(2010- primeiro semestre)
Todos sabiam quem era Roy Dawson, sua fama de o mais bonito do colégio o seguiu desde o jardim de infância até o Benjamim Hills.
Roy era um garoto de porte físico impecável, passava horas na academia e praticava todo tipo de esporte. Ele tinha a pele morena e olhos verdes, os cabelos sempre cortados no estilo militar, arrancava suspiros por onde passava, não somente na escola. Comentários e boatos surgiam sobre possíveis relações entre ele e as professoras, mas nunca foram confirmados, apesar de ninguém duvidar.
Roy sempre foi um encrenqueiro, brigar para ele era esporte e demonstrar sua masculinidade humilhando qualquer garoto que ousasse olhar torto para ele era seu divertimento preferido. Todos os dias ele brigava com alguém, e apesar das varias suspensões e advertências nunca foi expulso, imagino que por causa do status de sua família, os advogados Dawson.
Ele era o único reprovado do seu grupo e o mais velho, era esperto e ousado, gostava de esportes radicais, em suas férias as redes sociais enchiam-se de fotografias de Roy Dawson fazendo todo tipo de loucura mundo afora.
Faríamos um baile com tema dia das bruxas mesmo que ainda faltasse muito tempo pra essa data, eu estava ajudando na organização do , Gregory estava lá comigo reclamando da cola que grudava em seus dedos.-- Você reclama demais Gregory Allen.
Ele limpava violentamente os dedos com um pano úmido e eu ria da situação.
-- Isso faz muita sujeira. – Reclamou. – Não entendo como você consegue colar essas coisas sem melar tudo. – Ele olhava para as minhas mãos limpas, indignado.
Eu gargalhei.
-- Tenta não apertar tanto o tubo. – Sugeri. – Se você tiver um pouco de paciência a cola vai sair e tudo vai ficar bem. – Continuei rindo.
-- Você tá achando muito engraçado. – Resmungou. – Maldita hora em que eu te deixei me convencer a participar dessa porcaria.
-- Vamos, não é tão ruim assim.
Estávamos colando o barbante nas asas dos morcegos de papel, a ideia era pendura-los em toda parte, mas se dependesse de Gregory, todos os morcegos iriam para o lixo.
-- Eu estou me divertindo muito. – Conclui.
Depois da nossa breve conversa na biblioteca ele começou a frequentar a minha casa, a principio apenas para que eu ajudasse com o seu trabalho, mas depois de um tempo isso deixou de ser uma desculpa. Nos tornamos amigos ele tentava me arrastar para as festinhas e para os lugares em que ele e seus amigos sempre iam, fui uma ou duas vezes, mas eu me sentia desconfortável na presença deles, com o tempo ele deixou de insistir. Eu tentava arrasta-lo para as minhas atividades extracurriculares no colégio, o que não era difícil de conseguir. Gregory era um garoto legal até, difícil, mas um garoto legal.
-- Os garotos me chamaram para o Frenesi hoje, você quer ir? – Ele me olhou receoso, sabia qual seria a resposta e eu não iria mudar de ideia, eu gostava de passar um tempo com Gregory, mas com os seus amigos era outra coisa.
-- Nós já conversamos sobre isso...
-- Por favor, da uma chance vai, eles são legais.
-- Eu sei que eles são legais. – Menti para mim mesmo ao dizer isso. – Mas, somos muito diferentes e outra, vocês vão beber e dançar e são coisas que eu não faço muito bem...
Ele respirou fundo.
-- Eu queria que vocês fossem amigos também. – Ele desabafou me deixando mal. – Eu gosto de ficar com eles e gosto de ficar com você, seria legal se eu pudesse ficar com todos ao mesmo tempo.
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Cafeína
Mystery / ThrillerAlex é aparentemente mais um dos vários estudantes do Colégio Benjamim Hills, apos presenciar um assassinato, precisa fugir dos assassinos numa, que vem a se tornar, noite alucinante e como nada é o que parece, Alex acabar deixando despertar um lado...