Fora da lei

Capítulo 1

Jade narrando

Ah, mais um dia de trabalho, como é bom trabalhar no que gosto, sempre salvando pessoas dessa vida horrível de crime. Mas como é triste acordar sempre sem ninguém, sem meus pais, minha família, todos eles morreram por conta daqueles bandidos miseráveis. Ser policial tem pontos altos e baixos, mas o pior deles é ter uma família e acabar perdendo-a por isso.
*meu celular toca*
-Gustavo?? tá me ligando já a essa hora? Tá ficando muito carente. Digo brincando com ele
-Bom dia pra você também, flor do dia, educação tá lá em baixo, credo.
-Tá, tá, ta, o que manda logo cedo?
-Vixi, grossa, já vi que caiu da cama. Bom, como já havia dito antes, estamos com problemas lá no morro do alemão. Nosso chefe tá chamando a gente pra comparecer ao distrito às 7:30, e ele não quer atrasos, por isso te liguei tão cedo.
-Ah sim, to atrasada pra caralho, vou me arrumar e me encontro com você na cafeteria, pode ser?
-Claro, quando estiver saindo de casa me liga
-Tudo bem.
Desligo o telefone e subo correndo para tomar uma ducha. Meu deus, já são 6:40 e Gustavo só me avisa isso agora? ele sabe que demoro uma vida para me arrumar. Puta que pariu.
Coloco uma calça preta e faço uma maquiagem básica. Não da pra sair de farda de casa, esses bandidos estão cada vez mais ligados...

Saio de casa e ligo para Gustavo avisando-o que já estou indo. Ligo meu carro e vou correndo, já são quase 7:00, não posso chegar atrasada no distrito. Chego ao encontro de Gustavo, e nos cumprimentamos. Sabe, Gustavo e eu sempre fomos melhores amigos, não consigo viver sem ele, nos conhecemos desde que me entendo por gente, ele sempre me apoia e me ajuda. Ele foi crucial quando minha família foi morta. Seguimos tomando um café e chegamos no distrito. Estavam todos muitos nervosos e com medo do que o superior iria mandar.
Jhon chega nos trazendo notícias sobre o morro, parece que eles estão chegando com novos armamentos, e que o tráfico vem se aumentando cada vez mais. Já tentamos inúmeras vezes tentar invadir aquilo ali, mas sempre só há uma troca de tiros e policiais mortos, já estamos fartos de tudo aquilo, ninguém ali é preso, já estamos cansados de tanto tentar, e nunca conseguir.
-Bom, então pessoal, já não é a primeira, e muito menos a segunda vez que tentamos invadir aquele morro, sempre acontece a mesma coisa, e só acabamos perdendo mais e mais agentes. Diz Jhon
-Temos que entrar com uma nova tática, descobrir onde eles se instalam, onde ficam seus armamentos, esconderijos e etc. Diz Lorena com um tom de raiva
Eu não sei o que fazer, já tentamos de tudo, sabe? como o Jhon disse, já não é a primeira e nem a segunda vez que tentamos invadir aquilo lá, e a gente só perde, logo nós, policiais que lutam pela segurança daquela comunidade...
E de repente surge uma ideia sobre minha cabeça.
-GENTE(grito deixando todos calados)
-O que foi, jade? pergunta o tenente
-Eu tive uma ideia, aliás, uma ótima ideia
-Não me venha com projetos mirabolantes e ideias que não condizem com o que precisamos. Diz meu tenente
-E alguma vez ela já deu ideias mirabolantes, tenente? Gustavo me defende
-Gente, chega, eu tive uma ideia. Olha, eu acho que eu poderia me infiltrar naquele morro e tentar descobrir horários, esconderijos, casas e até mesmo a verdadeira identidade do dono do morro. Digo
-CLARO QUE NÃO, VOCÊ TÁ LOUCA? É MUITO ARRISCADO. Diz gustavo totalmente fora de si.
-Então, TENENTE, o que você acha? digo passando por cima da voz irritada de gustavo.
-Jade, eu não acho que seja uma má ideia, aliás, a melhor que escutei até agora. Mas foi o que Gustavo disse, é muito arriscado. E se eles a reconhecerem? Tentarem fazer algo com você em troca de algo com nós? Diz o tenente preocupado.
-Bom, eu acho que o senhor tem razão, mas se não tentarmos, nunca iremos saber. E além do mais, eles não gravam a cara no meio daquela doideira toda, fora que sempre colocamos algo para tampar, para não ocorrer esse risco que o senhor mesmo disse.
-Bom, isso é verdade, mas como iremos executar isso?
-Eu posso alugar uma casa lá no morro e tentar me aproximar do dono, eu não acho que seja algo difícil. Sempre estarei com um escuta, e darei notícias todos os dias, eu prometo.
Jhon fica um pouco pensativo sobre minha ideia, mas logo topa.
Gustavo fica revoltado e com raiva de tudo, sai do escritório e vai embora, como se tivesse com algo no corpo. Eu o entendo, sou a única melhor amiga dele, mas também preciso conseguir esse caso, é minha única chance, eu tenho que conseguir.
Peço licença aos meus colegas e logo vou atrás de Gustavo, encontro com ele e temos uma conversa bem gostosa. Não sei o que será de mim longe do meu melhor amigo, mas tudo irá se resolver, e será para um bem maior, a comunidade merece.