Palavras sao escolhas e tem consequências

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Gustavo: E como ela está? – ele fala já aflito. – e a nossa filha?
Silvestre: É.. – é interrompido por Luciano que chega no corredor.
Luciano: Filho, o que faz aqui? Não deveria estar em Nova York?
Gustavo: Pai a Cecília sofreu um acidente e eu não podia ficar parado lá.
Luciano: Ahh e vc já falou com ela?
Gustavo: Não pai, só sei que ela estava no hospital. E o Silvestre estava me contando que ela sofreu um acidente.
Luciano: Bom, Silvestre pode sair eu falo com o meu filho. – silvestre sai – venha até a sala filho – os dois vão até a sala e ele se senta e indica a poltrona para o filho se sentar
Gustavo: Fala logo pai – se senta aflito.
Luciano: A sua mulher caiu da escada , deve ter tropeçado ou desmaiado, ninguém sabe, ela estava sozinha e não se lembra do que aconteceu. Ela passou por uma internação complicada e saiu hoje do hospital.
Gustavo: Mas onde ela está está vindo pra casa ou foi para a casa da irmã. Eu vou  buscá-la  – se levanta da poltrona.
Luciano: Não Gustavo ela não vem pra cá e pelo que soube não está com a irmã.
Gustavo: Então onde ela está e como está a nossa filha?
Luciano: Olha eu não vou enrolar tá – fala direto – ela perdeu a criança e te largou.
Gustavo: Como assim? – já está com os olhos marejados – ela perdeu o bebe? - falava ainda em choque - a nossa filha?
Luciano: Sim filho e decidiu ir para longe daqui.
Gustavo: Mas pq?
Luciano: Parece que por tristeza mesmo.
Gustavo: Meu Deus – já em prantos, desaba se sentando na poltrona e abaixa a cabeça a sustentando a testa com as mão – não pode ser.
Luciano: Se não acredita em mim pode perguntar pra sua irmã.
Gustavo: O que eu fiz? Ela no hospital e eu tratei ela daquele jeito, ele tinha acabado de perder a nossa filha, e ao invés de estar ao lado dela eu a julguei.
Luciano: Filho o que vc fez?
Gustavo: Eu perguntei se ela tinha me traído, eu havia recebido umas fotos com uma mensagem e fiz a maior burrada?
Luciano: Mas o que tinha nessas fotos? Posso ver?
Gustavo: pode – pega o celular – essas aqui – ele olha as fotos com atenção.
Luciano: Nossa bem amiguinhos eles, eu se fosse você tomava cuidado, quem garante que ela não te enganou filho, esse rapaz estava no hospital com ela. Pelo que soube é médico. E hoje os dois foram vistos no aeroporto.
Gustavo: Ele o que?
Luciano: Já pensou se ele fosse o verdadeiro pai desse bebê e por isso ela fugiu com ele. -
Gustavo: Mas pra onde ela foi? E ela não me enganaria assim, estávamos tão felizes com  a gravidez dela, não pode ser filho de outro. – falava confuso – ela não me trairia.
Luciano: eu falo para o seu bem, afinal se ela não tinha nada com ele não teria nenhuma razão para sumir assim.

Enquanto isso Estefânia Narrando: Eu vim para casa com Gabriel eu tentava com muito esforço ficar bem pelo meu bebê mas era um desafio, liguei e pedi ao Silvestre que me informasse de qualquer coisa que acontecesse, avisei que Fátima iria lá mas que meu pai não deveria saber. Admito fiquei curiosa para saber, mas Cecília tinha seus motivos e imaginei que ia pegar algo para a irmã. Quando era noite Silvestre me interfonou contando que o Gustavo havia voltado e estava com meu pai, fiquei agitada e corri até a cobertura. Nem posso dizer que me surpreendi ao ouvir os dois falando de Cecília como uma traidora, e o pior que o Gustavo realmente estava cogitando essa opinião da própria mulher.
Estefânia:  Não acredito que vc chegou a pensar esse absurdo as Cecília Gustavo. – ela entra já alterada na cobertura.
Gustavo: Eu só estou tentando entender.
Luciano: Estefânia o seu irmão é adulto e se ele foi enganado tem o direito de refazer a vida dele.
Estefânia: Você é um cretino – ela percebe que não pode falar demais pelo bem da amiga. – A cecília quase morreu ontem, eu vi ela caída bem ali, em uma poça de sangue – aponta para o pé da escada – estava desacordada, passou horas entre a vida e a morte, ela ... perdeu a filha que tanto sonhou – fala já entre lágrimas – quando ligou para o marido no momento que mais precisava de apoio, amor e carinho ouviu uma barbaridade e completa falta de confiança do homem que amava.
Gustavo: Como assim amava?
Luciano: Para de drama Estefânia.
Estefânia: Drama? Eu vi o tanto que ela sofreu naquele hospital, e agora eu perdi minha amiga, a madrinha da minha filha não está aqui mais, quando disseram que ela poderia ir para casa vi em seus olhos como se sentia perdida e sem lugar pra onde ir, essa nunca foi a casa dela, vc faz ideia do que é para uma gravida se sentir assim? –para e respira rapidamente – eu te digo, é devastador, o trauma não foi apenas físico mas também emocional, e o único apoio que ela precisava que era o seu – aponta para o irmão –  lhe foi negado, eu e a Fátima ficamos do lado dela e ela generosa como sempre se preocupou mais comigo e minha filha, ela precisou ir para longe de tanta tristeza, entrou em uma depressão profunda em apenas 2 dias, se sentiu rejeitada pelo homem que ama, é Gustavo ela me disse que apesar de tudo te ama mas se vc não confiava nela não fazia sentido ficar aqui, eu vi o olhar dela cheio de ternura e esperança ao te ligar buscando o conforto que tanto precisava se transformar em pura dor e sofrimento, vc deu uma facada em uma mulher ferida e apavorada, nem acredito que vc desconfiou e ainda questionou a fidelidade dela. – se senta cansada – Silvestre – ela grita e ele logo aparece – me tras água por favor.
Gustavo: Calma minha irmã – vai até ela. – eu só estou confuso
Luciano: E espero que não seja um homem fraco Gustavo e seja manipulado por esse drama de mulher Gravida. – sai da sala e vai para o quarto.
Silvestre: aqui senhora – lhe entrega a água.
Estefânia:  Obrigada Silvestre. – toma a água e respira se acalmando. – Desculpa eu só falei o que estava entalado aqui – indica a garganta.
Gustavo: E onde ela está? Eu preciso ver ela, conversar, esclarecer as coisas.
Estefânia: Esclarecer? Bom, creio que não será possível, ela não me disse para onde iria.
Gustavo: Como assim? E a Fátima?
Estefânia: Ela sabe, mas nem sonhe que ela vai te contar, do jeito que a cecilia ficou com a sua ligação, a fátima ficou furiosa e vai proteger a irmã
Gustavo: Mas eu sou o marido dela, eu tenho direito.- ele eleva o tom da voz.
Estefânia: Direito? Marido? Vc tem ideia do que fez? Vc não viu o estado que ela ficou com aquela ligação eu e a Fátima estávamos lá, ela precisava do seu amor e apoio e encontrou desconfiança, ficou ainda pior se sentindo desamparada por vc, vc tem ideia do risco que ela correu? Ela quase morreu Gustavo. -ela falava quase gritando - e precisou de tratamento e cuidados especiais, e pelo que conhecemos a Fátima vai cuidar da irmã, nem para mim ela disse nada. Eu te amo meu irmão, mas depois do que vc fez ? se coloque no lugar dela, se fosse comigo, e o vitor fizesse o que vc fez?
Gustavo: Mas ... eu ...
Estefânia: Eu espero que vc consiga resolver isso. – se levanta do sofá -  mas enquanto desconfiar da Cecília, será impossível – vai em direção a porta.
Gustavo: Mas eu amo a Cecília. – fala em tom de desespero
Estefânia:  Ela tbm te ama, e o que vc fez por ela? – fecha a porta e sai do apartamento deixando o irmão sozinho.
Gustavo se senta e começa a chorar, se lembra de tudo que viveram e fica confuso com tudo que ocorreu na sua ausência, em um dia perdeu as duas mulheres da sua vida, ouvir tudo aquilo da irmã o deixou abalado. Não sabia o que pensar, quem era aquele homem? Cecília teria fugido com ele? Ele foi para o seu quarto.
Durante aquela semana todos estavam alertas, e se convenceram que Luciano acreditou na ausência definitiva de Cecília e na morte da criança. Gustavo tentou obter informações sobre Cecília mas fora em vão, ligava e ela não atendia, tentava redes sociais sem sucesso, todos desativados ele olhava o closet com todas as roupas dela e não conseguia nem mesmo tocar, o trancou e manteve fechado. Luciano se encarregou de alimentar as duvidas dele. Depois de um mês da ausência dela, Luciano havia o dissuadido a se livrar das coisas da esposa e do quarto da filha, dizia não fazer sentido manter tudo ali. Gustavo que já havia trancado o closet da esposa, e ninguém entrara no quarto da filha desde o acidente e apenas ele a esposa tinham a chave,  não conseguia se desfazer de nada nem mesmo olhar e ele se isolava a cada dia, se dedicava ao trabalho apenas, mal via os irmãos e quase não conversava com os amigos, tentou obter informações sobre a mulher mas a única resposta que Fátima lhe dava era " ela está bem" Fátima quis sair da empresa depois que terminaram o período do contrato mas Gustavo não permitiu, era a única coisa que havia restado, a ponta de esperança de saber noticias de Cecília. Falando nela Cecília foi para o interior do Espirito Santo, cidade onde a mãe morava e André trabalhava, comprou uma casa com dois quartos, a mãe queria que ela morasse com ela mas Cecília não queria uma casa grande, a Mãe terminou por ir morar com a filha em uma casa menor e mais próxima ao centro médico, ela cumpriu o repouso e fez todo o acompanhamento, falava com a irmã todos os dias e obtinha algumas informações sobre o marido, apesar da tristeza pela ausência de Gustavo depois de uma semana do trauma, voltou a sentir a filha se mexer em seu ventre, e com ela voltou a sorrir, cada dia era uma vitória e motivo de alegria, depois de uma mês longe de todos que tanto amava se sentia mais segura, Luciano havia acreditado em tudo, sua gestação continuava estável mas ainda inspirava cuidados, a filha estava quase totalmente formada e ganhando peso, não houve nenhum dano mais grave.

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