Chapter fifteen

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         As mãos de ptolemus abandonam minhas costas ao abrir a porta de uma das salas desabitadas que faziam parte do grande salão onde ficava o baile, entro o mais rápido que meu corpo permite, vasculhando o lugar escuro com os olhos.
Me apoio na parede conseguindo equilíbrio o suficiente para tirar os sapatos, e sem precisar olhar para os lados percebo a sua presença próxima a mim.
          Inclino meu corpo em sua direção para o observar melhor, seu rosto angular sempre estampando um sorriso torto, seus cabelos de cor tão complexa que não arriscaria dizer o nome.
⁃ Por que está me encarando tanto? - sussurra o samos a minha frente.
          Dou de ombros, porque sinceramente não saberia responder por qual motivo o encarava, ou por que procurei refúgio em uma sala vazia com a presença dele.
⁃ você tornou tudo mais tolerável essas semanas. - murmuro, prestando atenção agora na parede oposta da sala.
⁃ Por que?
⁃ Sinceramente? - pergunto a ele e o vejo assentir. - não sei... já parei para pensar várias vezes e nunca achei um motivo.
⁃ Eu sei o motivo! - ptolemus responde - está completamente apaixonada por mim.
⁃ Não se gabe tanto, samos! - o respondo entre uma gargalhada e outra.
⁃ É um bom argumento. - ele defende sua colocação, se aproximando mais de mim.
⁃ Os péssimos argumentos são defendidos assim.
         Meus lábios estampam um sorriso zombeteiro ao perceber o descontentamento nos olhos do samos.
Seu corpo se aproxima mais do meu, como se não tivesse espaço suficiente para nós na mesma sala. Suas mãos afagam meu rosto tão suavemente como se tivesse medo de me quebrar, mal sabendo ele que no fundo do meu ser eu já estava quebrada.
⁃ você é ... - ptolemus não chega a terminar sua frase. - frustrantemente encantadora.
         Seus olhos me encaram de um jeito diferente, de um jeito que não via a tempos, como se eu fosse a joia mais rara de um joalheiro. Quero beija-lo, toca-lo, emaranhar minhas mãos no seus cabelos prateados e pedir para que fique.  Me aproximo ainda mais de seu corpo, pouso minha mão em seu peito buscando seu calor, mas sua armadura me impede.
         Os lábios dele encontraram os meus, ptolemus devora todo o medo e desejo em que sentira a noite toda. Com minhas mãos, o puxo pelos cabelos para o ter mais e mais perto, a sensação do meu  corpo contra o dele era como estar no paraíso.
        Nesse momento eu não me lembrava de mais nada, minha cabeça não se lembrava de que no último ano estive treinando para ser a escolhida na prova real enquanto deveria estar nas trincheiras lutando contra lakeland, o sentimento forte de insuficiência que andam me assombrando, a raiva e por seguinte a vergonha de ver mareena, a bebedeira para tentar dissolver o completo vazio em meu corpo, nada mais me atormentava agora.
          Meu coração se apertava a cada carícia sua, nunca poderia tê-lo, nunca poderia amá-lo de todos os modos de que ele merecia, mas era egoísta demais para deixá-lo ir. Só por aquele instante, eu poderia – e iria – fingir que pertencia a Ptolemus Samos, e que ele pertencia a mim, e que o meu coração estava inteiro.
⁃ ptolemus... - chamo seu nome quando seus  lábios deslizam  pelo meu pescoço - mais... por favor
⁃ quero sentir você! - o hálito quente do samos sobre minha pele provocava arrepios.
⁃ Também quero senti-lo - sussurro antes de beija-lo novamente.
         Seus braços me tomam docemente me levando para algum lugar que não faço ideia, minhas mãos acariciam seu rosto e minha boca espalha beijos pelo seu pescoço e maxilar.  Nos dois desabamos  sobre um sofá. Meu corpo aterrissando em cima dele de forma suave, suas mãos levantando meu vestido para me ajeitar sobre seu corpo, minhas pernas circundando as suas.
⁃ Como tiro isso? - pergunto com as mãos em sua armadura, que começa a abrir lentamente sobre a habilidade do samos.
           Minha mãos passam por baixo da sua camiseta,  que proteje sua pele da armadura, meus dedos tateando seu abdômen musculoso e escuto ele grunhir. Suas mãos deslizam pela saia do meu vestido, acariciando minhas coxas e apertando-as. Sua boca quente  me beija com delicadeza. Uma provocação suave e sensual que me faz gemer. Ele lambe meu lábio inferior, então o morde de leve antes de brincar com a ponta da língua ao redor da minha boca. Seu gosto é doce, e, por alguma razão, isso me faz gemer de novo. Quando sua língua por fim desliza para dentro, ele solta um arquejo gutural que vibra pelo meu corpo e se instala dentro de mim.
      Meu corpo inteiro esta quente e dolorido, apertado de emoção. Minhas mãos já estão nas suas costas o arranhando quando um click na porta me desperta de toda a onda de prazer que me cercava.
       Encaro a porta e vejo o indivíduo já dentro da sala, travado, em choque, absorvendo a cena em que vê na sua frente, a sua noiva montada em um de seus colegas,  uma cena  de uma agarração. Os olhos do Calore tremem em fogo, na mais pura fúria, minha boca trava não sendo capaz de formular nenhuma resposta para aquela situação.         
       Só sinto meu corpo destravar e ser capaz de se mexer quando vejo a porta batendo mostrando que o príncipe já havia saído da sala. As mãos de ptolemus que antes estavam por dentro do meu vestido agora mexiam no cabelo em um ato de nervosismo, seus olhos me encaram tentando achar alguma pista do que estou sentindo, dou de ombros e resmungo algum xingamento antes de me levantar e afastar meu corpo em chamas do seu.
⁃ Maldição - escuto o samos xingar enquanto se senta no sofá.
⁃ Esta vai ser uma noite longa... - murmuro.

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