Finalmente, minha vida estava resolvida. Eu estava em um trabalho melhor, e consegui pagar um curso na faculdade. Taehyung, que havia se formado no ensino médio há pouco, também conseguiu entrar, mas com uma bolsa integral. Mais um motivo pra eu me orgulhar do meu Gatinho: ele era muito inteligente, e suas notas eram maravilhosas. Estávamos na mesma faculdade agora, ele cursando pedagogia e eu, direito. Quando Taehyung escolheu pedagogia, eu sorri amplamente. Ele queria trabalhar com crianças.
Mas ao mesmo tempo senti uma pontada de tristeza... Porque por mais que eu soubesse que ele adorava crianças, eu sabia que ele estava fazendo aquilo porque... Ele não poderia ter uma criança. Então pelo menos cuidaria de algumas... Exatamente como eu cuidei dele quando era pequeno.
Mas quem disse que a vida não te prega peças às vezes, não é?
Nesse dia, estava fazendo um frio do cacete. Eu tinha deixado Taehyung em casa, pois ele não teria aula nesse dia, e basicamente fui trabalhar. Fiquei o dia todo com sono graças à chuva fininha que estava caindo, mas consegui até ser bem produtivo no escritório. Meu chefe estava fazendo testes com os funcionários para ver como eles lidavam com uma situação de poder e autoridade, mas eu não liguei, principalmente quando percebi algo: Taehyung, que sempre me ligava quando podia, estava estranhamente silencioso. Não havia mandado sequer uma só mensagem. Isso me deixou um tanto preocupado... Ele era que nem um tagarela. A cada três minutos ele me mandava uma mensagem, às vezes apenas dizendo que me amava mesmo...
Quando cheguei em casa, Holly veio direto para mim, latindo como um louco.
- O que foi, garoto? Aconteceu alguma coisa?
Ele continuou latindo, parecia querer me mostrar algo, pois ficava correndo de um lado pro outro no corredor, às vezes sentando perto da porta do quarto, que estava entreaberta. Ou seja, Taehyung estava em casa. Mas eu não entendia porque Holly estava tão desesperado...
Coloquei minhas coisas em cima do sofá e segui para o quarto, que estava com um cheiro diferente... Algo doce. Ok, isso estava ficando cada vez mais estranho.
Taehyung estava deitado de lado, encolhido. Parecia estar dormindo...
- Taetae...? - Eu me aproximei devagar, com medo de que ele estivesse passando mal ou algo do gênero.
Mas era pior do que isso.
- Hyung... - Ele disse numa voz manhosa, que me pegou de surpresa, e quando se virou para mim devagar, eu notei o que ele tinha. Não era nenhuma doença, nem nenhum machucado. Era pior.
Cio.
Os olhos de meu gatinho estavam novamente dourados, brilhantes, quase faiscando, e úmidos, como se ele estivesse chorando por um bom tempo. Ele não estava usando roupa alguma, e para minha surpresa, se tocando. Eu nunca soube que ele fazia isso... mas a primeira visão já foi suficiente para fazer um calor se apossar de mim.
- Gatinho... Há quanto tempo você está assim? - Eu me deitei ao lado dele, ainda muito chocado. Já estava acostumado a ver Taehyung sem roupas, mas no cio e desse jeito...
- Começou hoje... Eu... Eu nem sabia que ainda tinha... Achei que tinha acabado quando... - Ele não conseguiu terminar, e eu soube porquê. Eu também achei que ele não poderia mais ter isso... Já que o sistema reprodutor dele estava danificado.
Um gemido baixinho dele me trouxe de volta à realidade.
- Tae... Bebê... - Eu fiz um leve carinho no rosto imaculadamente lindo dele. - Você... Quer que eu te ajude?
Obviamente essa a coisa mais estúpida que eu já tinha dito na minha vida, mas eu não faria nada sem o consentimento dele. Ele era a coisa mais preciosa que eu tinha... Eu não teria coragem para fazer algo com ele. Não depois de já ter feito.
Com dificuldades claras, Taehyung se arrastou para mais perto de mim, até que nossos corpos estavam colados. Mordi o lábio ao notar que ele estava procurando mais contato, e deixei ele retirar minha camisa quando tentou. Ouvi ele arquejar quando nossas peles nuas se encontraram, e o puxei para mim, colando nossos lábios em um beijo que ambos estavam ansiando. Ah, eu adorava senti-lo... Por mais que isso seja um tanto clichê, eu adorava quando Taehyung me deixava controlar a situação. Não sei explicar porque.
Não demorou nada para eu puxar ele para meu colo, me sentando e sem interromper o beijo. Taehyung já estava praticamente rebolando no meu colo, e minha própria respiração já estava ficando descompassada.
- Hyung... Está doendo... - Taehyung choramingou contra os meus lábios. Tentando o aliviar, arrisquei levar minha mão até seu membro, que já estava pulsando de necessidade, e comecei a deixar carinhos suaves na glande. Ele fechou os olhos e arfou, tentando buscar apoio em meu corpo. Eu me ajeitei para ele se inclinar mais para mim e apressei minha mão em seu membro já lisinho, o fazendo soltar sons reprimidos. Eu entendia exatamente como ele se sentia; eu também já estava saindo da realidade.
Já não me aguentando, terminei de retirar minhas roupas, sem tirar Taehyung do meu colo. Agora, finalmente sentindo nossos corpos unidos, tudo estava mais intenso. Ele se movia propositalmente, praticamente pedindo por aquilo, enquanto eu tentava amenizar seu sofrimento. Mas eu não resisti aos encantos de meu gatinho...
Frustrado, eu o joguei na cama e subi em cima, o beijando com necessidade e urgência, enquanto eu deixava ele mesmo me procurar com as mãos. Ambos soltamos um gemido sôfrego quando eu finamente me encontrei dentro dele. Ah, eu tinha sentido falta daquilo. Taehyung sempre fora tão quentinho, tão apertado...
Dessa vez, eu o tratei como um príncipe merece ser tratado. Um príncipe não, um anjo.
Em nenhum momento ousei tirar meus olhos da face de Taehyung. Não conseguiria nem mesmo se tentasse... O a voz dele proferindo aqueles sons pecaminosos... O fino fio de saliva escorrendo de sua boca... Sua face corada... Os olhos pedindo por mais e mais... E as maravilhosas marcas roxas em seu pescoço, todas feitas por minha boca. Tudo aquilo se juntava e criava uma cena linda, e saber que era eu que estava causando prazer em Taehyung enchia meu ego. Ele era e sempre foi meu. Apenas meu.
Eu esperei por ele para poder liberar meu orgasmo. Queria que fosse junto porque eu o amava. Ele merecia o mundo todo e mais um pouco, mas a única coisa que eu podia dar era meu coração. E mesmo com tão pouco a oferecer, ele me escolheu para dar o coração em troca.
Eu tinha o coração dele. E ele tinha o meu.
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Kitten? (myg + kth)
FanfictionEle estava abandonado. Ele não sabia sequer falar. Eu o trouxe comigo, e isso mudou completamente meu modo de viver. Para melhor. -Mestre? O que está escrevendo? -Gatinho? [Também disponível no Spirit]