Medos e Dores

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Fiquei com meus olhos arregalados olhando para meu outro " eu". Não havia muito diferença entre nós duas, ela se parecia humana assim como eu, o que nos diferenciavam eram os olhos vermelhos e que ela tinha o ódio e o desejo enorme de matar... causar o caos.

_ Você é fraca Viollet, sem mim você é uma inútil que não sabe nem controlar seus próprios poderes. Você não merece eles, eu sou mais forte e sei como comanda-los. Você sempre tão gentil com medo de machucar as pessoas, uma garota fechada que todos a chamavam de estranha. Você devia se vingar de todos que a trataram mal! - Ela falava sem parar.

_ Vingança nem sempre resolve tudo! - Eu gritava com ela.

_ É uma pena que pense assim, se você se juntasse a mim seríamos invencíveis. Se eu estivesse no comando seus pais não estariam mortos.

_ Ela é só os meus piores medos, meus piores medos, meus piores medos... - Eu repetia sem parar.

Mas ela estava certa, se ela estivesse no comando encontraria quem desejava ter meus pais mortos antes de tudo acontecer com eles.

_ Quer saber o quanto você é fraca?! Veja por você mesma. - Disse ela.

Quando ela acabou de falar ao meu redor fica escuro e se torna um cemitério, aparece dois túmulos, os de meus pais. Logo depois o que era um cemitério se tornou minha casa e vejo a imagem dos meus pais adotivos mortos cheios de sangue caídos no chão em minha frente, corri para ajuda-los mas não adiantava de nada. Me ajoelhei perto deles coloquei minhas mãos no rosto e veio uma vontade enorme de chorar, acabei deixando algumas lágrimas cair me perguntando o por que daquilo, de repente escuto a voz deles:

Por que nos deixou morrer Viollet? Nós a amamos e cuidamos de você e é assim que nós agradece?!
A culpa é toda sua!

Ficavam repetindo sem parar até que a imagem deles foram desaparecendo e eu corria para ela não sumir de vista, gritava pedindo desculpas a eles com várias lágrimas  escorrendo dos meus olhos. Sem perceber me encontrava em um labirinto que parecia ser enorme, a cada passo que eu dava uma dor ia consumindo meu corpo e a voz da minha outra "eu" sussurrava em meus ouvidos falando dos meus piores medos. Depois de andar muito me sentia fraca mas logo avisto a saída de longe, sai correndo, não aguentava mais aquela dor. Quando já estava chegando perto da saída escuto a voz de Baby pedindo ajuda, olho para trás e ela está pendurada em uma parede toda machucada, fico preocupada e corro em sua direção mas ao chegar perto ela desaparece junto com o labirinto. Estava ficando muito fraca, aquelas ilusões me deixava confusa e a dor não parava de consumir meu corpo. Depois de um tempo, vejo algo se movendo logo a minha frente, meio cambaleando vou indo ao encontro do que quer que seja. A cada vez que chego mais perto percebo que são as meninas  jogadas em um chão com uma possa de sangue em volta, estavam mortas menos Arobéd porém estava sangrando também com vários cortes em seu corpo.

Olha o que fez conosco, você as matou! Não soube se controlar e acabou matando todas e destruiu tudo...

_ Aaaaah... - Gritei enquanto chorava mais ainda.

Eu causei todas essas mortes e sentia também a dor que causei a eles, meu corpo queimava em um fogo eterno não estava mais suportando e eu não conseguia parar de chorar.

_ Me desculpem! Por favor me desculpem. - Falei em um tom de voz alto mas depois baixei.

Queria fazer aquela dor parar sentia que minha cabeça ia explodir a qualquer momento. Meus olhos ia se fechando e me rendendo aqueles medos e aquelas dores, quando sinto algo tocar meu ombro esquerdo.

_ Chega... Sou fraca não vou conseguir suportar mais nada. - Falei.

_ Não estamos aqui para causar mais dor a você, e sim para ajuda-la.

Duas vozes falaram ao mesmo tempo, uma voz feminina e outra masculina.

VIOLLETOnde histórias criam vida. Descubra agora