Se tinha algo que realmente irritava Bernado era ser encurralado ou pressionado, ao sentir-se acuado, o causador conseguia extrair o seu pior.A raiva causada pela impotência de não ter a liberdade de escolha, era combustível para uma reação a altura.No entanto tinha frieza de não agir no calor do momento, esperava o "inimigo" baixar a guarda, sentir-se confiante para então revidar.Os muitos que ousaram cruzar seu caminho não tiveram tempo de contar a proeza de desafiar o rolo compressor alemão, as consequências de tal ousadia eram créditos milionarios e contas vultuosas bloqueadas no Banco da família, geralmente de políticos ou "empresários" que tinham a fonte da fortuna em questão de origem duvidosa, acordos desfeitos, bloqueio comercial... nenhum empresário, banqueiro, sócio em sã consciência iria contra os anseios comerciais ou pessoais de Bernado Friedrich.
Até agora!até aparecer uma negrinha suja e petulante que se achava no direito de julga-lo e setencia-lo a suportar sua presença na sua empresa.Ele iria esmaga-la como se faz com um inseto.
- Bernado!
Ao ouvir a voz da Alana percebeu que não estava sozinho.Alem da prima, a assistente Paula também estava presente, afinal o que iria comunicar a afetava diretamente.
- Você vai destruir essa caneta, vai acabar machucando sua mão e sujando seu impecável e carissimo terno.E ainda não sabemos o motivo da súbita reunião.
Saindo do torpor, Bernado desprezou o que sobrou da montblanc na lixeira aos seus pés, e livrou-se dos resíduos da mesma com álcool e lenços disponíveis numa gaveta da sua mesa.Após o feito, recostou-se na sua cadeira encarando as duas mulheres a sua frente.Alana era sua parente, além de uma profissional competente, e nao via motivos para esconder sua chateação ao ser convocada a empresa as 5:30 da manhã, já a Paula como sempre demonstrava medo.Duas mulheres, ambas jovens e competentes em suas funções e no entanto pareciam não compartilhar da mesma postura, algo que ele tanto admirava em seus funcionarios, a confiança no seu potencial.Enquanto Alana exalava uma personalidade confiante e ousada, a sua assistente comportava-se como uma adolescente, oras extrovertida e ingênua, em outros momentos era tímida e com baixa auto estima.
- Bom dia senhoritas!As convoquei porque preciso comunicar a decisão que tomei com relação à vocês duas.
- Decisão? Nós duas?!Como Assim?
- Alana se tem algo que eu odeio mais do que café ruim é ser interrompido. E você sabe disso!
Ao vê-lo largar a xícara na mesa, e dando claros sinais que estava muito irritado, Paula viu a chance de escapar da presença do chefe para respirar e de quebra ainda traria o seu elixir diário:um bom e forte café.
- Senhor Friedrich eu posso lhe preparar um café, se o Sr aceitar é claro.
- Sim.Faça isso, mas seja rápida.
Após a saída da mesma ele voltou a atenção para Alana que parecia mais mau humorada do que ao chegar.
- Porque ela não pode ter uma postura mais confiante? Esse tempo todo lhe pajeando e ela não aprendeu nada?
Girando a sua cadeira de modo a fitar o primo de frente, Alana o encarou furiosa.Vinha de uma semana extenuante de trabalho, foi "obrigada" a comparecer a empresa num horário que normalmente ainda estaria dormindo numa sexta-feira, isso sem contar que se quer tivera tempo de tomar uma xícara de café.Mandou o bom senso as favas, não permitiria que ninguém menosprezasse a sua assistente, mesmo que es e alguém tive se o poder de fechar todas as portas profissionais para ambas.
- A Paula é uma excelente profissional.Ela não me pajea, não tente desmerece-la porque isso é mesquinho até mesmo vindo de você, ela é Competente, inteligente, além de ser uma colega se trabalho muito querida ...
- Falta confiança nela!
- Opinião sua! Já observei por mais de uma vez ela tendo posturas impecáveis, seja enfrentando uma banca examinadora, dar um basta em assedios incómodos, para cumprir com tarefas "espinhosas" ou cronogramas apertados ela tem a determinação da Joana Darc em campo de Batalha.Não se engane com a aparente fragilidade dela, ela é uma leoa digna de wall streat ao defender seu ponto de vista ou algo em que acredita.
- E porquê ...?
- Você a intimidou na sua primeira semana ... - fez um gesto de pouco caso. - Bom, isso não vem ao caso.O que importa é o motivo de nos ter arrancado de casa as 5 da madrugada.
Nesse momento Paula retorna a sala com uma bandeja com Bule e xícaras de café.Após preparar café para os três, dando prioridade a Bernado, ela prepara um para Alana, que lhe agradece, e por último o seu.Ao sentar-se percebe que está sendo observada.
- Algum problema senhor Friedrich?O café...?
-Está ótimo!Bom, examinando o currículo, e observando o excelente trabalho das duas, a disponibilidade em dar suporte a outras equipes, principalmente a de criação, sim eu sei de tudo. Nada me escapa nessa empresa.Inclusive sei que foram bastante elogiadas pela equipe.
Surpresas ambas tentam argumentar más são silenciadas por um erguer de mão do herdeiro Friedrich.
- Não as chamei aqui para se justificarem, até porque entendo que a formação de vocês, o talento de vocês não é algo a ser ignorado.
- Não estou ...
- Deixe- me concluir Alana.Bom, a partir da próxima semana vocês duas serão as novas integrantes da equipe de criação da empresa.
Alana levantou e abraçou Paula, ambas felizes pela promoção pois sabiam que não foram beneficiadas.Foi mérito!Só após passada a euforia, Alana lembrou de perguntar:
- Espere, se nós seremos remanejadas quem será sua nova assistente?
Volllltei meninas!
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Lado a Lado
Romanzi rosa / ChickLitUma mulher; um homem; Um encontro inesperado! Ela negra, brasileira e desempregada; Ele branco, alemão e herdeiro do ramo tecnológico; Ela tem sérios problemas em confiar no sexo oposto; Ele um workaholic, machista e racista que enxerga as mulher...