Na riqueza e na pobreza

Capítulo 10

 — Como se eu fosse entrar na dele, para mim já está ótimo se ele não ficar de palhaçada pra cima da minha mulher e ele com certeza não vai fazer isso na frente da namorada.

— Isso não importa, eu não o queria por perto – ela fala frustrada. – Que situação chata!

— É só fazer como eu, ignora.

— Você não ignorou ninguém, Vítor! – ela fala irritada. – Pelo que me lembro, bateu de frente, o encarou.

— Se for pra brigarem por causa do meu irmão, é melhor a gente ir para outro lugar.

— Gente, relaxa aí, estamos aqui para nos divertir – Hugo fala sereno.

— Não vou me divertir com o meu ex por perto. Pior, se bem o conheço, ele vai ficar provocando o meu atual – ela diz a última parte em um sussurro.

— Sofia, eu posso falar com ele se...

— Agora ele já foi buscar a namorada.

— Senta aí e come, Sofia.

— Você é um idiota. – Ela senta e bufa.

— Eu não vou deixar que ele atrapalhe a nossa noite – Bianca fala sentando-se e o Samuel volta.

— Gente, essa é a Jheny, minha namorada e, Jheny, esses são o Hugo, – ele fala apontando – o meu cunhado, a Bia, que você já conhece, essa é a Sofia e aquele é o marido dela, Vítor.

Durante todo o tempo que eles estavam ali, Samuel forçava a barra com eles, insistia em encher a Sofia de elogios, trazer memórias deles juntos e mais algumas coisas bem inconvenientes. Ele não estava nem aí para a namorada e, muito menos para Vítor. Sofia tentava ao máximo cortar essas situações sem ser grossa, Bianca também o repreendeu várias vezes e Vítor estava visivelmente enciumado e acabava por descontar na Sofia.

— Vai ficar emburrado assim até quando? – Sofia diz entrando em casa.

— Eu não estou emburrado – ele fala com a cara fechada.

— Imagina se estivesse! – Ela respira fundo. – Está me respondendo entre os dentes, isso quando responde. Vítor, você se afastou, desviou de mim todas as vezes que tentei encostar em você e ainda segurou minha mão e disse "não encosta" – ela fala parada na frente dele e gesticulando com as mãos.

— Quem mandou você ficar dando confiança para aquele babaca!?

— O Samuel? – Ela ri irônica. – Quando foi que eu fiz isso?

— O tempo todo, Sofia! – Ele grita e cruza os braços.

— Não grita comigo! – ela diz controlando toda a raiva. – Eu não dei "confiança" para o Samuel, apenas conversei com ele como converso com qualquer outra pessoa e eu o cortava sempre que ele vinha com aquelas gracinhas dele. Sem contar que foi VOCÊ quem permitiu que ele se sentasse com a gente – ela fala tirando a sandália.

— Mentira! Sem contar que ele é seu ex e não qualquer pessoa. É simplesmente o seu primeiro namorado, o cara que foi a pedra no meu sapato e, como dizem, o primeiro não se esquece.

— Eu não vou discutir com você sobre a minha postura em relação ao Samuel, afinal minha consciência está limpa e você também sabe que EU NÃO FIZ NADA DE ERRADO! Aliás Vítor, sobre o resto da sua declaração idiota, ex significa que deixou de ser, ou seja, é passado. O Samuel não significa nada pra mim e é simplesmente alguém do meu passado, então não venha fazer ceninha de ciúmes que eu nunca dei motivos para isso. Você sabe que NUNCA TE DESRESPEITEI, não tem porquê de você ter esses ciúmes que está demonstrando. Você nunca deu essa ceninha e todas as outras vezes que ficou com ciúmes por algum motivo, teve reações "fofinhas", grudava em mim, me enchia de mimos e ficava "xingando" os guris só pra eu ouvir. Olha a diferença, Vítor! Você está sendo grosso, me tratando com frieza e me acusando de fazer algo que não fiz – ela fala fazendo um coque no cabelo.