Capítulo 11

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Já se passou 1 mês desde toda aquela briga. Gustavo não tem falado comigo, mas o Tenente sempre me garante que ele está bem. Com todo esse tempo pude descobrir dezenas de coisas aqui no morro, e me sinto mais feliz por isso, já tava começando a achar que tudo estava sendo em vão.
Diego vem me ignorando desde o episódio em que cuidei dele bêbado, não conversamos, sequer trocamos alguma palavra, nem sei porque continuo aqui ainda.
-Ei? Saio de meu devaneio e ouço a voz de Cristal.
-Oi, amiga. Digo sorrindo. -Acordada logo cedo?
-A única que dorme até 12:00 aqui é você, linda.
-Pior que é verdade...mas me fala, o que cê quer?
-Falar sobre o Diego. Bufo e reviro os olhos. -Não adianta fazer essa cara, Jade, você e todo o morro sabe que tu tá começando a ter uma quedinha pelo Diego. Desde a vez que você cuidou dele bêbado, você viu algo diferente nele...você mesma disse, amiga. Poxa, eu quero seu bem, mas você não colabora.
-Cristal, o que eu posso fazer? Ele me ignora, simples. A gente não faz nada aqui. Não conversamos, não transamos, não nos beijamos. Eu sinceramente não sei porque to aqui. E outra, sei lá se sinto algo, posso ter dito que o vi com outros olhos, mas foi um momento de loucura, ele não serve pra mim. Somos de mundos opostos.
-Como assim mundo opostos?
-É...eu não nasci pra isso, apenas.
-Ta bom então, Cinderela, desculpa se você só se envolve com príncipe.
-Olha, ele nem gosta de mim, tá?!
-TA VENDO! TE PEGUEI!! Sabia que você sentia algo por ele.
-Que? Aí, Cristal, da um tempo, tchau, vaza!
Saio empurrando Cristal até a porta e fecho na cara dela, sério, não to com paciência pra aturar isso. Gostar do Diego? Aí meu deus, faça-me rir.
Fico algum minutos nas redes sociais, mexo no Twitter e faz tempo que Gustavo não posta nada, estranho, ele sempre atualiza isso aqui, mas tudo bem. Deixo o celular pra lá e vou tomar um banho, lavo meu cabelo, me seco e coloco um short com um biquíni verde musgo, e uma sandália da Nike. Passo apenas um corretivo e rímel, não da pra sair com a cara de morta na rua, né? Pego minha canga e coloco meus óculos de sol, procuro um protetor e desço as escadas quando acho. Chego até a cozinha, me sento na mesa e fico conversando com as meninas enquanto como um Croissant. Ficamos por alguns minutos por ali e logo me despeço delas.
Desço o morro e encontro os vapores de Diego me encarando, finjo que não vejo nada e continuo meu caminho quando sou interrompida por Juan.
-Gatinha, você não pode sair do morro, tamo fazendo uma vasculhada aqui hoje e ninguém entra e nem sai.
-Oi, como assim?
-Ta surda por acaso? Anda, vaza daqui.
-Ei, olha como fala com ela, tá maluco? Ouço uma voz mais grave e quando olho pra trás, vejo Diego de braços cruzados.
-Mas chefia...
-Mas nada, não quero que fale com a Jade desse jeito, anda, libera logo a passagem dela.
-Mas...você que disse que ninguém sairia e nem entraria.
-Mas ela não é ninguém. Porra, por que tu tá ainda discutindo comigo? Quem manda em você, hein caralho?
-É, é, foi mal chefia. Vai, passa logo, gata.
-Pra você, só Jade. Falamos juntos, eu e Diego, olho pra ele e começo a rir, mando uma piscadela e um obrigado no ar, ele retribui com um sorriso. Vou andando até a praia e não consigo tirá-lo da minha cabeça. Faço uma caminha com a canga e logo deito passando um protetor no meu rosto e corpo.
Cochilo por alguns segundos e levanto para dar um tibum na água, saio renovada e feliz por não terem roubado minha canga. Enquanto me seco, um moreno de olhos verdes se aproxima.
-Oi, bom dia, acho que você deixou cair isso aqui. Olho para suas mãos e vejo meu cordão com o escuta, merda, será que ele percebeu?
-Putz, muito obrigada, esse cordão é tudo pra mim, uma herança de família. Obrigada mesmo!
-Não há de que. Bom, meu nome é Travor, prazer em conhecê-la, senhorita...?
-Jade, só Jade. Digo rindo. -Prazer em conhecê-lo, Travor. Obrigada mesmo, te devo uma. Ah, posso te pedir mais uma ajuda?
-Só se você aceitar tomar um sorvete comigo.
-Oi? Mas eu mal te conheço, como vou saber se você não é um maníaco que me seguiu?
-Vem comigo e descobrirá...
-Ta...eu aceito. Mas pode pelo menos me informar as horas?
-São 11,30, senhorita Jade.
-Só Jade. Rio e logo lembro de Diego. Balanço a cabeça e tento tirar esses pensamentos de mim. -Bom, então vamos?
-Vamos!
Travor mentiu pra mim, e me levou para almoçar. Foi tudo bem agradável e eu gostei bastante da sua presença. Além dele ser um gato, é bastante simpático e engraçado. Realmente tomamos o sorvete, e depois ele me deixou na porta do morro, fui subindo sorridente e não faço ideia de que horas seja, mas acho que passa das 16:00.
-Ora, ora quem apareceu.
-Meu Deus, que susto do cacete. Da pra ser mais silencioso da próxima vez? Coloco a mão no meu coração e juro que dei um pulo quando ouvi a voz de Diego.

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