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No primeiro momento Harry pensou não ter entendido.

— Você disse o quê?

— Sexo. Você e eu nessa casa por 30 dias. Trepando horrores todos os dias. Só isso.

Por incrível que pareça naquele momento a coisa que ele se atentou foi:

"Ele está usando palavreado vulgar. O secretário certinho de seu pai, que toda sua família venerava xingava!"

Não conseguia imaginar o menor usando palavrões, ou aquele tipo de palavreado, o homem era sempre tão perfeitinho. Era tão absurdo, que a sensação de estar vivendo um sonho muito louco voltou com força total.

Depois se dando conta da situação, atentou-se a proposta. Como poderia se chocar com a boca suja de um homem depois de uma proposta daquelas? De todas as coisas mais insanas que ele ainda esperava vivenciar, ser sequestrado para fins sexuais não era uma delas, ao menos não por Louis. Não. Isso era uma vingança contra seu pai. Na melhor das hipóteses.

"Mas calma aí, aquela mesma boca estivera devorando ele deliciosamente momentos antes."

Ele não ia ter coragem de fazer todas aquelas coisas que lhe fez por vingança.

— Quer que eu repita?

Harry quase disse que sim, mas então percebeu que ele falava da proposta. Ótimo. Loucura era contagioso.

— Louis. — falou, mas sem alterar o tom de voz — Eu não vou colaborar com suas loucuras.

Não conseguiu enganar a nenhum dos dois: — Sei. — o rapaz olhou com as sobrancelhas erguidas, numa expressão cômica e maliciosa para uma parte da anatomia do rapaz que estava estragando sua tentativa de parecer indiferente e desinteressado, mostrando exatamente o que achava da proposta.

— Ele não decide nada. — Tratou de informar emburrado.

— Com você algemado? — ele soltou uma gargalhada. Uma que o deixou ainda mais excitado. Ele nem conseguia determinar se aquilo era um pesadelo ou um sonho molhado.

— "Ele" decide tudo. — completou — Eu só preciso da colaboração "dele" para levar meus planos adiante — O sorriso de satisfação do moreno estava criando em sua mente as mais diversas possibilidades.

Ele tinha algum problema de sanidade, e Harry também. Queria muito ceder à proposta. Sexo. Com um homem sensual. Por trinta dias. Simples. Fisiológico. Como a reação do seu corpo. Era só simplificar as coisas assim.

— Você não pode me obrigar.

— Não preciso. Não preciso obrigar você a nada. Eu nem sabia que seria tão fácil. Tinha uns planos bem doidos na cabeça. Mas agora, você é meu e só meu. Meu, meu, meu...

O homem começou a fazer uma dancinha da vitória, meio trôpego, quantas safras de vinho ele teria bebido? Harry quase se esquecera de seu estado de embriaguez.

Harry entendeu que precisava dar um jeito de escapar, começou a se contorcer e forçar as algemas. Ignorou as fisgadas de dor em seus pulsos. Lutou por instantes diante da figura impassível do homem, que tinha interrompido a dança e o olhava. Não dava para soltar. Até mesmo a cabeceira da cama era de madeira maciça. Ele havia pensado em tudo.

Algum tempo depois ele parou. Com a respiração ofegante. Os pulsos esfolados. Inútil. Estava mesmo a mercê de um maluco.

— O que você vai fazer? — perguntou aborrecido.

— Te deixar preso até você virar um empolgado colaborador.

— E se eu não colaborar?

— Você vai. "Hazzinho" já é um feliz colaborador.

Thirty Days With LouisOnde histórias criam vida. Descubra agora