Fui para casa. Eu só queria que chegasse logo o outro dia para ver de novo o professor Fábio.
Não parei de pensar nele um só minuto. A noite sonhei com ele.
Sonhei que ele me dava meu primeiro beijo.
Acordei bem cedo para ir para a escola
Me arrumei toda
Embora eu não tivesse muita opção.
Não via a hora de todos serem obrigados a ir de uniforme. Pq eu não tinha muita roupa para ir. E as outras meninas cada dia com uma roupa mais legal que a outra.
Com uniforme acabaria esse problema. Mas nas primeiras semanas a escola não exige. Por tanto cada um vai com o que querem.
Assim como no dia anterior cheguei a sala estava vazia.
Sentei no mesmo lugar, se bem que eu queria sentar na primeira perto do professor. Mas a Larissa já tinha sentado lá.
Se ela chegasse e eu tivesse no lugar dela ela ia brigar. Ela era filha da diretora e todos a bajulavam.
Preferi ficar no meu canto a ser humilhada.
Já estávamos na última aula antes do intervalo e nada de ter aula com o professor Fábio.
Fomos para o intervalo e lá estava ele rodeado de alunas da sétima e oitava série. Todos dando muita risadas.
Nossa como eu fiquei com ciúmes.
Ele jamais ia olhar pra mim.
Com aquele tanto de meninas bonitas no pé dele.
Peguei meu lanche e voltei para o meu lugar.
Fiquei aguardando a próxima aula na esperança que fosse dele.
Mas não era.
E nesse dia não tive aula com ele.
Estava doida que eles passassem o horário para eu saber quais os dias o veria
Mas isso só foi passado na segunda semana de aula.
Eu o veria nas segundas, quartas e sextas. Todas aulas duplas.
Ja estávamos terminando o primeiro semestre, eu sempre isolada, exceto no intervalo, pois tinha uma prima na sexta série.
Quando ela não estava grudada com as amigas dela. Me dava atenção.
Eu me tornei a melhor aluna de matemática da turma. Consequentemente a preferida do professor.
Ele sempre me pedia ajuda ou para apagar o quadro, ou para ajudar a corrigir as provas.
Pois eu sempre terminava tudo primeiro.
Era visível a insatisfação das outras meninas.
As vezes eu inventava que estava com dúvida só pra ele vim na minha carteira e eu sentir aquele cheirinho dele de perto.
Eu sempre via as meninas cochichando sobre os meninos.
Uma falava que tinha beijado o Daniel, que por sinal era muito lindo.
A outra dizia que tinha beijado o Rennan que era um loirinho, o mais bonito de todos. Eu ficava triste porque ainda não tinha beijado na boca e nem ia beijar porque os meninos jamais ia me querer.
Chegou o recesso escolar, época de muitas festas na roça.
Pois é o mês de festas juninas.
A comunidade inteira estava nessa festa promovida pela igreja.
Eu estava andando de braços dado com Rosângela minha prima, bem mais velha que Eu, embora não parecesse.
Quando um rapaz lindo diz:
- Posso te conhecer gatinha?
- Claro. disse Rosângela toda sorridente.
- Desculpa moça mas estou falando com a de blusa rosa.
Eu olhei para todos os lados e não vi nenhuma outra moça de blusa rosa.
Ele estava falando comigo?
Não era possível.
Ele chegou mais próximo pegou em minha mao e me deu 3 beijinhos no rosto e disse
- Prazer Marcos.
Eu fiquei sem reação. Afinal era apenas uma menina de 11 anos.
Se meu pai me visse conversando com ele ia me dá uma bronca e chamar para ir embora.
Marcos era alto, corpo malhado, sorriso lindo.
Eu nunca imaginei que um cara assim podia se interessar por mim, pois os meninos da escola nem me notava e por cima ainda me esnobava.
- Encontra comigo lá no estacionamento?
Falou sem esperar minha resposta.
Olhei se não tinha ninguém observando e fui.
Lá estava ele, lindo encostado em um carro. Começamos a conversar.
Falei que tinha 16 anos.
Ele acreditou, qualquer um acreditaria.
Ele tentou me beijar, eu virei o rosto e disse que não sabia. Pois nunca tinha beijado.
Ele segurou no meu rosto com as duas mãos com carinho, e me deu um selinho, depois foi enfiando a língua na minha boca. Quando vi já estávamos entrelaçando nossas línguas.
Ele me sentou no capô do carro e continuou a me beijar.
Mas eu estava ali escondida. Precisava voltar antes que meu pai viesse me procurar.
Saí dali sem olhar pra trás. O resto da noite ele não parava de me olhar.
Eu nem acreditada que tinha dado meu primeiro beijo com um cara lindo daqueles.
Eu jamais em toda a minha vida esqueceria aquele beijo.
Marcos não era da região. Provavelmente eu nunca mais o veria de novo..
