Chapter three

523 46 3
                                    

Estou sentada em um dos bancos disponíveis para as garotas da prova real, Atara da casa animos acabou de sair, sobrando apenas eu e Evangeline no cômodo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Estou sentada em um dos bancos disponíveis para as garotas da prova real, Atara da casa animos acabou de sair, sobrando apenas eu e Evangeline no cômodo. Respiro fundo, tentando manter a calma. Tento manter minha mente ocupada com um pequeno floco de neve, passo ele entre meus dedos, em um zigue-zague sem fim, tenho essa mania feia desde pequena.
⁃ Depois da animos a prova real vai começar de verdade. - fala Evangeline que anda em círculos a minha frente. - É uma disputa justa. Você tem o coração do príncipe e eu a força que norta precisa!
Sua mão cheia de garras vem em direção do meu rosto mas a agarro antes que consiga, a prenso na parede com meu cotovelo em seu pescoço.
⁃ Não sou a garota fraca que você espalha por aí, não sou e nunca fui! E você sabe muito bem disso não é mesmo, eve? Porque essa garota que você fala se enquadra muito bem com você! - a largo e volto para o meu banco. Há alguns anos atrás costumávamos ser melhores amigas, como irmãs. Ela sonhava  com a coroa que iria ganhar da prova real desde quando éramos crianças, e quando ela descobriu que eu me apaixonei por Cal e vice versa , considerou como uma traição a ela e ao seu futuro. Deixamos de se falar e uma relação de indiferença e ódio foi implantada.

Me concentro nos barulhos que vem do jardim espiral, o fim dos gritos e aplausos indicam que a qualquer momento será a minha vez de entrar lá e mostrar meus talentos.
Aliso meu vestido azul claro, da cor de minha casa. Ele tem mangas longas levemente transparentes que são  bordadas como a faixa que está amarrada em minha cintura, fazendo pequenos flocos de neve sobre o vestido. Sua saia cai perfeitamente sobre o meu corpo com o seu tecido esvoaçante. Mesmo tendo mangas longas, o vestido permite que meus braceletes de cristal de rocha, uma variação do gelo, apareçam para a multidão.
Estou preparada quando minha hora chega, os gritos e aplausos não me desconcentram.    Estendo a palma da mão em direção ao camarote da minha família e ao da família real, em forma de cumprimento.
⁃ Calafrio - escuto minha mãe falar a última parte da apresentação.
Imagino que estou em um dos treinos com Cal e coloco um sorriso no rosto. Sinto a familiaridade do gelo nos meus dedos e sob minhas ordens vejo uma fonte de água se congelar completamente, os aplausos me animam e continuo como planejado.
Congelo algumas coisas, faço flechas e estacas, que atingem as árvores que a Welle plantou, manípulo  o gelo com toda força que tenho. De relance vejo um sorriso no rosto de Cal, isso me deixa preparada para a melhor parte do combinado. Paro ao centro do jardim espiral com os braços estendidos, sinto a agitação da minha pele, o gelo antes presente nos meus dedos sobe pelo meus pulsos, cotovelos e só descansa quando cobre cada pedacinho de pele do meu corpo.
Os gritos e aplausos continuam, só que com maior fervor, meu sorriso aumenta ainda mais. Me preparo para sair, aceno novamente para as casas e saio do jardim espiral.
Me dirijo ao corredor que as criadas usam para abastecer os camarins, lá consigo ter uma vista boa o suficiente e também consigo ficar longe das outras garotas da prova. Evangeline entra com seu sorriso irônico nos lábios, ela também acena, para sua família e para a família real, que devolvem o cumprimento. Primeiro começa a mexer com os pedaços de ferro na sua jaqueta, transformando-os em balas, que explodem logo depois. Evangeline está se sentindo o máximo com a atenção de todos, sua mão se levanta em direção ao camarote oposto, que começa a tremer e a se inclinar pra frente, assim como os outros ao seu lado. Escuto alguns berros, tanto das criadas quanto das famílias prateadas que estão nos camarotes e xingo Evangeline mentalmente. Do outro lado percebo uma garota caindo em direção ao escudo elétrico, sua cabeça bate contra o escudo e algo como faíscas surgem ao redor dela. Suas roupas queimam, mas ela não. A garota assustada cai na arena quando o escudo cede, dou uns passos à frente para enxergar melhor o que está acontecendo.
Minha antiga amiga da casa Samos cumprimenta a vermelha com uma rajada de metais afiados. A garota responde com um raio que por pouco não cai em Evangeline. Imagino como o rei tiberias deve estar enlouquecendo nessa altura do espetáculo, os sentinelas invadem a arena sob suas ordens e a menina elétrica sai correndo, desaparecendo tão rápido quanto aparece.

Estou encostada no batente da porta do meu quarto, que nunca é usado, Cal está na minha frente com um dos braços apoiados na parede, cobrindo o meu corpo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Estou encostada no batente da porta do meu quarto, que nunca é usado, Cal está na minha frente com um dos braços apoiados na parede, cobrindo o meu corpo.
⁃ Está tudo certo mesmo? - pergunto a ele sobre a garota que caiu de um dos camarotes. Segundo Cal, ela era a menina de palafitas.
⁃ Fisicamente sim, os sentinelas a levaram para Elara. Nesse exato momento ela deve estar vasculhando na cabeça dela. - o príncipe suspira apoiando sua cabeça na minha.
Meus braços os cercam em um abraço forte, tentando inutilmente que toda a sua preocupação se esvaia.
⁃ Irá ficar tudo certo! Não se preocupe! - aperto mais um pouco o abraço.
⁃ Cal! Pare de roubar minha menina! Ela ainda não está pronta! - minha mãe berra de dentro do quarto me fazendo soltar uma risadinha. O Calore abre a porta fazendo com que a minha mãe apareça.
⁃ Me desculpe, senhora Gliacon. Ela está entregue novamente! - ele fala tentando conter um riso o que me faz rir mais ainda.  Ele me beija a testa e antes de sair sussurra um "eu te amo" para mim.
Quando volto ao quarto vejo minha mãe de braços cruzados, como a coronel que costumava ser. Quando mais novos minha mãe liderava os soldados na guerra de lakeland e meu pai liderava as tropas da aeronáutica como piloto de caça, meu pai morreu quando eu tinha apenas cinco anos, foi uma grande perda para todos nós. Meu pai, conhecido como Darius Gliacon, era muito amigo do rei Tiberias, assim como minha mãe - que mesmo saindo do front continua nele.
⁃ Você estava linda hoje, querida! - ela me puxa até o guarda roupa onde tem outro vestido pendurado, ele não tem alças e nem mangas e é azul como o outro que usei mais cedo. - Eu sei que você prefere usar uma armadura do que um vestido mas...
⁃ Você também pensa assim? - pergunto a minha mãe que encara seriamente o vestido.
⁃ Se eu disser que cada vez que eu coloco um vestido tenho vontade de voltar para o front, você acreditaria? - minha mãe ri com sua própria resposta e eu assinto, rindo também.

Força e PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora