A verdade demora, mas quando aparece, fode alguns

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Os meses foram-se passando, eu vivia naquela rotina depressiva, sem forças de colocar a cara para fora da casa da policial. Havia vendido com ajuda de Miguel a casa onde morava e guardei o dinheiro no banco. Minha barriga já estava aparecendo. Eu amava cada chute que aquele pequeno e desprezado ser me dava. Minha tristeza ia diminuindo aos poucos e eu estava pronta para superar o que vinhesse. Todos os dias falava com a Débora por telefone e outras vezes quando estava menos depressiva, ia visita-la. Meu mundo se resumia a um quarto fechado a chaves e muitas vezes um parquinho em frente. Débora sabia que algo estava errado comigo, mas Miguel pedia para não pressionar que quando eu estivesse com vontade falaria o que havia de errado. Soube por Miguel que estava sendo preparado um dossiê com todas as informações necessárias para entrar com um processo contra todos os que me caluniaram. Um juiz imparcial e incorruptível estava sendo preparado para quando a bomba explodisse, ele seria forte o suficiente para aguentar a barra. Todas as medidas estavam sendo tomadas para que tudo desse certo.

Pedi a Miguel que encontrasse um lugar para mim em Belo horizonte, uma casa, até com direito a documentos novos, não queria que me encontrasse de jeito nenhum.

A mídia me deu a maravilhosa notícia que Carlos havia se casado com Patrícia Braga o que mais me deixou sem chão foi saber que ela também estava grávida dele. Fui enganada todo esse tempo. Sou uma otária mesmo.

Eu estava com oito meses de gravidez quando uma Débora muito chateada entra na casa onde vivo com caras de poucos amigos, apontando o dedo para mim:

_ Você mentiu para mim todo esse tempo! _ começa a chorar descontroladamente.

_ Eu precisei Déb!

_ Sou sua irmão porra! Estou aqui para te ajudar em todos os momentos como você me ajudou.

Nos abraçamos e começamos a conversar por meio de lágrimas. Horas depois, já desabafada, conto para ela todos os meus planos. Ela entristece, mas ver que é para o meu bem e do meu filho. Ela promete que vai me ajudar no que eu precisasse.

Débora me conta que foi preciso ameaçar levar Ana embora para que Miguel finalmente abrisse o jogo. Foi difícil para ela ouvir o que me aconteceu.

Nesse mesmo dia, por volta das quatro da tarde, uma ordem judicial, apreende todos os documento que havia na empresa de Carlos por suspeita de fraude e formação de cartel.

A mídia estava enlouquecida coma notícia.

Meu nome foi citado algumas vezes. Fui vítima de pessoas ruins e corruptas. Todos estavam do meu lado. Meu relatório hospitalar foi largamente anunciado em rede nacional. Mais parecia um lençol manchado de sangue aonde se provava que a moça era virgem. A palavra estupro e agressão estampava as primeiras páginas de jornais físicos e online. Todos queriam saber quem era a mulher que sofreu horrores nas mãos de gente tão baixa. Do nada uma foto minha apareceu e perdi meu sossego.

A imprensa fazia fila na minha casa antiga até descobrirem que eu não morava mais lá. Para minha sorte ninguém sabia onde resido atualmente.

Foram presos, Carlos, o pai, Patrícia, Braga que estava enrolado até o pescoço e minha tia junto com um amante dela.

Carlos conseguiu provar que desconhecia todas as falcatruas do pai, da mulher e do resto, mas estupro e agressão, ele não conseguiu escapar. Pagou uma fortuna para advogados e ficou em regime semi- aberto.

Quanto a mim, ajudada por Miguel, Débora e a Mônica, a policial, fui embora de São Paulo na calada da noite por suspeitarem que eu estava sendo vigiada.

Quando o Amor Bate à Sua PortaOnde histórias criam vida. Descubra agora