#10: O Irmão de Gemma

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– Oops! – Harry fala, recuando até encostar na porta.

– Hi?!? – Louis responde, aterrorizado e tentando cobrir-se a qualquer custo – Sabe bater na porta não?

– Na verdade você nem teve a decência de fechar a porta então quem errou primeiro foi você.

– Mas a regra é bater na porta sempre. Você entrou como se fosse o dono da casa ou algo do tipo.

– Eu sou- – o mais novo tentou falar que essa era de fato sua casa mas foi interrompido.

– Você é um folgado isso sim! – o mais velho terminou de subir o zíper da calça e se aproximou com o intuito de alcançar a porta.

Os dois garotos ficaram próximos e por um momento o tempo pareceu desacelerar. Os olhos verdes de Harry se encontraram com os azuis de Louis e ali se perderam. As escritas no peito de ambos pareceram latejar e a cabeça dos dois foi inundada por um oceano de sentimentos: todo o excesso de sensações era sentido em dobro. Parecia até que eles não sentiam somente por si e isso era assustador. O banheiro era estreito e isso só fazia a tensão causada pela proximidade ficar mais concentrada.

Louis deu outro passo em direção a porta e isso fez o cacheado prender a respiração. Conseguia até sentir a ponta dos dedos pularem ao imaginar tocar o mais velho. A mão do rapaz de orbes azuis agarrou firmemente a maçaneta, o movimento quase parecendo que inicialmente teria rumo na cintura do garoto que estava ali apoiado.

– Você vai ao menos me deixar sair? – a voz de Tomlinson parecia tensa e até mais abalada que o normal mas ele mentalmente culpou o álcool.

Harry tentou responder algo mas acabou gaguejando baixinho e somente se afastando da porta. O mais velho passou por ele e pela passagem, em seguida parou por alguns minutos, tentando digerir o que tinha acabado de acontecer. Ele percebeu um longo suspiro sair de dentro do banheiro quando estava prestes a fechar a porta mas decidiu ignorar para não acabar mais confuso ainda.

Depois de descer as escadas e retornar ao grupo de amigos, Louis tentou agir normalmente mas não parecia conseguir: seus pensamentos eram como um furacão e no epicentro dessa confusão estava o garoto de cachos. Seus olhos verdes chamaram a atenção do mais velho no momento e agora novamente se tornaram o foco de Tomlinson. Seus cabelos fofinhos que auxiliavam na formação de um aspecto angelical. Seu rosto de início irritado mas que passou a se mostrar perplexo.

A conversa continuava a seu redor mas ele não tentava entender, já que seu olhar sempre estava à procura do garoto do banheiro. E quando achava ele novamente se desprendia do resto do mundo. Seu coração errava a batida e o sobrenome em seu peito ardia. Os olhos do rapaz não se comparavam a nenhum tipo de verde que Louis já teve o prazer de ver. Não era o verde de sua tinta favorita. Não era o verde que cobria o depósito de sua mãe. Não era o verde do limoeiro que suas irmãs plantaram no jardim. Esse tom único não parecia chegar nem perto do gramado que foi o palco de seu beijo com seu melhor amigo. Tomlinson não esqueceria caso tivesse visto uma cor tão bonita, afinal aquela era sua cor favorita e ele parecia admirar qualquer nuance dela. Louis então lembrou do mar verde em que se afogou durante a melancólica conversa com Horan e agora ele pensa que, assim como fez com o gramado, talvez apreciaria repousar no vívido verde dos olhos do garoto.

Harry não conseguia se sentir diferente do rapaz. O curto período de tempo que passaram juntos naquele cômodo foi regado por palavras afrontosas mas o momento passado em silêncio significou muito mais: o adolescente ficou sem fala e seu coração acelerou inegavelmente quando viu os olhos azuis do estranho. Aquele azul carregava um brilho tão singelo que destoava da impaciência transmitida em sua voz.

Wrong (Larry) *Editando*Onde histórias criam vida. Descubra agora