Roy apontou a arma na minha direção com um sorriso sínico.
-- Você sempre foi difícil de matar. – Falou com ar de vitoriosos, como se finalmente estivesse prestes a cumprir a missão que lhe foi concedida há anos atrás.
-- Eu não gosto muito de morrer. – Brinco.
Eu não estou preocupado, ficar cara a cara com o perigo é muito comum para mim e funciona como um combustível para fazer o que sei fazer de melhor. Eu vou mata-lo. Será como legitima defesa, mas vou adorar terminar a nossa antiga história.
-- O que você pensa que está fazendo Roy. – Gregory se pronuncia.
-- Fica na sua Greg. – Roy vocifera mirando a arma agora para Gregory.
-- Cara fica calmo. – Tenta Caio.
Roy ri brincando com a arma, vez mirando para Gregory, vez mirando para Caio.
-- Os perdedores Allen, juntinhos aqui. – Gargalha. – Quem sabe eu não os mate também para fechar o dia com chave de ouro.
Aproveito sua distração para tirar do bolso o meu canivete de estimação, o mesmo que usei mais sedo para derrubar o ladrão que tentou me roubar. Ele tem um porte físico bem grande então não adianta muito perfura-lo com algo tão pequeno, pois apesar de causar dor, não vai derruba-lo. Jogo o canivete em sua direção. A lamina corta o ar enquanto gira indo de encontro a sua mão que segura a arma. Me aperfeiçoei no lançamento de facas a alguns anos, nunca erro. A lamina crava em seu pulso com precisão. Roy grita e por impulso ele dispara, logo depois soltando a arma que caia no chão ao mesmo tempo em que Gregory também desabava.
Corro na direção de Roy para pegar a arma e acabar com ele de uma vez por todas. Ele arranca o canivete do pulso e joga para longe. Ao perceber que vou pegar a arma ele a chuta impulsivamente fazendo-a deslizar sobre o piso branco.
Droga.
Roy avança contra mim, que nada posso fazer além de esquivar de seus ataques. Não posso deixar que me acerte, um soco dele faria um estrago considerável. Não posso ataca-lo, mesmo com toda a minha força, eu não causaria grandes impactos nele.
Preciso daquela arma.Tudo acontece rápido demais, as pessoas ainda estão se recuperando do choque que foi aquele incidente. Um homem de meia idade vem para tentar me ajudar e avança sobre Roy ao perceber minha desvantagem. Procuro a arma pelo chão enquanto Roy se mantem ocupado com o pobre homem que agora já está ferido.
Outros dois surgem em meio a briga, enquanto que uma pequena plateia se forma no local. Me abaixo para ver por debaixo das mesas e enxergo o objeto desejado próximo a saída do estabelecimento.Roy continua a surrar os homens e eu sei que tenho poucos segundos para alcançar o objeto até ele tê-los vencido.
Corro o mais rápido que posso desviando das mesas e das cadeiras, enquanto a maioria das pessoas ignora minha presença. Estão todos focados na briga. Chego rapidamente a arma e depois de tê-la em mãos miro em Roy ao passo em que sou notado pela plateia por estar de posse de um objeto tão destrutivo. Os homens que brigam contra ele me impedem de atirar, sendo que posso acertar um deles em toda aquela confusão.
Terei que chegar mais perto.
A passos largos corro na direção de onde vim. Roy já derrubou dois dos homens e agora esta esmurrando o terceiro. Ele chuta o rapaz com força e o moço cai de qualquer jeito no chão abrindo finalmente espaço para eu agir.
-- Roy. – Falo com a arma na altura de sua cabeça e a certa distancia.
Antes de eu atirar ele ri.
-- Você não vai atirar. – Fala duvidoso. – Não com todos olhando.
Roy vem em minha direção e decido usar isso ao meu favor.
-- Fique parado ai. – Digo fingindo estar com medo de sua aproximação. Preciso mostrar a todos ali que o tiro foi por pura necessidade. Preciso convencer a todos que estava apenas me defendendo.
-- Eu disse, você é fraco. – Ele fala se aproximando cada vez mais.
-- Não! – Grito. – Não se aproxime ou eu...
Ele chega perto o suficiente. Este é o momento. Baixo a arma na altura de seu peito, não posso acertar sua cabeça, não posso ser tão certeiro, tem que parecer que estou com medo e que nunca atirei em ninguém. Tem que parecer um tiro quase acidental.
Aperto o gatilho.Roy para imediatamente com uma expressão surpresa e dolorida ao mesmo tempo e então cai desajeitadamente no chão enquanto tenta manter as forças. É muito lindo vê-lo morrendo. Regozijo-me internamente enquanto finjo desespero. Uma mulher surge, sabe-se lá de onde e tira cuidadosamente a arma da minha mão dizendo que tudo vai ficar bem. Algumas pessoas me fazem sentar.
Meus olhos procuram por Caio e Gregory, acredito que um deles se machucou. Caio está nervoso enquanto Gregory segura o próprio ombro, aonde sangra. O primeiro fala alguma coisa para o segundo, que por sua vez sinaliza positivamente com a cabeça. Então Caio se levanta e vem em minha direção, se abaixa a minha frente e me analisa.
-- Você se machucou? – Ele pergunta preocupado.
-- Estou bem. – Falo calmamente, Gregory está ferido, não quero deixar Caio nervoso. Ele tem alguns arranhões nos braços devido a queda, quando pularam para não serem atropelados minutos antes. Estou feliz por ele estar bem.
-- Mesmo?
-- Não se preocupe comigo, Gregory foi baleado, ele precisa de você.
-- Foi apenas um susto. Ele vai ficar bem.
Assinto.
Ele olha para os lados, para toda aquela bagunça.
-- Mandou bem. – Diz com um sorriso arteiro.
Sorrio de volta.
-- Não perdi o jeito ainda.
Ouço um gemido abafado. Olho para aquele homem enorme caído no chão sem acreditar naquilo. Vejo ele se mover com dificuldade enquanto algumas pessoas tentam segura-lo.
Roy ainda esta vivo.
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Cafeína
Mystery / ThrillerAlex é aparentemente mais um dos vários estudantes do Colégio Benjamim Hills, apos presenciar um assassinato, precisa fugir dos assassinos numa, que vem a se tornar, noite alucinante e como nada é o que parece, Alex acabar deixando despertar um lado...