capítulo 14:Ação e reação

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  Foram apenas milésimos de segundos que separaram a ação de ambos, uma verbal e a outra física.A primeira um ataque verbal para camuflar uma reação que o autor da mesma não poderia (ou não) queria justificar, e a segunda o revide à ofensa sofrida.Se estivessem numa aula de física a terceira Lei de Newton não faria tanto sentido.A mão de Alice foi mais rápida que qualquer resposta sensata que a mesma poderia ter, tão logo ouviu o desaforo do homem cínico a sua frente foi possível ouvir o choque da sua mão direita na bela face a sua frente.Ambos se encararam, respiração de ambos ofegante, por motivos distintos, ou não.

- O que diabos deu em você?! - A voz de Alice vibrava de indignação pelo atrevimento de ser tocada sem o seu consentimento. - Além de ser um escroto racista também é um abusador Sr.Friedrish?

Bernado sentiu o impacto da acusação, tinha muitos defeitos, mas nunca se deitou com uma mulher á sua revelia e tampouco a base de falsas promessas.Estava duplamente enfurecido, primeiro com o atrevimento da negra em flertar com seus sócios no seu primeiro dia de trabalho, e segundo com a sua reação não saberia explicar o que mudou depois que fechou a porta do escritório.

Num momento odiava a garota que se impôs na sua empresa a base de chantagem e segundo sua opinião flertava com seus sócios descaradamente, no outro só queria sentir a boca dela na sua, doce e receptiva.Não deixaria ela perceber que desejou o beijo e era preferível dar a entender que o fez para castiga-la.Camuflando suas emoções com um sorriso cínico.

- O que foi? - Perguntou zombeteiro observando o rosto de Alice, suas mãos antes possessivas, agora acariciavam sua cintura com demasiada candura. - Vai negar que estava dando corda para aquele moleque idiota?

- Seu doente, se eu estava "dando corda" ou não a um flerte que so existe na sua cabeça não lhe dá o direito de me tocar! - Alice tinha a respiração ofegante, a raiva que sentia do maldito racista só não era maior que a sensação de impotência ao ser imobilizada ao ter seu corpo tocado. - Assédio sexual é crime maldito!

Sem esperar Alice tem o seu corpo outra vez prensado de encontro a porta do escritório de forma tão brusca que a mesma ofegou com o choque do corpo másculo com o seu.As mãos de Bernado outra vez a imobilizaram na cintura e nuca, e um segundo depois sentiu a vibração da voz de aço em sua orelha.

- Vou avisa-la apenas uma vez e espero que você leve a sério porque odeio repetir. - Alice tremia.Não por medo de uma violência física, mas pelo contato físico, algo que jurava nunca mais voltar a sentir. - Nunca mais quero vê-la de flerte com qualquer funcionário da empresa e muito menos com meus socios.Entendeu? - Perguntou apertando sua nuca e, levantando a cabeça colando seus rostos.

Alice não teve tempo para responder, foram interrompidos por batidas na porta, seguida da voz de Michael.

- Bernado?

Se afastaram ainda se encarando, e sem que precisassem trocar qualquer palavra, ele lhe indicou o banheiro para ela se recompor enquanto ele ia até a mesa sentar-se.

Tão logo sentou-se Michael abriu a porta e sem qualquer cumprimento sentou-se

-  Sei que você é um workaholic incurável, e não se importa com horários, entretanto odeio alerta-lo de que seus funcionários teem o amparo da lei trabalhista que assegura alguns direitos básicos, e um deles é horário para almoço... falando em funcionários, onde escondeu a Alice?

- Boa tarde para você também Michael, eu estou bem obrigado, mesmo que o chefe do departamento jurídico da minha empresa tenha sido tão pouco profissional ao faltar a uma reunião de suma importância para a mesma. - Disse mordaz, embora o comprometimento do jovem advogado com a empresa fosse lendário, Bernado precisava atacar alguém para extravasar sua raiva.

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