Capítulo 76 :Você contou...

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Ela não sabia o que lhe despertara do sonho bom, era um barulho distante, más agradável de se ouvir, um balbuciar  também a voz de um adulto e por último um " acorde Alice, por favor! eu não sei mais o que fazer a Tico e Teco.Elas precisam de você!"

Depois sentiu um toque cálido a lhe formigar os lábios, em seguida sentiu um calor  e o mesmo toque em sua direita.
Abriu os olhos e viu a cabeleira loura do marido  curvada sobre sua barriga, más não lhe tocou.

- Bernado - a cabeça se ergueu e um par de olhos azuis como o mar lhe sorriam - Quem é Tico e Teco?

Ele pareceu levemente constrangido com a pergunta, beijou suas mãos novamente e apertou um botão que ficava a cima da sua cabeceira.
A claridade incomodava seus olhos, boca seca e sua garganta estava dolorida.
Bernado

- Você voltou

Alice o olhou, com olheiras e a barba por fazer e decidiu que nunca o vira mais lindo, que o seu marido era  a visão mais linda que ela.Piscou ao sentir incômodo

- Você está bem?Sente algo?

- Sede.

O médico entrou acompanhado da enfermeira, Bernado se afastou da cama dando espaço para os exames que o profissional informou que eram de praxe em casos de pós coma.

- Alice é normal sua garganta está com a sensação de ardência, más você precisa ir com calma.Primeiro irei umedecer uma gaze na água e vou levar aos seus lábios para hidrata - los.O incômodo irá se amenizar

De repente um choro fraco e sofrido obrigou a enfermeira parar o procedimento de hidrata-la.
Bernado se aproximou passando a mão na testa em busca de febre.

- Alice o que foi? Sente dor?

Ela lhe lançou um olhar tão dolorido enquanto levava a mão que estava sem a hidratação venosa ao ventre agora liso novamente, e ele compreendeu.Se aproximando novamente limpou as lágrimas dela com os polegares

- Elas estão bem Alice, estão em casa esperando você.

- Como?Eu senti o tiro, vi o sangue... por favor, não brinque comigo.

- Calma!A Tico e Teco nasceram bem e saudáveis, estão em casa com a Olga só não se assuste com o concerto que elas fazem quando acordam com fome ou a fralda suja!Veja!

Ele lhe mostrava um vídeo no celular de duas bebê idênticas e vestidas de forma igual más de cores diferentes.Faziam sons infantis enquanto uma voz masculina alertava a mais peralta para não puxar a chupeta da irmã.

- São lindas... - deslizando o dedo sob a tela ela parecia toca-las. - Elas...

- Saudáveis e muito geniosas!A Olga está cuidando delas.

- Tico e Teco?Você teve coragem de batizar nossas filhas com nomes de esquilos?

- Eu não sabia como chama-las, o codinome bebê um e dois não as agradou e acredite, os esquilos são anjinhos perto das duas.

- Buscar  nomes nunca lhe passou pela cabeça, né? - de repente ficou séria e o encarou - Quanto tempo Bernado?

-Quarenta e cinco dias, cinco horas e vinte seis minutos.

- Você contou...

Ele se aproximou beijando os olhos da esposa e todo o rosto em seguida.

- Cada minuto!Elas ficaram na unidade neo por dois dias apenas. - segurando o rosto da esposa beijou os labios - Me perdoe por não estar lá para proteger vocês...

- Não foi sua culpa!

Um pigarro forçado da enfermeira veio lembrar a ambos de que não estavam sozinhos.
Ela observou as olheiras no rosto do marido e constatou o óbvio, ele não contratara babá para as filhas, ele mesmo estava cuidando das gêmeas.Ao contrário do que ele falava, ele respeitou a decisão dela.

Emocionada levou a mão que estava sobre o ventre ao rosto dele.

- Obrigada por cuidar delas.

Ele nada falou.Beijou a Palma da mão da esposa.

O médico recomendou repouso e a alta no dia seguinte se tudo corresse bem.Bernado perguntou se ela poderia amamentar as filhas e ele respondeu que os remédios que Alice tomou durante o coma já não estavam no seu organismo, más ele enviaria a obstetra que acompanhou o parto para uma consulta mais detalhada.

Uma jovem enfermeira entrou no quarto empurrando uma cadeira de rodas comunicando que Alice precisava banhar-se.Bernado lhe consultou com os olhos se ela queria sua ajuda, ela ficou constrangida e ele entendeu que naquele momento ela queria privacidade.

Esperou no quarto.

Precisava avisar Olga, que estava acompanhada de Matilda Schneider. 

As duas senhoras receberam a notícia com júbilo, comunicariam ao outros.Bernado esperava a esposa voltar para o quarto com certa impaciência.Alice sorriu ao voltar e flagar o marido andando de um lado para o outro do quarto.

- Bernado?

Ele veio ao seu encontro.

- Sim.

- Já posso ve-las?


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