. - Mark tentou manter a calma e eu nem precisava olhar no rosto dela para ver, o ódio estampado em sua face, a raiva que ela tentava conter pra não machucar ninguém, pra simplesmente não perder a sanidade de uma vez por todas. Tinham várias pessoas olhando, algumas assustadas, mães afastando seus filhos da confusão e eu pude ver alguns seguranças nos avistando, já se preparando pra se aproximar. Meu sangue parecia que ia explodir, subindo pros meus ouvidos a ponto de me deixar surda, tanto que só fui perceber que o Tae estava ne chamando quando ele intercedeu a briga, tirando Mark das minhas mãos, eu ainda não estava ouvindo o que ele estava falando, só conseguia ouvir meus batimentos, explodindo nos meus tímpanos, pelo menos até escutar um grito estridente e apavorado vir da multidão, e então escutar ossos se quebrando. A Alícia estava do meu lado quando aconteceu.
  De cima do carrossel, do telhado do brinquedo havia caído uma garota seminua, com as roupas ragasdas e cheias de sangue. Diante dos nossos pés, envolta numa poça de sangue que começava a se formar por causa do baque com o chão e o pescoço quebrado. E logo em seguida uma rosa, mestiça de branco e vermelho caia sobre o corpo, o que fez todos olharem pra cima e avistarem um homem, jovem, com uma máscara no rosto. Era ele. O Gap Dong se relevando pela primeira vez.

PRISON IIOnde histórias criam vida. Descubra agora