Capítulo 4

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 — Por que?

— Nunca fez parte dos meus planos ter três filhos.

— Sempre foi meu sonho ter três, por que você quer ter só um?

— Por que você quer ter três? – ele diz irritado.

— É meu sonho.

— E onde minha opinião entra nisso? Se você não sabe, para esse sonho ser real eu tenho que estar de acordo. A menos que Deus decida mandar três de uma única vez, até porque seu sonho interfere direto nos meus planos. Cara, não existe isso de seu sonho quando se trata da NOSSA família, isso se decide juntos.

— Você está falando sério? – ela fala decepcionada. – Não quer mesmo ter mais de um filho?

— Não quero ter mais de um filho e não vou ter e fim de papo.

— Por que nunca me contou isso antes, quando falávamos sobre construir uma família?

— Você nunca falou que queria três filhos, então estamos quites.

— Devia ter me falado isso antes de nos casarmos – ela fala muito irritada.

— Que diferença isso faria? – ele diz se alterando.

— Eu não me casaria com você se soubesse disso.

— Hm, bom saber que casou comigo somente para ter três filhos – ele diz se virando, ficando de costas para ela.

— Eu não me casei com você só por isso, você que está colocando palavras na minha boca, eu falei isso no impulso e da boca para fora me desculpa, não leva a sério – ela fala em um sussurro.

— Tenha uma boa noite, Sofia – ele fala arrumando o travesseiro.

— Amor! – Ela encosta nele.

— Não encosta em mim, me deixa ir dormir. – Ele tira a mão dela.

— Que saco! – Ela bufa e deita virada para o outro lado.

Dia Seguinte

— Bom dia, amor! – Sofia fala ao chegar na sala.

— Bom dia, Sofia. – ele diz frio enquanto colocava umas coisas na mochila.

— Vai sair? – ele não responde. – Estou falando com você – ela fala revirando os olhos.

— Só estou arrumando as coisas para eu ir jogar bola.

— É a semifinal? Hoje três horas, né?! – ele não responde. – Você está chateado até agora com aquilo de ontem? – Ela o olha. – Para com isso, aquilo foi uma coisa que eu falei da boca para fora e eu já pedi desculpa.

— Você quer saber por que estou chateado? Com o fato de você ter se casado comigo não porque me ama e deseja passar sua vida ao meu lado dividindo sonhos, planos, nos amando, cuidando, protegendo e sim porque quer que eu seja só o seu doador de espermatozoide. Mas como descobriu que eu não quero ter uma coleção de filhos me diz praticamente que sou descartável e que se soubesse não se casaria comigo.

— Pelo amor de Deus Vítor, quando foi que eu disse isso? – ela fala fazendo um coque no cabelo. – Para de drama eu nunca falei essas coisas absurdas. Eu só disse que não me casaria se soubesse que não queria ter mais de um filho e eu só disse isso porque estava irritada e em choque pela notícia. Obviamente é mentira, eu te amo muito e não importa se teremos filhos ou não.

— Pensasse antes de falar, porque pra mim você quis dizer isso – ele fala pegando as chuteiras.

— Está agindo como uma criança que não é capaz de entender as coisas. Vítor para de fazer drama, minha paciência para suas crises já esgotou – ela fala irritada.

— Agindo feito criança? – Ele a olha. – Quem falou coisa sem pensar foi você! – ele fala apontando pra ela.

— E eu já pedi desculpa. – ela fala gesticulando com as mãos.

— E o que isso muda? Você é imatura.

— Quem está fazendo drama aqui por um motivo fútil não sou eu – ela fala debochada.

— Motivo fútil? Então você acha que querer ter três filhos e não perguntar minha opinião e pior, não a aceitar é um motivo fútil?

— Não seja um hipócrita! – ela diz irritada é cruza os braços. – Nós estávamos falando do seu drama e da sua atitude infantil. Só porque eu disse algo da boca para fora, você criou um significado nada a ver e começou a fazer birra feito uma criança, mesmo que eu tenha pedido desculpa.

— Hipócrita, infantil, birrento, criança e dramático – ele fala com um sorriso de deboche e pega a mochila e as chaves. – Está certo Sofia. – Ele começa a andar

— On...onde está indo? – ela fala descruzando os braços e ele fica calado e continua andando. – Para de ser infantil, não vira as costas e me deixa falando sozinha.

— A infantil e imatura aqui é você, pense antes de sair falando merda. Eu vou para casa da minha mãe, por hoje você está livre do hipócrita, infantil, birrento, criança e dramático aqui – ele fala já abrindo a porta.

— Super maduro da sua parte, corre para debaixo da saia da mãe na nossa primeira desavença – ela fala muito irritada.

— Fica discutindo sozinha, criancinha. – Ele sai e bate a porta.

— Seu idiota! – ela fala em um sussurro. – Quem está correndo para a mamãe é você, me diz quem é a criancinha? – Ela bufa e se joga no sofá. – Vai mesmo dar um motivo para sua mãe falar mal de mim. Ela já fala sem motivo, imagina com um.

À noite

— Mãe, eu não estou com esse livro – Sofia fala ao celular, ela estava sentada no sofá e o Vítor entra e fica a olhando – Olha com uma das suas amigas... Eu estou bem sim, mãe... Eu não estava chorando, por qual motivo eu estaria fazendo isso? – ele suspira e abaixa a cabeça – Mãe, eu estou bem... Ok, vai ter certeza disso quando me ver... Até logo. – Ela encerra a ligação.

— Já está pronta? – Ela concorda. – Vou me arrumar também.

— Não demora, não quero chegar atrasada no culto.

Eles não trocaram nenhuma palavra durante todo o caminho para a igreja, tanto na ida quanto na volta. Sofia já estava na cama lendo seu livro e Vítor estava no banheiro se preparado para ir deitar.

— O nosso time está na final – ele diz entrando no quarto e tentando puxar assunto para acabar com o clima tenso. – O jogo foi difícil, eu fiz o gol da vitória. – Ela o olha.

— Vítor, você me deixa falando sozinha, vai para a casa da sua mãe só porque tivemos um desentendimento, dando a ela mais um motivo pra me atacar. Você me deixou o dia inteiro sozinha em pleno domingo – ela suspira e balança a cabeça negativamente. – Eu te liguei várias vezes, mandei mensagem para gente conversar e nos resolvermos como duas pessoas maduras e você simplesmente me ignorou e agora vem conversar comigo como se tudo estivesse bem, é sério isso?! Olha eu acabei de voltar do culto e estou em paz interior e não quero mesmo conversar com você e dizer coisas que não devo. Nós vamos nos magoar e vou ficar mal por entristecer o Espírito Santo e a você também. – Ela o olha nos olhos. – Me deixa ler o meu livro em paz e depois ir dormir. Amanhã tenho que ir trabalhar, se quiser conversar depois nós fazemos isso, mas só se for para termos uma conversa de verdade e agir como pessoas maduras. Caso contrário eu não vou perder meu tempo, se estamos nessa situação é por agirmos com imaturidade e falarmos coisas sem pensar. Eu não quero agir assim, então não vem com essa de querer conversar.

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