PARTE II CAPÍTULO 4

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DIEGO NARRANDO

Ouço o barulho do despertador ecoar por toda minha cabeça, levanto em apenas um pulo e sigo até o banheiro. Porra! É hoje que vou para o Canadá. Me arrumo rapidamente e já vou para o aeroporto, chego a tempo de fazer todas as burocracias e logo embarco.

Assim que ponho os pés no Canadá dou o endereço do trabalho da Flávia para o taxista, eu vou fazer uma surpresa a ela, irei pedi-la em casamento. Bom, eu já organizei tudo. Comprei buquê, aliança e pedi para que o entregador fizesse um caminho com as pétalas, espero que ela goste. Eu preferia que fosse algo mais reservado, mas como a única coisa que ela me deu daqui do Canadá foi o endereço do seu novo trabalho, terei que me contentar com isso. Hoje ela é professora e diz amar tal profissão. Bom, ela sempre se deu muito bem com crianças, acho que seja por isso o seu amor. Largar tudo que ela tinha no Brasil para recomeçar algo no Canadá foi muito difícil para ela, inclusive para o nosso relacionamento.

Chego na escola e vejo que as crianças já estão indo embora, entro rapidamente e a vejo de relance. Mando o entregador entrar rapidamente e tento alcançá-la.
-FLÁVIA?- Dou um grito alto o suficiente para ela virar o rosto rapidamente. Seu semblante mudara. Ela estava sorrindo tanto que tamanha felicidade não parecia caber nela. Ela estava linda. Radiante. Eu amava quando ela estava assim. Ela correu até mim, sim, correu e me abraçou tão forte que parecia que eu morreria sufocado, mas foi um dos melhores abraços.
-Amor, por que não me avisou que tava chegando? Meu deus, você tá muito lindo! Cacete, quero arrancar essa sua roupa aqui mesmo, gato! Como foi o voo?- Começo a rir com tantas perguntas, ela tá eufórica e feliz ao mesmo tempo. É bom vê-la assim.
-Ocorreu tudo da melhor maneira, só estou um pouco cansado. Entretanto, tenho uma surpresa para você. Só que você tem que me prometer que só vai abrir o olho quando eu deixar, ok?
-Ok, juro de dedinho!
-É sagrado hein.
-Eu sei- ela da um riso nasalar e fecha os olhos. Ponho uma mão no seu rosto tapando mais ainda o seu campo de visão e com a outra mão vou conduzindo-a.
-Para onde nós vamos?
-Já tá chegando curiosa.- A deixo parada na porta e fico de joelhos no meio das pétalas.-Pode abrir.
Flávia olha deslumbrada para tudo e pergunta sorridente- O que é isso?
-Amor, tu tá comigo há quase 4 anos. Você se tornou uma pessoa tão importante nos últimos anos. A mulher que consegue me acalmar. A mulher que consegue me fazer ficar cada vez mais apaixonado. A mulher com quem eu quero casar. A mulher certa para mim. Flávia, eu te amo. Você aceita passar o resto das nossas vidas juntos?- Flávia a essa altura do campeonato está chorando e eu também to emocionado.
-Meu Deus! É claro que sim! Sim, mil vezes sim. Caramba, eu te amo, Diego. Meu deus, eu não posso acreditar! Que felicidade.- Ela corre para mim e me da um beijo apaixonado e demorado, a abraço e ponho o anel em seu dedo. Ficamos nos olhando por um tempo até percebermos que não estamos mais sozinhos.
Um garotinho de cabelo loiro e olhos azuis se aproxima e faz uma carinha de mau para mim.
-Tia flávia, que moço é esse? Polque ele tá te dando beijo?
-Oi meu amor, esse é o namorado da titia. O nome dele é Diego, ele é muito legal, acho que você vai gostar dele.- Ele para pensativo e articula para falar algo.
-Hum...não sei. Qual seu supeleloi favolito?
-Batman.
-Esse é meu plefelido também! Tia Flávia ele é legal. Tá aplovado.- Começo a rir e dou uma batidinha na mão dele.
-Por que você ainda tá na escola? Já está tarde, sua mãe ainda não veio buscá-lo?
-Eu não sei onde a mamãe ta. As vezes ela tá muito ocupada, mas ela fala pla eu não sail do lugal e espelal pol ela.
-Bom, mas já se passaram 20 minutos. Ela nunca demora tanto. Quer que eu ligue pra ela?- Flávia afirma e eu concordo com a cabeça, que mãe desnaturada!
-Não plecisa titia.

Ouço barulho de saltos ecoando pelo corredor e logo ouço uma voz feminina, bem familiar inclusive.
-Nicolas, meu filho. Desculpa a demora, tá bom? Mamãe tava presa no trânsito. Prometo que vou te recompensar, quer sorvete?- Ela diz dando um beijo na testa do menino.
-Eba mamãe, quelo.
-Flávia, perdão, isso não irá se repetir...-Ela vira para a gente e assim que nossos olhos se encontram eu fico assustado em um nível exagerado. Porra, essa era a Jade, a minha Jade. A Jade que tomou um tiro. A Jade que morreu. Mano, que porra é essa?

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