Surpresa! Nos encontramos de novo!

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"Se você acha que sua vida é um ruim, uma merda, sente num baco ou cadeira e assista ao vivo os golpes na vida dos outros." 



Uma semana depois começo a ser chamada para as entrevistas. Estava ficando aflita por não ter conseguida nada ainda.

No dia da entrevista me visto com uma calça preta e camisa branca com detalhes dourados que reluzia a qualquer movimento meu. Faço uma maquiagem suave, coloco um batom nude, prendo meu cabelo em um coque com uns fios soltos. Fico linda e com aparência mais jovem.

Quando chego na empresa de informática onde fui chamada para entrevista, ficou surpresa pelo o tanto de gente que havia ali. Me sento em uma cadeira e olho cada uma atentamente. Eu não tenho experiência nessa área, mas como já fiz de tudo um pouco, logo aprenderei o necessário. Precisava mesmo desse emprego, seja lá o que for, porque meu dinheiro estava no fim. Um por um foram sendo chamados. Eu seria a última. Então do nada, enquanto eu estava de cabeça baixa, não percebi que todo mundo ficou em silêncio, quando um homem entrou. Ele olha cada um dos que estavam ali, eu no mundo da lua, pensando em como vou conseguir um emprego, não percebo nada. Uma mão muito grande agarra meu braço e sai me arrastando dali. Envergonhada olho para todos que me olham assustados. Tento me soltar, mas não sou forte o suficiente. Sou literalmente arrastada e jogada dentro duma sala espaçosa e bem iluminada. Ele entra e fecha a porta atrás dele a chaves. Eu encaro seu rosto fixamente e todo o meu sangue foge do meus rosto. O babaca do carro estava a minha frente e sorriria cinicamente.

Minha boca estava aberta por tamanha surpresa. Minha garganta estava tão seca que não havia saliva. Tento passara a língua por meus lábios ressecados. Ele olha cada movimento meu.

Ele vem para perto de mim. A cada passo seu, eu dava outro para trás. Até que fico encostada na parede. Estou assustada e muito!

Do nada ele começa a gargalhar. Dá a volta na mesa que só agora percebi que havia ali e se senta na cadeira.

_ Sente-se! _ ordena ainda me olhando. Aponta para uma cadeira em frente a sua mesa.

Com as pernas bambas, ando devagar com medo de cair. Estou trêmula e em choque. O cara que eu xinguei estava a minha frente.

Estou fodida! Caralho! Onde porra fui me meter agora?

Um monte papéis estavam em cima da mesa. Ele pega um. Meu nome aparece assim como uma foto três por quatro. Ele olha atentamente e depois de um bom tempo pega o telefone e fala com alguém.

_ Pode dispensar todos! Encontrei alguém para ocupara a vaga.

Marina olhava o homem a sua frente sem entender nada. Estava corada de vergonha por ser pega olhando para ele de um jeito bem faminto que só uma mulher sexualmente ativa sabe. Estava atraída por aquele homem e não sabia como se livrar dessa sensação que a amedrontava e ao mesmo tempo a deixava muito quente.

_ Então Marina, nos encontramos de novo... Pelo o menos agora é um dia bom para você. _ ele me olha com um misto de emoções que não sabia como identificar.

Não consigo falar nada.

_ O gato comeu sua língua?

Com muito esforço balbucio:

_ Não! Estou apenas surpresa. Não esperava ser arrastada no meio de todo mundo e ser trazida aqui e ter a porta fechada para que eu não pudesse escapar.

Ele descaradamente gargalha da minha cara.

_Então o que você faz da vida?

_ Estou procurando um emprego para sobreviver.

_ Vi aqui que você trabalhou por quatro anos em uma empresa de cosméticos e que foi demitida por justa causa por dá em cima do patrão.

_ Isso é uma mentira inventada por ele desde que me recusei a rebolar no seu colo! _ grita com raiva.

Ele levanta a mão e me encara e pergunta a queima roupa:

_ E se eu pedir para você rebolar em meu colo para conseguir esse trabalho? O que me diz?

O meu sangue foge do meu rosto e fico muda por uma segundo. Ainda tenho forças para mostrar a dedo meio para ele. Sem nada dizer e com os olhos já marejando de lágrimas me dirijo a porta fechada ainda de costas para ele:

_ Abra a porta por favor que quero ir embora.

Ele vem e por cima do meu ombro sinto sua respiração em meu pescoço o que faz eu me encolher mais. Me sinto completamente humilhada e taxada de prostituta. Assim que a porta é aberta, passo por ela que nem um foguete. Muitos que ainda estavam ali me olham estranhamente. Não me importei. Queria ficar o mais longe possível dali. Quando cheguei a rua, parei embaixo de uma árvore e chorei tudo o que tinha que chorar. Caminhei para me acalmar e vi uma placa em um restaurante chique que precisava de ajudantes na cozinha. Nem pensei duas vezes. Me apresentei e na mesma hora comecei a trabalhar. O dinheiro era pouco, mas daria para ir me mantendo. Não fui a mais nenhuma entrevista. Saindo do trabalho e nem fui para pensão. A faculdade me esperava. Faltava apenas três abençoados meses para que eu a terminasse.

Trabalhei ali naquele restaurante esses meses que faltavam terminar a faculdade e mesmo assim meu coração doía por lembrar a humilhação que sofri naquela entrevista.

Quando o Amor Bate à Sua PortaOnde histórias criam vida. Descubra agora