Sensação ruim

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O bicho vai pegar gente!!!!! Corre!!!!




Faz uns dias que não consigo dormir, não sei por isso. Sinto falta de Marina ao meu lado, do seu corpo junto ao meu. Nenhuma mulher mais me interessa, só ela. Tenho pensado no mal que fiz a ela e me arrependo a todo instante. Sei que nessa altura do campeonato ela não vai me perdoar jamais e sei que ela não me quer perto do meu filho. Errei, eu sei! Estou muito arrependido disso tudo. Não sei se um dia ela vai me perdoar e me deixar fazer parte de sua vida. Salvei seu amigo de duas emboscada armada por Fábio que era um empregado meu e amante de Patrícia que ajudou a roubar muitos dos meus trabalhos e vender para os meus adversários de negócios. Consegui reaver todos os meus projetos roubados e ainda ganhei uma soma astronômica par que não acusassem nenhum deles por roubo. As contas desse Fábio foram esvaziadas e com esse dinheiro foi aberta em juízo uma conta que seria entregue a Marina assim que o julgamento terminasse e o veredito fosse dado. Uma pequena compensação por tudo que ela passou. Meu pai, eu e Braga fomos obrigados a depositar uma grande soma cada uma de nós. Ela seria uma mulher muito rica assim que esse dinheiro fosse liberado. Foi ainda descoberto mais três empresas no nome dela e várias contas também. Uma parte desse dinheiro me foi devolvida e trinta por cento de cada uma delas, foram transferidas para a conta que a justiça tinha posse.

Meu peito estava apertado, algo de ruim estava prestes a acontecer. Sei de tudo o que aconteceu com seu pai, Patrícia, a tia de Marina e o amante dela. O cerco estava se fechando e seu maior medo era que algo acontecesse com seu filho e com a mulher que amava.

Pedi ao meu segurança particular, (agora tenho vários) que seguisse Miguel e a esposa onde fossem para assegurar que nada de ruim acontecesse com eles. Cada relatório que recebia, percebia que o inimigo estava mais próximo. Até uma bomba foi instalada em seu carro que explodiu fora do edifício onde era localizada sua empresa, a matriz do conglomerado.

A cada instante, meu peito ficava mais apertado. Meu pai havia saído do coma a poucas horas e o médico me falou que ele iria ficar numa cadeira de rodas para o resto da vista e ainda ficou com várias sequelas no cérebro. Nunca mais seria o homem vivaz como era antes. Bom, teve o que mereceu. Não tenho pena dele. Por sua culpa fiz algo que marcou minha existência e minha alma e destruí a vida da mulher que eu amo e ainda chamei meu próprio filho de bastardo. Todo castigo para mim seria pouco. Mereço morrer sofrendo na pior agonia sem descanso algum. Reconheço todos os meus erros e vou daqui para frente, tentar amenizá-los, já que não tem conserto. Miguel havia me dado seu telefone depois de me dá um belo soco na minha cara. Não devolvi porque sei que o mereço, assim, fizemos uma trégua para salvar a vida de Marina que corria muito perigo. Não esqueço do modo frio como ela me tratou no fórum, como me mandou sumir da sua frente. Doeu, doeu muito! Cada palavra cortou minha carne como um punhal em brasas, deixando cicatrizes que nunca seriam apagadas ou esquecidas.

Vou seguir minha vida, seja lá qual for a decisão que ela irá tomar daqui por diante.

Meu telefone toca em meio aos meus devaneios, atendo e do outra da linha um informante bem pago me dá uma notícia que me faz quase cair de costas. Fábio havia encontrado Marina e estavam prestes a invadir o lugar onde estavam. Assim que terminou de falar, ligou para Miguel que atendeu ao primeiro toque:

_ Temos problemas!

_ Eu sei!

_ Onde você está?

_ Onde mais eu estaria?

Fechando os olhos, respiro fundo, escuto vozes ao fundo, muitas vozes e cliques como de armas sendo carregadas.

_ Precisa de alguma ajuda? _ pergunta depois de um tempo.

_ Como pode nos ajudar?

_ Me diga onde está que eu providencio seja lá o que for.

Miguel ficou pensando um tempo e só sua respiração era ouvida do outro lado da linha.

_ Tem como nos mandar mais reforços sem que ninguém lá fora descubra o que estamos fazendo?

_ Tem. Me fale como devo proceder.

Miguel e eu combinamos o que precisava fazer e eu novamente chamei meu chefe de segurança e marquei uma reunião urgente com ele. Uma hora depois, minha sala estava repleta de homens de todos os tamanhos e tipos físicos, muitos eram ex fuzileiros experientes em resgate. Tracei com cada um deles planos e os enviei para ajudar Miguel, levando armas de grasso calibre e muita munição. Ao todo consegui reunir em meu avião particular cinquenta homens armados até os dentes. Eram apenas seis horas da noite. As oito ou nove já estariam lá. Eles entrariam no condomínio para visitar amigos e comparecer a uma festa, carregando malas e mais malas cheias de armas pesadas.

"Espero que tudo dê certo e que ela fiquem bem com meu filho."

Depois de tudo resolvido liguei para Miguel que já havia alugado o salão do condomínio para a "festa" que iria dá lá.

Falou aos porteiros que muitos convidados iriam chegar logo e lhe passou a lista de todos os homens enviados por Carlos. A polícia local havia mandado outro monte que já estavam sabendo do plano.

Fábio estava dentro do carro e via a movimentação estranha de homens bem vestidos e alguns entrando com malas dentro do condomínio. Pediu informações a um porteiro que falou duma festa que iria ocorrer lá. Tentou suborná-lo que desconfiou e recusou a pegar o dinheiro e o mandou embora.

O que Fábio não sabia era que o condomínio estava sendo esvaziado por um túnel secreto que quase ninguém sabia. Os porteiros foram substituídos por homens da polícia local e outros por homens de Carlos. A comunicação entre eles eram intensa, nada passava sem que fosse notificado. O "porteiro" pega o telefone e uma voz é ouvida do outro lado:

_ Fale!

_ Senhor temos um problema.

_ Fale! Todos estão todos ouvindo.

_ Pelo relatório que meu chefe me passou, o Fábio está pessoalmente aqui. Ele veio querendo informações e ainda tentou me subornar.

_ Bom trabalho! Quando começar o tiroteio, tente se proteger e proteja seu parceiro. Entendido?

_ Sim, Senhor!

_ Ótimo, vamos ao trabalho.

Marina e Mônica estavam de queixo caído pela visão de tanto homens armados até os dentes, com coletes a prova de bala na sala de sua casa.

"O que está acontecendo para ter tanta armada na minha frente?"

Tento puxar Miguel para um canto mas sou impedida por Diego. Devagarinho ele baixa a cabeça e começa a sussurrar em meu ouvido, meu corpo traiçoeiro, treme. Ele me fala tudo o que preciso saber e me dá uma arma que coloca no cós da minha calça. Seu perfume me embriaga. Sinto uma vontade louca de beijar aquela boca e passar as mãos entre aqueles fios de cabelos rebeldes. Adivinhando meus pensamentos sua boca encosta na minha num beijo faminto e possessivo. Um pigarro nos separa e vejo Miguel com um sorriso sacana na cara.

_ Diego! Deixa de namorico! Vamos trabalhar!

Olho de um para outro e vou saído envergonhada, sentido o peso da arma em minha cintura. Mônica me ensinou como usar uma arma e sou boa de mira. Ainda escutei as gargalhadas de Miguel atrás de mim.

_ Seu empata foda do caralho!

Miguel olha para seu amigo de cima para baixo e ver o volume na frente da calça e gargalha mais ainda e sai deixando-o puto da vida. 




Quando o Amor Bate à Sua PortaOnde histórias criam vida. Descubra agora