Fora da lei

CAPÍTULO 30(FINAL PARTE II)

TENENTE NARRANDO

Aquela putinha da Jade, ela acha que eu sou retardado, não é mesmo? Que eu não sabia do envolvimento dela com o Diego. Aquela idiota, vadiazinha, eu sabia que uma hora ou outra ela iria descobrir qualquer coisa sobre mim, e nesse momento, todo cuidado é pouco. Ela acha que vai sair impune dessa como o idiota do seu pai, mas não, ela tá muito, muito enganada.
-Filha, Lorena, pegue meu telefone, preciso arquitetar esse plano, não sei como farei, mas eu tenho que matar a Jade.
-Graças a Deus, achei que eu teria que fingir ser amiga daquela sem sal pro resto da vida. Quando ela veio me falar sobre o Diego, bleh, quase vomitei. Chatice em cima de chatice. Logo soube que ela tava apaixonada por aquele lá, mas eu não a culpo, gostoso daquele jeito, até eu.
-O gostoso que vai custar a vida dela! Aquela enxerida. Ela tinha que se meter logo com o Cavill? Ir pra aquele baile beneficente idiota e quase descobrir tudo? Ainda bem que eu consegui me mexer a tempo e mandar a polícia para lá, se não, eu estaria perdido! Aqueles idiotas! Eu mexi na droga do carro, era pra eles terem morrido, mas não, assim como o seu pai, aquela piranha é dura na queda.

CINCO ANOS ATRÁS

-Pedro, ouça bem o que está falando, meu amigo. Como eu seria dono dos maiores morros do Rio de Janeiro? Isso é loucura!
-Jhon, eu sei de tudo. Meu amigo, eu posso te tirar dessa. Eu sei que você não é assim. Como você foi se meter nessa furada?
-Aí, cale a boca, Pedro. Você sempre foi o mais fraco. O mais certinho. O mais idiota. E o mais chato também. Você acha que vivo na luxuosidade como? Prendendo bandidos no morro? Não, meu amigo, não. O tráfico me rende muito mais, uma fortuna, eu ousaria dizer. Ser dono de todos os maiores morros do Rio de Janeiro, isso sim é pra mim. Eu apenas continuo nesse empreguinho de merda para manter as aparências. Você acha que sempre que entramos lá e apreendemos algumas coisas é por erro meu? Claro que não! Tudo é contado, monitorado e planejado. Vocês nunca entraram naquele morro sem minha permissão, e nunca entrariam, afinal, eu mando em tudo. Agora xispa da minha frente, ou serei obrigado a atirar na sua cara agora mesmo.
-Você não teria coragem de fazer isso. Nos conhecemos a anos. Somos amigos desde a infância!
-Não teria não?
Puxo uma arma e aponto para o idiota do Pedro. -Eu acho bom você sair daqui agora. Ou não só será você que irá sofrer as consequências, mas sua filha querida também.
-Não, a Jade não!
-Então saia!
Pedro deu meia volta e entrou em seu carro. Mas eu não posso deixar isso barato, não mesmo. Ele vai ter que morrer, e hoje.

ALGUMAS HORAS DEPOIS

-Dom, tudo certo para hoje à noite? Estou te pagando adiantado. Eu preciso que faça isso o mais rápido possível.
-Pode deixar chefia, o carro deles vai passar em alguns minutos, se é que você está correto.
-Eu sempre estou certo. E além do mais, aquele idiota do Pedro sempre viaja pra aquela casinha de campo quando está preocupado com algo. Se eu der sorte, a família toda vai estar naquele carro.
-Foi só você falar, olha o veículo deles passando agora. Tá na minha hora chefia.
-Faça tudo correto. Sem rastros. E certifique-se que eles estarão MORTOS!
[...]
-Conseguiu?
-Claro, chefia. Ou não me chamaria Dom Smith. Bati no carro deles em cheio. E logo depois taquei fogo. Aparentemente eles bateram no poste, então não ficará rastro algum.
-Boa! É isso aí.
-Só tem um problema...
-Porra, qual?
-Só tinha duas pessoas no carro. A filha deles não estava.
-Melhor. Assim vou poder brincar com aquela putinha como eu sempre quis.

DIAS ATUAIS

-Infelizmente aquele idiota do Pedro ainda está vivo, e mora no morro, se identificando como "seu Sivirino", mas é um retardado mesmo. E pra piorar a situação, ainda doou sangue para aquela piranha da Jade quando ela estava quase morrendo. Era pra morrer, porra!
-Já planejou como irá matá-lo?
-Não irei matá-lo. Aquele bar dele me rende bons negócios. Mantém as aparências e circula todas as drogas por ali. O idiota não falará nada para ninguém, ele não pode, ou machucaria a garotinha dele.
-Mas ele sabe que tu pretende matá-la hoje?
-Óbvio que não, Lorena. Vai ser algo totalmente espontâneo, uma troca de tiros qualquer a matará. Quem garante que eu tenha dedo nisso?
-É um bom plano. Pelo menos não terei mais que inventar desculpas quando ela me perguntar sobre o Gustavo. Haja saco!
-Outra pedra no meu caminho. Ainda bem que me livrei dele a tempo. Menino chato!
-Eu até que gostava dele.
-Por isso tive que matá-lo com minhas próprias mãos, meu docinho.

JADE NARRANDO

-Equipe, avançar, vamos, se mexam.
Já estamos nessa troca de tiros faz horas, não acaba nunca. Eu to totalmente preocupada com o Diego, e com meu bebê. Tenho medo de algo de ruim acontecer com a minha família.
-Aqui, gente, aqui!
Apreendemos cerca de 45kg de drogas. Uma quantidade significativa de armas. E uma enxurrada de criminosos. Finamente conquistamos mais um morro. Mas graças a Deus o Diego não está aqui.

Ouço tiros de longe e avanço até o local.
-Seu merda. Olha o que você fez. Não me avisou nada! Eu fiquei de mãos atadas enquanto via meus vapores sendo baleados, mortos e presos. Não pude fazer nada. Como você me faz uma merda dessa? Como não me avisa?
Escondo-me atrás do muro e logo reconheço essa voz, é do Diego. Meu coração fica mais calmo e logo sinto um alívio invadindo meu corpo.
-Tinha que ter uma invasão, Diego. Você acha que eu fico como naquela merda de Distrito? Alguma hora eu tenho que entregar algumas coisas para aqueles vermes se sentirem satisfeitos.
-Você tinha que ter me avisado.
Pera? Eu escutei direito? Como assim Distrito? Levanto levemente minha cabeça no intuito de não me perceberem ali. Mexo-me devagar quando consigo enxergar quem era.
Tenente?

Minha visão embaça e sinto um enjoo enorme invadindo o meu corpo. Tudo foi uma mentira. Desde sempre. Tento sair de onde me enfiei mas piso em um tijolo que estava quebrado, revelando minha presença ali.
-Quem está aí?
Saio rapidamente e tento correr até o outro beco, mas logo sou surpreendida pela mão do Tenente.
-Ora, ora. Temos uma presença ilustre aqui.
-Me solta!
-Cala a boca, sua cadela.
-Diego, já que você não teve aviso sobre  a invasão, te trago um prêmio. Pode matar essa policial aqui.
-Pelo menos isso, eu mereço.
-Claro que sim.
Tenente me joga no chão e eu caio com tudo, choramingo preocupada com o meu filho.
-Atira nessa cadela logo, Diego.
-Espera, eu preciso ver o rosto da minha vítima primeiro, sabe como é né. Se for bonita demais, eu deixo feia.
-Não, não tira a máscara dela. Mate logo. É uma zé ninguém.
-Espere, Jhon.

Diego se aproxima de mim e puxa minha máscara pra cima. Quando ele encontra os meus olhos, ele toma um choque a arregala-os totalmente.
-Jade? O que? Como? An? Jade?
-Diego, eu posso explicar. Me desculpa.
-Ai, mas que chatice! ACABA LOGO COM ISSO, DIEGO!
-Como assim, Jade? Me explica isso!
Ele diz com lágrimas nos olhos.
-Porra, já vi que vai ter que sobrar pra mim.
Assim que ouço o término na frase do Tenente, sinto uma dor tremenda no me peito. Olho para baixo e vejo sangue. Muito sangue. Eu levei um tiro. Eu levei um tiro.
-JADE!!!!!!! NÃO, JADE, ACORDA. AMOR, FICA COMIGO. JADE, POR FAVOR!
Ouço a voz de longe do Diego. Tudo parece ficar cada vez mais longe da realidade. Cada respiração, olhada, e movimento que faço parece limitado. Eu vou morrer. O meu filho. O nosso filho. Vejo Tenente arrastando Diego e ele indo embora com as mãos no rosto. Um vazio profundo e negro invade minha visão. Minha respiração diminui cada vez mais rápido. Sinto a morte. Sinto a minha ausência.
continua...

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OI, MEUS AMORES! COMO CES TÃO DEPOIS DESSE CAPÍTULO LOUCO? EU TO PASSANDO MAL! MAS ENFIM, NÃO FOI DISSO QUE VIM FALAR. PRIMEIRAMENTE, QUERIA AGRADECER A CADA UM DE VOCÊS PELO APOIO, CARINHO E COMPREENSÃO PELO LIVRO QUE ESTOU ESCREVENDO. CADA NOTIFICAÇÃO DE VOTO, COMENTÁRIO E USUÁRIO NOVO, ME DEIXA IMENSAMENTE FELIZ, VOCÊS NÃO SABEM O QUANTO. OBRIGADA POR ME AJUDAREM, MESMO NÃO SABENDO. VOCÊS SÃO FODAS. E NÃO SE PREOCUPEM, FORA DA LEI AINDA NÃO ACABOU! XOXO, VEJO VOCÊS NA SEGUNDA PARTE DO LIVRO.

ATT, SUA ESCRITORA. ❤️