Capítulo 8

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             JADE NARRANDO

Gustavo apareceu do nada dizendo toda aquelas coisas e eu viajei demais. Amava ele, óbvio, mas era um sentimento de irmã, nada a mais que isso. Não quero magoar ele, ou deixá-lo com expectativas, mas eu realmente não sei o que dizer. Fui tentar me explicar, mas ele me pediu silêncio e acabou me beijando. Não vou dizer que não foi bom, na verdade, foi até demais. Nós temos uma conexão fora do comum, mas é difícil, e eu sei separar as coisas. Quando estava quase desvinculando-o do beijo, sinto uma mordida forte em meus lábios inferiores e quando abro os olhos, vejo gustavo caído no chão, e Diego atrás puxando-o pela gola da camisa.

        DIEGO NARRANDO

Quando Jade subiu no camarote, meu amigo...fiquei fitando aquela mulher por minutos, ela tava linda demais, e pior, tava mexendo comigo. Seu jeito mandão, decidido e desaforado despertara algo em mim que não sinto a tempos. Jade era uma mulher diferente de todas as outras que conheci ou fiquei. Mas eu não to pra essa no momento. Quero mais que se foda também.
Encarei ela um pouco, mas logo sai daquela brisa e fui atrás de uma buceta pra hoje, e seria aquela loira mesmo, gostosa demais. Jade olhou pra mim pela última vez e desceu até o bar, fui a acompanhando com os olhos quando vejo um cara se aproximando dela. Ela o abraça e pude ver daqui o quanto eles se gostam.
Os dois começam a conversar e eu já quero descer e estancar ele na porrada, quem esse cara acha que é pra tocar em uma das minhas meninas?! Chamo Henrique e peço para que me traga um whisky, precisava beber hoje. Assim que acabo de virar a bebida e volto a olhar para os dois, vejo o mesmo moleque beijando Jade, ele foi com tudo pra cima dela e eu juro que senti o sangue nos meus olhos. Peguei o copo e taquei longe, gritei pelo Henrique, joguei a puta no espaço e sai descendo que nem louco, empurrando todas as pessoas que atrapalhavam meu caminho. Quando chego ao meu local desejado, olho para aquela cena e a única coisa que pensei foi em bater com o revólver na cabeça do mal encarado. Ele cai com tudo no chão e parece que vai desmaiar. Jade me olha com uma cara amedrontada, mas eu não ligo, ela ainda vai se ver comigo hoje também. Saio arrastando-o pelo baile e Henrique vai abrindo espaço. As pessoas olham pra aquilo com maior naturalidade e continuam a dançar. Jade, por sua vez, vem correndo em nossa direção e esbarra em todos para nos alcançar. Eu pude ver de longe seu desespero e preocupação, mas quem mandou se meter com cria da favela.

Chegamos até um beco um pouco escuro e coloco o tal cara amarrado em uma cadeira. Dou uns dois socos em seu rosto e começo a ver o sangue se formar no canto de sua boca.
-Diego, para, por favor! Grita Jade desesperada. E eu fiquei tão cego de ódio que depositei mais 3 socos na cara e no abdômen do moleque.
-Cala boca, Jade. Anda gente, tira ela daqui. Não quero uma das minhas putas presenciando a morte de um merdinha qualquer.
-Não chama ela disso, seu bandidinho de merda! Disse o cara em palavras demoradas.
-Gustavo, não faz esforço, fica na sua, por favor. Disse Jade entre soluços.
-Ah, então esse é o nome do mauricinho? Passo o revólver pela cabeça dele, e logo aponto. -É Gustavo, seus dias de baile acabaram, ninguém mandou mexer com o que não é seu. Digo apontando a arma para seu crânio. -Agora tu vai dançar, menor.
-Não, para com isso, deixa ele em paz, deixa ele ir. Jade começa a gritar descontroladamente.
-Já mandei tirarem essa mulher daqui. Por que ninguém faz o que eu mando nessa porra?
Henrique pega Jade pelo braço e ela começa a se debater gritando para que eu solte o tal cara.
-Solta ela, SOLTA ELA. Grita o mauricinho.
-Cala a boca, seu merda! Dou um soco em seu rosto e automaticamente mais sangue brota na sua face. -Bom, seu tempo acabou exatamente agora. Fica quietinho aí, prometo que não vai doer nada. Aponto a arma na cabeça do tal Gustavo e quando ameaço atirar, Jade entra na frente e começa a gritar.
-NÃO, VOCÊ NÃO VAI FAZER NADA COM ELE, E SE TENTAR, VAI TER QUE PASSAR POR CIMA DE MIM.
-Eu já não mandei você sair daqui, porra? Tá pensando o que? Que é brincadeira? Digo irritado.
-Eu não to pensando nada. A única coisa que quero é que você deixe ele ir pra casa. Ele não fez nada demais, estávamos conversando. Eu o amo demais, por favor, não o mate. Ele é tudo para mim. Ela começa a dizer no meio do choro e eu quase não entendi. Dou uma risada desgostosa e ela me olha aflita enxugando as lágrimas.
-Deixar ele ir? "Estávamos apenas conversando", você acha que sou o que? Idiota? Vocês se beijaram e eu pude ver muito bem. Se você ama ele ou não, fodase, to nem aí. Só sai da minha frente logo, porque se não, quem vai rodar vai ser você.
-Eu não vou sair da frente de ninguém, se você for matá-lo, me mate junto.
-Jade, por favor, vai embora, eu resolvo isso. O ridículo abre a boca.
-Vai, isso aí, faz o que o mauricinho manda e mete o pé daqui.
-Gustavo, eu não vou a lugar algum. Ele não é nem doido de fazer algo com você, se não eu caço ele até o quinto dos infernos. Acabou a palhaçada. Ela me dá um chute derrubando minha arma e pegando a mesma, logo em seguida a apontou para mim. -Solta ele agora, ou quem morre é você.

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