O encontro

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Quando chegamos ao local encontro uma hora mais cedo, posicionamos alguns atiradores de elite em todos os lugares possíveis que desse vista ao lugar onde Débora e Luiz se encontrariam. Eu abraçava Débora que estava muito sensível.

Na hora marcada, vejo um homem bonito caminhando em nossa direção com as mãos nos bolso de cabeça baixa. Fiquei tenso e Débora que estava com o rosto em meu peito percebeu e olhou para trás dela. Senti-a tremer a cada passo que o homem dava. Ela se solta de mim e caminha chorando até o homem e se joga em seus braços em um pulo só. Confesso que me senti desconfortável ao vê-la abraçar outro homem mesmo que seja seu irmão. Em dado momento, ambos se ajoelharam um a frente do outro, ainda abraçados e chorando descontroladamente. Palavras não era suficiente para descrever aquela cena, era doloroso só de ver. Muito tempo depois começamos a conversar e ele nos conta sobre sua mãe e a maneira que ela o abandonou com o avô. Cada palavra dita por ele, cortava a minha Déb profundamente. Débora fala que foi abandonada na porta de uma casa e depois foi encaminhada para um orfanato. Falou da sua vida antes de Miguel e um brilho perigoso dançou naquelas íris quando ela disse o que Fernando, seu ex e amante da finada esposa de Miguel, havia feito com ela. Ambos se sentaram em um banco e continuaram a conversa e eu fiquei só escutando assim como Diego e Fernando com uma escuta que eu carregava presa entre minha roupas. Eles começaram a investigar a mãe deles e descobriram algo interessante sobre o pai de Débora. Enquanto ela sofria em um orfanato abandonada por ambos os pais, ele levava uma vida de luxo e gostava de pegar mulheres menores de idade, outras na faixa dos vinte cinco. Ele ainda vivia e eles ainda descobriram que a mãe de ambos trabalhou na casa dele. A despedida deles foi dolorosa, minha Déb não queria se separar dele, assim como ele que chorava em desespero. Nunca vi um homem adulto chorar tanto em minha vida. Ele ainda pediu que eu trouxe a Aninha que logo veio nos braços de Diego, sorridente. Quando Luiz a pegou com ar assustado, Aninha depositou um beijo estalado em sua face, fazendo-o ficar com cara de bobo, dando-lhe um de seus sorrisos banguelas amoroso.

Depois pedi a Diego que levasse as duas embora e eu fiquei conversando de homem para homem com o "Carniceiro". Ele não despregava os olhos das duas e Aninha chorou quando foi tirado dos braços dele. Ela segurou na gola da camisa que ele vestia e nada no mundo a fez soltar. Miguel depois de muito conversar com ela, soltou a camisa de Luiz e foi de boa vontade para os braços de Diego ainda choramingando, como se reclamasse. Por cima do ombro de Diego Aninha ainda olhava para Luiz e nem no carro ela deixou de olhá-lo.

Eu estava em frangalhos. Minha mente estava clara e ao meu tempo um turbilhão de sentimento variados. Nem em seus sonhos mais louco ele seria capaz de reproduzir o que sentia nesse momento. Não esperava que ela se jogasse em meus braços chorando, fazendo-o ir junto com ela. Aninha foi outra surpresa inesperada. De cara, a menina me aceitou, isso me deixou sem palavras e ao mesmo tempo feliz. Quem me olhava de lado e desconfiado era o marido dela que senti que ficou com ciúmes quando ela me abraçou. Eu não queria que elas fossem embora e a garotinha deixou bem claro que também não e ainda foi choramingando. Nossos olhos não se desgrudava. Aqueles olhos perfuravam minha alma e me deixava sem chão. Eu estava literalmente nas mãos daquele doce garotinha, assim como estava nas da mãe dela. Mais do que nunca eu iria protege-las de tudo. Finalmente eu tinha uma família que me amava, apesar do meu passado negro...

Meus olhos se encontram com o do delegado que cruza seus braços no peito musculoso e fica a me examinar.

_ Tá bom! _ agita os braços, descruzando-os _ Se nenhuma das duas se assustou com você, eu aceito te conhecer melhor, cunhado.

Lentamente um sorriso angelical estampou-se na face de Luiz, fazendo Miguel ver de quem Aninha tinha herdado esse traço.

_ Obrigada. Farei de tudo para deixá-las seguras.

_ Eu é que te agradeço!

Miguel ainda tinha várias perguntas, mas deixou para lá.

_ Olha delegado, sei que nos conhecemos agora e eu tenho um passado sombrio, mas não quero que ele se respingue nelas, você entende?

_ Sim te compreendo. Eu nunca vou ficar no meio de vocês e separá-los. Viu como Aninha se agarrou a você?

_ Sim. _ eu ri junto com Miguel.

_ Você não sabe o que ela fez assim que nasceu!

Luiz olha para Miguel com espanto.

_ Me agarrou e não me soltou mais. Aquele sorriso me encantou de uma forma que nem sei como aconteceu. Ela parece conhecer alguém só de olhar. _ Miguel começou a andar de um lado a outro _ Uma vez um vizinho meu foi na minha casa para pegar alguma coisa que não me lembro, ela cravou os olhos no homem e depois de um tempo ficou resmungando e do nada começou a chorar. Uma semana depois, uma denúncia anônima, apontou ele como um pedófilo que atacava crianças nas redondezas. Ela não teve medo de você e nem Déb e eu fico mais sossegado quanto a isso. E não para por ai. Nós fomos a um parque e um menino de uns dez anos chegou perto de nós para pegar uma bola e ela engatinhou para perto dele e agarrou suas pernas e não queria soltar o garoto de jeito nenhum. Depois de muito lutar, eu consegui que ela soltasse o garoto e nem mesmo assim ela ficou calma e apontava para ele e chorava mais ainda. Nesse mesmo dia o garoto foi sequestrado do parque, assim que fomos embora e assassinado. Eu e Débora não sabíamos o que pensar. Quando chegamos na casa de Marina, fomos logo para casa da família de Diego e ela se jogou em todos os braços que haviam ali. E quando o pai de Diego chegou, ela simplesmente pulou em cima dele , dando beijos estalados e deixando todos surpresos. Ele é o preferido dela.

Luiz pegou um pouco de ciúmes na voz de Miguel.

_ Vi o quanto as duas são especiais. Vou protege-las com minha vida se for preciso.

Ali, ambos os homens selaram um acordo. Luiz deixou bem claro que Fábio seria dele e de mais ninguém.

Quando o Amor Bate à Sua PortaOnde histórias criam vida. Descubra agora