College - Park Jimin

6- Cicatrizes

Escaneio o corpo do Jimin, imaginando o quanto isso deve doer, e paro em seu rosto. Vejo seus olhos fechados se abrirem e focarem em mim, me fazendo pular para trás e emitir um pequeno barulho. Me afasto da porta e me recomponho, tentando fazer com que eles não notem que eu vi o que estava acontecendo. Viro meu corpo para porta bem a tempo de ver o sr. Park sair dela com o Jimin logo atrás.

- Quem é você? - desvio meu olhar do menino atrás dele e me curvo para o mais velho, sorrindo ou pelo menos tentando.

- Olá, eu sou a filha do Kim Dong-Wook, Kim Min Hee.

- Ah, sim - o vejo sorrir e me olhar de cima a baixo, me fazendo encolher. Como é que ele pode fazer aquilo? - E o que faz aqui?

- O meu pai mandou entregar isso para o senhor - estendo a pasta para ele e o mesmo a pega, voltando a sorrir.

- Obrigado. Se você me dá licença.

- Claro - me curvo para ele e ele faz um gesto com a cabeça, voltando para dentro do seu escritório. Vejo a porta se fechar e o menino atrás dele ficar no mesmo lugar, ainda me olhando. Evito o mesmo e me viro pronta para sair daquele lugar.

Sinto uma mão pegar meu pulso e me arrastar escada acima. Olho e vejo o Jimin, me fazendo encolher apenas aceitando. Não importa o quanto eu tente, aquela imagem não sai da minha cabeça. Como um pai pode fazer aquilo com um filho? E como ele estava suportando a dor? Ergo os olhos para as costas dele, não sabendo como estão por conta do seu uniforme, mas presumindo que deve estar doendo para caramba! Ele abre uma porta e entra, me largando lá dentro. Evito olhar para ele e olho para o quarto, provavelmente o dele, vendo o quão grande é.

- Você sabia que é feio espionar na casa dos outros? - Jimin pergunta e eu me encolho, sabendo que ele deve estar furioso.

- Achei que fosse feio espionar em qualquer lugar - respondo, ainda evitando seu olhar, mas sentindo o mesmo em mim. Ele já não gostava de mim, agora então, ele deve me odiar!

- Ótimo, então por que você estava espionando?

- Eu não! - apresso em dizer e acabo olhando para ele, encontrando seus olhos e me acalmando. Ele estranhamente não está bravo, está mais para desesperado. Eu também consigo ver a dor em seus olhos! - Eu ouvi gemidos de dor e decidi checar. Não queria ter visto aquilo, mas vi.

Ele se aproxima, um passo, dois passos, três passos, e para bem a minha frente. Ergo o olhar para o seu rosto e o encaro de volta, o vendo examinar todo o meu rosto. Ele está perigosamente perto!

- Se você contar para alguém...

- Eu não vou - balanço a cabeça e o vejo relaxar um pouco, mas a expressão de dor não se suaviza e sim aumenta.

- Em qualquer caso, se você contar, eu acabo com a sua vida! - concordo com a cabeça e dou de ombros, ficando mais incomodada com a sua dor.

- Você tem um quite de primeiro socorros? - pergunto, me afastando dele e o vendo confirmar indicando o seu armário. Abro o mesmo e encontro uma maleta. Suspiro quando penso que ele deve ter isso por conta dos ferimentos causados por outros espancamentos, porque deve ter tido outros. O jeito que ele suportou a dor me faz pensar quantas outras vezes isso aconteceu! - Tira a camisa.

- O que? - olho para ele e o vejo me olhar com uma cara de espanto. O que é que ele está pensando?

- Eu não consigo tratar dos seus ferimentos com você de camisa, não acha?

- Acho que não - assinto com a cabeça e espero. Ele exita um pouco, mas acaba fazendo, começando a tirar o casaco e depois a camisa. Cubro a boca, tentando não emitir nenhum som, quando vejo suas costas. Realmente, essa não é a primeira vez que isso acontece, suas costas estão cheias de cicatrizes que estão um pouco mais apagadas e outras que parecem mais recentes, além das feridas abertas de hoje. Ele senta na cama e eu subo na mesma, me aproximando de suas costas. - Já fez isso antes?