-|| Capítulo 7 ||-

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      Consigo destrancar a porta o mais rápido possível, e saio correndo, descendo as escadas e de repente todos os olhares de quem estava no andar de baixo, são direcionados a mim.

      — Lá em cima devia estar muito bom, hein! — um menino que eu nunca havia visto na vida grita, e todos caem na gargalhada. E eu percebo que estava apenas de sutiã, e com o cropped rasgado.

      Saio correndo daquela festa o mais rápido possível.
      Pego o telefone para ligar ao táxi, mas estava sem bateria. "Por que sempre acontece essas coisas comigo?" — me pergunto.
      Estou completamente ferrada, não sei a onde estou, e nem como posso chegar em casa. Mas eu tenho certeza de uma coisa, eu não volto para aquela festa de jeito algum.

      Ando um pouco, e tento me tampar com o meu casaco, mas eu realmente não faço ideia de onde eu estou. Então eu sento no meio fio, e inesperadamente começo a chorar.

      — Para de ser idiota Violet! Chorar por acaso vai adiantar de algo? — digo em voz alta a mim mesma, mas não adianta de nada, as lágrimas estão a cair sem parar.

      — Realmente não irá adiantar de nada. — alguém me joga uma jaqueta de couro.

      — Merda... — quando eu ia correr, pensando que era algum tarado, vejo que era Noah. — V-veio para me z-uar? P-para pisar em m-mim? Se for, faz isso logo. — os soluços atrapalhavam um pouco minha fala.

      — Você por acaso acha que eu sou um monstro?

      — T-talvez... — limpo meu rosto, mas não adianta muito, as lágrimas continuar a escorrer.

      — Você sabia, que você animou mais aquela festa, após você ter saído? — ele se senta ao meu lado no meio fio.

      — Oi?

      — Depois que você saiu, todos começam a se pegar, a beijar e... Enfim, você entedeu né?

      — Entendi... Que droga. E eu nem tava fazendo aquilo, foi tudo muito... Muito rápido. — coloco a mão na cabeça. — Minha cabeça está latejando.

      — Você por acaso bebeu?

      — É... Sim, um pouco de vodka, tudo em uma virada só. — ele deu uma risadinha. — Por que você está rindo?

      — Porque a uns minutos atrás, você estava brigando comigo, por eu estar bebendo.

      — Fica quietinho... Minha cabeça está girando muito e... — tudo fica preto por um segundo.

      — Violet? Violet! Acorda! — abro os olhos, eu estava apoiada em Noah. — Olha, eu não sou nenhum tarado, mas você não quer ir pra minha casa, ela é aqui perto, depois te levo em casa. Por mim eu ligava para um táxi, mas nunca trago meu celular para esses lugares, sempre acontece alguma coisa. Mas então, você aceita?

      — Se você ousar tocar em mim na sua casa, eu chamo a polícia e... a... — as palavras não saíam de minha boca.

      — Vou considerar isso um sim. — ele se levanta. — Vamos, se levanta, você vai nas minhas costas.

      — Seu tarad-- — sou interrompida pelos meus soluços, mas me levanto e coloco sua jaqueta de couro por cima da minha, e fecho, e depois fico em suas costas.

      — Por que eu to fazendo isso? — escuto ele sussurar, mas eu acho que não era pra mim ouvir.

      Enquanto eu estava nas costas de Noah, ficava me perguntando: "Eu quase fui estuprada, e agora tô indo pra casa de outro menino, eu devo estar ficando louca de vez."
      Mas o pior, é que eu não me sentia mal, ao estar indo pra casa de Noah. Odeio admitir, mas Noah foi aquela luz do fim do túnel, que eu meio já tinha perdido a esperança de encontrar.
      E era confortável ficar lá, eu apoiava minha cabeça em seu ombro, e sentia suas mãos tocando a minha perna, e suas costas era largas. Parece meio estranho eu estar pensando assim, mas era o que eu realmente estava sentindo.

SociopataOnde histórias criam vida. Descubra agora