- Mallya on-
Suspirei e levantei os braços me espreguiçando involuntariamente enquanto Tae continuava agarrado ao meu quadril, seu peitoril contras as minhas omoplatas e seu rosto encaixado entre a curvatura do meu ombro e pescoço. Sentir sua respiração na minha pele era delicioso comparado ao leve toque salgado que a brisa batia contra o meu rosto, bagunçando meus cabelos com ternura. Parecia surreal demais, como um paraíso comparado ao inferno do labirinto ontem a noite.
- Mally... - Tae chamou e eu respondi um "hum" meio manhoso, amava seu toque, mas desde ontem ele parecia estar pocesso sobre o meu corpo e a mim, e isto estava me deixando um pouco... Desconfortável. Como se estivesse sendo esganada lentamente, como um pássaro preso em uma gaiola - O que houve ontem? - Indagou e eu baixei os olhos, assim que Huoyan surgiu em minhas vistas eu pigarreei, avistando a facilidade do Dragão de divertir com areia, brincando e chutando com as garrinhas areia de um lado para o outro, como se pudesse criar uma barreira para as leves ondas rasas não alcançarem seus pés.
- Tae eu... - Comecei, tentando ser o mais delicada possível com o assunto, e as memórias do que aconteceu depois do anime me rodearam, o Tae e eu numa conexão tão envolvente, nos divertindo, explorando o corpo um do outro. O calor e a eletrizante energia que pareciamos dispor para se entender naquele momento. Os beijos acalorados e cada toque. Até ele começar a tirar a minha roupa e eu pular pra fora da cama como se ela estivesse em chamas. Não era culpa dele, mas sim daquela vaca que ficou no labirinto, ela havia me deixado confusa, e por isso eu não sabia mais se o Tae...
- Eu te machuquei? Aquele dia no shopping eu fui bruto demais com você? - Tae perguntou e foi tão direto que eu contive um engasgo, me esforçando para conseguir pensar em alguma maneira de sair do assunto, não queria pensar mais naquilo, muito menos falar sobre, isso só me lembrava do que aconteceu no labirinto, e eu já estava com problemas demais pra me ocupar me preocupando com isso também.
- Tae eu só... - Tentei novamente esclarecer o que estava acontecendo e Tae me interrompeu de novo, agora me obrigando a me virar de frente pra ele, e quando meus olhos se encontraram com os seus minha coragem de contar pra ele o que aconteceu no labirinto se esvaiu, indo embora cada vez mais rápido, como água quando escorre entre os dedos abertos e então vai embora.
- Mallya eu achei que você estivesse gostando, se eu fiz algo que te machucou eu preciso saber pra não fazer mais. - Pediu Tae angustiado e eu suspirei nervosismo.
- Tae por favor! - Alterei a voz e ele parou de falar sem parar, me dando um pouco de fala também, mas eu já não queria mais falar sobre o assunto, só o pensamento do labirinto, das palavras daquela mulher que ecoaram numa lembrança na minha cabeça foram suficientes para me fazer desistir. "Acha mesmo que as memórias que o anjo te mostrou eram reais?"
- E-Eu só não acho que estou preparada ainda. - Me expliquei, e senti um peso no peito ao dizer isso. " Ele estava te enganando, só fez aquela ilusão na sua cabeça porque queria te levar pra cama, e lentamente você está se entregando pra ele sem nem perceber..." - Eu não quero, agora. Quando acontecer eu quero estar preparada, entende? - Perguntei e ele assentiu, abrindo um sorriso compreensivo.
- Claro Mally, vamos esperar o tempo que for necessário, não precisamos apressar. - Sussurrou Tae, colocando meu rosto em suas mãos e então me deu um selinho, alguma coisa em seu tom de voz me deu a impressão de que ele estava aliviado com o que eu falei, mas não pensei muito, ele já havia me virado outra vez para contemplarmos o nascer do sol.
E aos poucos, aquela vista me trouxe uma sensação de calma, aliviando a tensão no meu corpo e na minha mente, como se pudesse tirar muitas de minhas preocupações. Simplesmente como se nada mais importasse, como se as coisas de ruim não existissem e se existissem logo são dissipadas com o início de mais um dia. Gritando pra mais uma jornada.- Alícia on-
- Não acha perigoso demais andar com essa coisa pra todo lado como você anda fazendo ultimamente? - Indagou Mark apreensivo no volante enquanto eu me encarregava de abastecer as balas do revólver.
- Não. Me sinto bem mais garantida com ela. - Respondi com naturalidade e quando comecei a guardar a arma na cintura ele estacionou o carro na frente da delegacia, logo atrás estava o Tae e a Mallya na moto, estacionando também.
- Você ainda quer matá-lo? - Perguntou Mark, e eu me virei para encara-lo por um instante.
- Por que tanto receio?
- Porque se você errar pode acabar matando a pessoa errada, e eu não quero que você carregue uma culpa como essas pelo resto da vida. Você nunca mais esquece o rosto da pessoa. - Mark explicou com os pensamentos distantes, algo no seu olhar pareceu assombra-lo de repente, mas desapareceu tão rápido que eu mal pude assimilar o que era.
- Você já matou alguém. - Falei, mais uma afirmação do que uma pergunta e ele olhou pra mim novamente.
- Vamos. - Mark disse e então abriu a porta do carro pra sair.Quando estava prestes a chutar, sim eu ia chutar a porta do escritório do meu pai, no meio da delegacia. Um homem fardado, bem mais alto do que eu, e bem forte abriu a porta. Analisando eu e a Mallya de cima a baixo como se houvesse algo de errado. Aparentemente era um agente do FBI, bem intimidador. E isso só podia significar uma coisa:
Ferrou!
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PRISON II
HororLaços e mortes ocorreram, mas o serial killer ainda está solto em Helltown, e após cumprir a trégua temporaria dos pais, as detetives Alícia e Mallya tiveram que sair por cinco dias de suas rotinas pra descansar, mas isso não quer dizer que elas vão...