Cap. 3

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BESAME LA BOCA...

Ao vê-lo sair Victória se entregou ao choro, ela sabia que o que ele falou era verdade. Amou tanto Heriberto, e para ele, ela nunca foi uma prioridade.
Ela tinha jurado a si mesma que nunca mais ia chorar, nem por ele nem por homem nenhum, mas lá estava ela outra vez se debulhando em lágrimas.
Osvaldo também sempre teve o poder de lhe fazer chorar, ela o conheceu anos depois de se separar de Heriberto. Osvaldo era ator e ela estava iniciando sua carreira como estilista. Era divorciada e tinha um filho pequeno para criar, Max tinha quatro anos e tinha pouco contato com o pai, que decidiu fazer especialização em outro país.
Ela se deixou levar pelo carismas dele e decidiu se dar mais uma chance ao amor e também foi a melhor forma que encontrou para esquecer seu primeiro marido. E entre idas e vindas eles casaram. O que Victória não sabia era que nada que fizesse seria capaz de fazê-la esquecer sua antiga paixão. Por mais que tentasse ela não conseguia tira-lo da cabeça, muito menos do seu coração. E ao longo desses anos, Heriberto Rios Bernal foi o maior motivo da brigas entre ela e Osvaldo, pois o mesmo sempre a culpava por ela não conseguir esquecer seu ex-marido, como se ela tivesse culpa que seu coração traiçoeiro lhe pregasse aquela peça. Depois que casou, ela evitou ao máximo ter contato com o ex marido, conhecia a lábia dele e conhecia também o corpo traiçoeiro que tinha. Ele sempre soube como doma-la, sempre a deixava querendo mais, o que nunca aconteceu no seu segundo casamento. A cumplicidade que tinha na cama com Heriberto, essa cumplicidade que deve haver entre um casal, ela nunca mais encontrou com homem nenhum.
E agora ao saber do regresso dele ao país nem que fosse por pouco tempo, que sempre foi assim ao longo dos anos, visitas rápidas. Ele sempre que vinha ao país tentava a todo custo entrar em contato com ela que fugia dele como uma desesperada.
Ela fechou os olhos e lembra de cada detalhes dos dois anos em que foi casada com ele. Victória suspirou tinha que mantê-lo longe dela, não podia deixar que ele se aproximasse outra vez, ou mais uma vez sairia com a alma rasgada.

No outro dia ela estava na sua sala com Antonieta, elas revisavam vários desenhos que faria parte do próximo desfile e Antonieta falava sem parar. A amiga parou e viu que Victória estava em outro mundo, ela sabia bem que mundo era aquele, e decidiu brincar com ela:

Antonieta: Heriberto!!- falou se fingindo espanto.

Victória pulou da cadeira:

Victória: onde??

Antonieta não conseguiu parar de rir.

Victória: Que brincadeira mais sem graça!

Antonieta: aí amiga, você precisava ter visto a sua cara... onde???- ela imitou Victória- Ele está de volta não é? É por isso que você está assim?

Victória suspirou.

Victória: sim... mas duvido que ele fique muito tempo. É sempre assim, ele vem passas uns dias e depois some outra vez para fazer as suas pesquisas- ela levantou e caminhou até a janela olhando a paisagem.

Antonieta: isso ainda lhe dói não é?

Victória só baixou a cabeça sem responder nada.

Antonieta: e Osvaldo? Não vai ter mais volta mesmo?

Ela suspirou.

Victória: não deveria nem ter começado. Eu agradeço muito a Osvaldo por tudo que ele fez por mim, sei que posso ter merecido o par de chifres que ele colocou na minha cabeça... Mas não perdoou a falta de lealdade, eu nunca menti para ele, sempre fui sincera e ele foi quem quis seguir com o casamento- ela se virou e encarou a amiga- você sabe disso.

Antonieta: é, eu sei

Victória: se ele queria ficar livre para refazer a vida dele, eu teria dado isso a ele. Mais me fez passar por um papel ridículo e isso eu nunca vou esquecer.

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