Lado a Lado

Bônus Joana e Michael

Michael era paciente por natureza, uma qualidade que era praticamente pré requisito para trabalhar como advogado do herdeiro Friedrich, mas era fato que a mulher ao seu lado era um atentado ambulante a sua firme determinação de que nada no mundo valia o risco de infartar em decorrência de uma cena de extress desnecessária ou cometer um homicídio. Por esse motivo manteve-se glacial durante todo percurso, mesmo diante dos seus pedidos mais absurdos que iam desde aumentar e abaixar a temperatura do ar a cada cinco minutos, que horas estava frio demais ou quente demais, o som do carro... ah nesse ponto ele quase a jogou para fora do carro em movimento, o que lhe deteve foi a promessa feita a bela Alice.

- É aqui.

Ainda envolvido na névoa de frustação por não da vazão a vontade de apertar o pescoço da jovem aprendiz de megera até sentir o ar lhe faltar, não percebeu que chegara ao destino indicado pela mesma.

- Tem certeza?

Não escondeu o espanto diante do edifício de aparência desleixada carecendo de pintura, no entanto a fachada de arquitetura que remetia aos anos trinta indicava que outrora foi a menina dos olhos do seu criador, hoje no entanto parecia o primo pobre do tio Patinhas, falida más sua orgulhosa imponência resistia bravamente.

- Claro que tenho certeza!

Joana respondeu com azedume além do comum, e com razão, acreditava ela, afinal esgotou todo arsenal de birra infantil do qual ja tinha sido vitima e tudo que conseguiu em resposta foi uma reprimenda com um leve arquear de sobrancelhas que colocaria qualquer criança barrenta em seu lugar.Infelizmente para ele Joana não era criança, e como assistente social não tinha medo de cara feia, afinal o exercer da sua profissão era um desafio diário.E ela era uma raposa astuta na arte de contornar os "nãos" costumeiros que recebia na sua luta por parceiros na ONG para crianças e adolescentes em situação de risco social da qual ajudou a criar.A organização não governamental funcionava como um "braço" da rede governamental.E foi pensando em suas crianças que ela se voltou para o ex alvo da sua ira com um sorriso no rosto e a mão direita estendida.

- Obrigada pela carona Dr. Michael.Foi muito gentil da sua parte desviar do seu caminho para ajudar uma desconhecida.

Desconcertado com a mudança de comportamento, que habilmente disfarçou por trás da máscara de indiferença, Michael resolveu jogar o jogo da jovem e descobrir o que estava por trás de tão súbita simpatia.E ele desconfiava que o motivo estava por trás das paredes do velho prédio a sua frente.

Olhando nos olhos dela, ele galantemente tomou a mão que lhe era oferecida levando aos lábios e atrevidamente deu um beijo molhado, esperando desconcerta-la e faze-la acabar com o teatro que dera início.

- Foi um prazer senhorita!

Ela estremeceu com o toque, mas para sua decepção, disfarçou a reação o convidando a entrar e conhecer o seu destino.

Michael esperou que ela descesse do carro para então tentar disfarçar a sua excitação abotando o blazer enquanto descia do carro.

- Vamos? Perguntou uma Joana serelepe demais para seu gosto reforçando sua ideia de armação.

- Claro! - Respondeu sorrindo lhe dando o braço.

"Maldita bruxa!"Pensou chateado e frustrado consigo mesmo por seu tiro ter saído pela culatra.

"Como um único toque pôde me deixar neste nível de excitação e essa maldita feiticeira não sentir nada?!"

Michael chegou a conclusão que era impossível estar ao lado dela sem sentir nada.Ainda tinha gana de esgana-la, mas também de joga-la contra o capô do carro, e fude-la até que ambos estivessem satisfeitos.