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Dizem que a experiência faz com que aprendamos a lidar com as situações futuras e inesperadas da vida. Nenhuma experiência vivida é vã.

Bem, até aquele momento Harry nunca tinha pensado muito sobre o assunto, porém passar por aquilo outra vez se não o fizesse acreditar em karma, nada mais o faria. Quando saiu do quarto após o almoço, pretendia apenas arrumar rapidamente as coisas na cozinha e voltar. Queria dormir um pouco, de preferência ao lado do homem, que ele desconfiava que tentaria abusar dele, mesmo algemado a cama e com apenas um braço livre. A perspectiva era admiravelmente tentadora.

Quem diria que por trás da atitude de santo de Louis Tomlinson havia um adorável pervertido?

Agora que estava no controle da situação previa que se divertiria muito. Quem poderia imaginar? Fora mesmo sequestrado para fins sexuais.

Lavou a louça, começou a guardar tudo. Pegou uma garrafa de vinho, lembrando que o menor gostava de tomar um pouco de "coragem" antes de partir para o ataque. Ele pretendia lhe dar tanta "coragem" quanto possível. Procurava um saca-rolha nas gavetas sob a pia, quando encontrou aquelas coisas.

Sua primeira reação foi fechar a gaveta e fingir que não vira nada. Estava diante de uma situação que era melhor não saber demais. Só aproveitar o que era bom.

Era um habito de sua família usar a primeira gaveta da pia da cozinha para guardar os medicamentos. Sua avó acreditava que medicamentos tinham que ficar em um local acessível, porém seguro. Para ela, a cozinha servia por dois motivos: não era lugar de crianças e era território exclusivamente seu. Seu pai tinha o mesmo hábito. Só que por causa do Nick, que fora irredutível, a gaveta na casa dele possuía chaves.

Criando coragem, abriu a gaveta e examinou seu conteúdo.

Antigripais, antitérmicos, analgésicos... E aquelas duas pragas. Não havia dúvida alguma agora.

Melhor, havia uma: o que fazer?

Louis procurava entender o significado das reações de Harry. Claro, os remédios só o faziam comprovar o que ele já sabia: Louis era louco. Será que ele já não desconfiava disso? Então por que a confusão toda? Afinal, não deveria estar feliz por Louis buscar ajuda? Por sua loucura não ser assim tão desenfreada? Qualquer ajuda era melhor que nenhuma ajuda. Mesmo que fosse ajuda química.

"Não Louis, as pessoas não veem as coisas desse jeito. Ele até está sendo educado em perguntar e não simplesmente fugir."

Harry percebeu que sua reação deixara Louis na defensiva. Mas porra, ele já conhecia bem aquele filme e não queria participar de seu enredo. Não outra vez. Agora entendia a atitude de seu pai com relação ao Tomlinson.

— Louis. — buscou controlar-se — Eu só quero entender. Ajude-me. Você há de convir que depois de tudo, eu mereço uma explicação.

Posto dessa forma, Louis não pôde sustentar a postura, desviou o olhar.

— Eu não gosto de falar sobre isso.

— Você não gosta de falar de um monte de coisas. Eu respeito isso, mas antidepressivos e remédios para dormir... Eu não posso lidar com isso. Esses tipos de remédios são coisas sérias. Significa um tratamento sério, já que essas duas substâncias são de uso controlado.

Sustentou o olhar deixando bem claro que não aceitaria seu silêncio como resposta a suas inquietações. Louis sabia que sua festa tinha acabado. Se homens não gostam de mulheres problemáticas, imagine de homens problemáticos. Poderia mentir dizendo que os remédios não eram seus, mas não poderia sustentar a mentira por muito tempo. Precisava deles, diariamente.

Thirty Days With LouisOnde histórias criam vida. Descubra agora