A verdade em fim aparece, então porque não morro?

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 Ehhhhhh essa música fode com minha cabeça. Imagina o nosso malvado favorito ouvindo-a, sentindo retorcer suas entranhas de culpa e desprezo por si mesmo?



Depois de foder Marina ferozmente, sinto ainda tesão por ela. Nunca teria o suficiente dela. Minha raiva era tanta que fiquei cego para delicadezas e talvez a verdade. Me tranco no escritório depois de permitir que outro homem a toque, aliás, ela já fez isso. Não me importei com suas lágrimas e muito menos com suas desculpas esfarrapadas e suas mentiras. Escuto seus soluços, mas não voltei atrás no que fiz. Me sento na mesa e fico olhando-a pela tela do computador o homem tentar tocá-la, sendo rejeitado. Vejo-o saindo ela junta seus pertences e sai cambaleando um pouco. Me sinto vazio. Perdido. Estou furioso porque ela espera um bastardo que não é meu.

Meu pai vem horas depois com a Patrícia a tira colo e decido casar com ela para a alegria do meu pai e horror da minha mãe.

Marcamos o casamentos para duas semanas depois do ocorrido. Fiquei mais frio e até cruel com Patrícia. Peguei todos os anticoncepcionais dela e joguei fora. Ela ficou furiosa comigo mais nem liguei. Dei uma trepada foda com ela me lembrando da Marina e ela engravidou de primeira para seu horror.

Íamos muito bem até a bomba estourar. Todos os podres de meu pai e dos outros foram jogados no ventilador. Descobri para meu horror que Marina foi apenas uma vítima do ódio daquelas pessoas. Desejei morrer quando meu pai confessou o que havia feito. Minha mãe escuta tudo e nunca vai perdoar nenhum de nós dois. No mesmo dia ela saiu de casa levando uma pequena mala e foi embora sem rumo certo.

Descobri que minha linda esposa tinha um amante fixo e que o filho que ela esperava não era meu. Se estava uma merda para mim agora, imagina o que descobri horas depois que me tornou um ser desprezível e sem coração. Machuquei de todas as maneiras uma mulher inocente que me amava. Ela me odiava agora e com razão.  

Eu e meu pai batemos de frente, falamos coisas que magoou um ao outro. Ele me bateu e eu bati nele. A polícia nos encontrou rolando no chão aos socos. Lá na delegacia mais merda foi jogada ao vento.

Paguei muito dinheiro para me soltar, mas minha consciência era a que mais me doía. As manchetes nos jornais me davam a certeza da escolha de merda que eu fiz. Farpas eram lançadas diretamente em meu coração ao lembrar da covardia que eu fiz. Desejei muito morrer, mas eu tinha que ficar vivo para pedir perdão para a mulher que amo e recuperá-la junto com a criança que ela esperava. Meu filho.

Pedi aos meus detetives que a encontrassem, mas deram com a cara na porta. Há meses não morava mais naquela casa e também a havia vendido e ela havia sumido sem deixar rastros. Tentei ainda seguir o delegado filho da puta, mas dei de novo com a cara na porta. Ele sabia que era seguido e sempre dava um jeito de escapar.

Meu único jeito de encontrá-la seria no dia que ela viria depor e eu estava ansioso por esse dia.

Estou com medo da rejeição. Ela tem todo direito de fazer isso, mas ela espera um filho meu. Estou nojo e vergonha de mim mesmo.

Não sei que caminho seguir.

Quando o Amor Bate à Sua PortaOnde histórias criam vida. Descubra agora