Uma mordida no pescoço suave e provocante. Harry estremeceu. O homem pressionava o corpo quente contra o seu. Olhos no mais profundo tom de azul o encaravam e esbanjavam desejo. Ele teve certeza: aquele seria seu fim.
Aquele não era o seu noivo. Pior, não sentia por seu companheiro metade do que sentia por aquela criatura. A uma semana da cerimônia de seu casamento e estava louco por outro homem. Estava tudo errado. Muito errado.
—- Eu não posso fazer isso.
Tentou se esquivar do "ataque", mas não enganou a nenhum dos dois. O homem sorriu com indiferente malícia e escorregou a mão ao longo de seu peito... Abdômen... Sempre para baixo.
Essa era a vida de Harry. Encontrava-se num terrível limiar emocional, onde a culpa, desejo reprimido e o remorso eram os protagonistas de seu drama pessoal. Qualquer empurrão mínimo do acaso deixaria sua vida e muitas outras em pedaços. Era um homem perdido nas escolhas que fez para a própria vida. Principalmente pelas escolhas que não fez, por sua omissão quanto aos seus sentimentos. Não era o tipo que lamentava, mas... Era difícil aceitar que fazia tudo errado. Com mais frequência que o recomendável.
Momentos antes, os pingos de chuva eram lançados ao corredor por uma janela esquecida aberta, correu para fechá-la. Ainda alcançava o trinco quando sentiu um corpo encostando-se ao seu. Sabia que era "ele", reconhecia seu toque em qualquer lugar. Não entendia como isso era possível, mas reconhecia. Era um homem viciado no nada. Na promessa de um "E se...".
Virou-se para ficarem frente a frente, disposto a enfrentar a situação. Precisava mandá-lo embora. Tentou ignorar a incomoda sensação de inadequação que o momento lhe trazia: o homem estava parado a sua frente, usando apenas uma das cuecas dele, numa atitude de intimidade que eles não tinham.
—- O que você faz aqui? —- perguntou tentando ganhar tempo. O noivo de Harry, Nick, dormia no quarto no final do corredor, se pegasse aqueles dois não seria nada bom.
A pergunta foi ignorada. Ficando na ponta dos pés, o homem encostou a pele nua contra a dele. Não precisou de muito. A mordida na nuca que desencadeou a onda de desejo em seu corpo foi mais que eficiente. Agora ele estava ali, sem saber se corria de volta a seu quarto ou atacava aquela criatura com toda a fome reprimida de anos. Sentia-se acariciado com suavidade e incapaz de se mover. Aquela sensação era tudo o que tinha e precisava no momento. Queria se perder nele. As mãos passeavam lentamente por seu corpo, tocando, lábios provando, explorando. Era o toque de um amante experiente que sabia exatamente o que fazer para enlouquecer o parceiro. Involuntariamente seu corpo ficou tenso. Buscando apoio, talvez sanidade, recostou-se contra a janela enquanto aquela criatura o deixava indefeso.
—- Eu sou um bom menino. —- sussurrou junto aos lábios do rapaz.—- Recompense-me.
Harry queria dizer que sim, mas a razão ainda tentava comandá-lo, então se calou. Mordendo o lábio.
—- Eu sou um bom menino. —- sussurrou junto aos lábios do rapaz. —- Recompense-me.
Harry queria dizer que sim, mas a razão ainda tentava comandá-lo, então se calou. Mordendo o lábio.
—- Seja um bom menino. —- beijou-lhe levemente os lábios
—- Dê-nos o que queremos.
Mais provocação do que poderia suportar. Num único impulso empurrou o homem contra a parede mais próxima.
Ele não se importou com a violência, sorriu vitorioso. Harry não perdeu tempo examinando seus atos, o beijou como há muito desejava: lábios, língua e fome. O homem se desfez da cueca que vestia sem interromper o beijo. Passou uma perna envolta dos quadris do rapaz e tratou de abaixar-lhe a calça do pijama. Tentando pôr algum freio na situação, o homem pegou as mãos atrevidas e tratou de prendê-las no topo da cabeça do rapaz.
—- Eu sei que você quer tanto quanto eu. Vem, por favor.
Diante do choramingo desesperado, puro eco da necessidade dele, não teve outra opção: foi.
Um trovão fez Harry erguer-se da cama. Passou as mãos pelos cabelos num gesto desesperado. Nick dormia suavemente a seu lado, indiferente ao estado de excitação do noivo. Seus cabelos castanhos espalhados sobre os travesseiros, encolhido numa posição fetal.
Indefeso, sozinho... Seu homem.
Agoniado demais para permanecer ali, naquele quarto, ele simplesmente saiu.
Numa sensação de déjà vu, descobriu uma janela aberta no corredor. O coração disparou diante da mera insinuação que o sonho fosse profético, mas sabia que não, ele não estava em sua casa e nunca faria aquelas coisas. Os sonhos eram um mero eco de seus desejos severamente reprimidos.
Fechou a janela tentando controlar o desânimo. Seu casamento aconteceria em uma semana. Fizera a escolha certa, Nick era sensato, bonito, sexy. O tipo de homem que qualquer homem queria. Não tinha como dar errado. Ou tinha?
Estavam juntos havia três anos. Foram felizes de algum modo, mas sempre fora apaixonado pelo outro. Outro que lhe era mais que proibido.
Na cozinha, preparou um café tentando organizar os pensamentos. Por fim voltou à sala. Ali, sentou-se diante das amplas janelas de seu apartamento e ficou observando a cidade adormecida sob a chuva fina daquela madrugada de inverno, enquanto saboreava o café.
Algum tempo depois voltou à atenção a mesinha que ficava ao lado da janela onde colocava os porta-retratos com sua família e amigos, o toque sutil, sensível e doce de sua madrasta na decoração de sua casa. Como foi mesmo que ela disse?
"Você pode tentar se afastar de nós, mas queremos você sempre conosco. E vamos invadir sua vida.".
Ah, se Rachael soubesse da verdade...
Voltando aos porta-retratos, começou a examinar um a um, momentos felizes de uma vida perfeita. Não conseguiu evitar que um sorriso irônico se desenhasse em seu rosto.
Examinando cena por cena até que parou diante de uma que mostrava a família. Uma família feliz amorosa. Mergulhando nos olhos dourados de sua irmã, Gemma, perdeu-se em pensamentos sombrios. Olhos doces e serenos. Com um aperto no peito pensou consigo mesmo que a vida poderia ser bem mais simples.
.
.
.
[Hello babies,
Eu gostaria de deixar claro que essa história é uma adaptação. Eu amo essa história e espero que vocês também gostem!
Votem, comentem, vocês são ótimos, amo todos, bye. (◕‿◕✿)]
{oi pessu, mais uma nota pra avisar que a fic contém sequestro e estupro, o que pode ser gatilho pra alguns.} /21
VOCÊ ESTÁ LENDO
Thirty Days With Louis
Random❝Louis sabia como enlouquecê-lo. Se conseguisse sair vivo desses trinta dias, seria um herói.❞ [{Adapted by larryexception.}]